ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Artigo Original Kang et al. Pacientes com síndrome coronariana aguda Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):367-372 Tabela 2 – Características das lesões na artéria coronária em pacientes com síndrome coronariana aguda com e sem história de doença arterial periférica [caso (%)] Características SCA com história de DAP (n = 188) SCA sem história de DAP (n = 5.494) p Doença da artéria coronária esquerda 9(4,8) 206(3,7) 0,777 Estenose de múltiplos vasos 22(12,1) 478(8,7) 0,015 Lesão de bifurcação 27(14,4) 917(16,7) 0,782 Lesão obstrutiva 18(4,3) 191(3,6) 0,511 História de diabetes Lesões calcificadas 3(0,7) 15(0,2) 0,656 SCA: síndrome coronariana aguda; DAP: doença arterial periférica. A ocorrência e o desenvolvimento de aterosclerose estão fortemente correlacionados com a idade. Um estudo mostrou que pacientes com DAP têm idade mais avança e têm maior risco de doença cardiovascular. 12 Além disso, o presente estudo mostrou que pacientes com SCA e com DAP como complicação eram mais velhos que os pacientes do grupo controle. A análise de regressão logística multivariada dos eventos adversos hospitalares entre os grupos mostrou que uma idade igual ou superior a 65 anos é um fator de risco independente para tais eventos (OR = 4,670, p < 0,001). Quanto maior a idade, maior a incidência de eventos adversos, o que é consistente com os dados existentes na literatura. Portanto, mudanças no estado de saúde de pacientes com SCA idosos e história de DAP merecem atenção. No presente estudo, a incidência de acidente vascular cerebral em pacientes com SCA e história de DAP foi mais alta (19,3%) que nos controles, mas tal dado não afetou os eventos adversos hospitalares. A dislipidemia é considerada um importante fator de risco para aterosclerose. 13 Estudos mostram que o colesterol está intimamente relacionado com a ocorrência e o desenvolvimento de DAP. O LDL-C exerce importante Tabela 3 – Incidência de eventos adversos em pacientes com síndrome coronariana aguda com e sem história de doença arterial periférica [caso (%)] Eventos SCA com história de DAP (n = 188) SCA sem história de DAP (n = 5494) p Morte 5(2,6) 23(0,4) 0,035 Choque cardiogênico 6(3,1) 203(3,7) 0,435 Insuficiência cardíaca esquerda aguda 7(3,7) 174(3,2) 0,355 Ruptura cardíaca 0(0) 2(0,03) 0,707 SCA: síndrome coronariana aguda; DAP: doença arterial periférica. Tabela 4 – Análise de regressão logística multivariada de eventos adversos hospitalares Itens Erro padrão OR IC95% p História de DAP 0,220 1,791 1,05-2,88 0,010 História de hipertensão 0,169 1,112 0,79-1,55 0,529 História de diabetes mellitus 0,082 1,223 1,01-1,41 < 0,001 Idade > 65 anos 0,181 4,670 3,21-6,44 < 0,001 Doença de múltiplos vasos 1,015 0,625 0,08-4,57 0,643 DAP: doença arterial periférica. papel na formação e no desenvolvimento de aterosclerose. Ainda, existem evidências que corroboram a relação entre LDL-C e DAP. 14 Nosso estudo revelou que o nível de LDL-C foi mais alto nos pacientes com DAP que no grupo controle. Portanto, deve-se enfatizar a terapia hipolipemiante para pacientes com SCA e DAP. Entre os fatores de risco comuns para aterosclerose, o diabetes tem sido bem reconhecido como um fator de risco independente para aterosclerose. O estudo ARIC 15 mostrou que, em comparação a pacientes com diabetes há 0-5 anos, o risco de DAP em pacientes com diabetes há pelo menos 6 anos aumentou significativamente, e o risco relativo foi de 1,24. O presente estudo também mostrou que uma história de diabetes foi um fator de risco independente para eventos adversos hospitalares (OR = 1,223, p < 0,001). Em longo prazo, a hiperglicemia afeta a elasticidade e a rigidez das paredes dos vasos sanguíneos, o que leva à disfunção endotelial e à disfunção microcirculatória. Portanto, o controle da glicemia é uma medida necessária para reduzir a incidência de SCA e DAP. 16 A análise das características das lesões arteriais coronárias revelou que, em comparação à doença da artéria coronária esquerda, lesões da bifurcação e calcificação, e outras DACs 370

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