ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Artigo Original Dracoulakis et al. Alta atividade plaquetária em uso de AAS na SCA Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):357-363 Tabela 2 – Comparação de AAP por meio de diferentes testes plaquetários entre as fases aguda e tardia Teste Fase Aguda Fase Tardia p AAP AAP PFA 34,2% 40% 0,503 AST com AA 31,4% 12,8% 0,015 VFN 32,1% 16% 0,049 AST com Col 33,8% 30,8% 0,860 AAp: alta atividade plaquetária; AST: agregometria com sangue total; AA: ácido araquidônico; Col: colágeno; PFA: Platelet Function Analyzer (PFA-100 ® ); VFN: VerifyNow™; p: valor de p. métodos nas duas fases analisadas, uma correlação fraca, porém significativa (Figura 2), foi demonstrada entre a PCR e o VFN (r = 0,29, p= 0,03). Discussão Nossos dados demonstram diferenças significativas quanto à resposta ao AAS durante as fases aguda e tardia da coronariopatia aguda. Estudos prévios documentaram, de forma inequívoca, que o AAS reduz a ocorrência de eventos cardiovasculares em pacientes com DAC. 4-7 Mesmo com o advento dos novos agentes antiplaquetários que atuam bloqueando o receptor P2Y12, o papel do AAS permanece, sendo considerado, em todas as diretrizes, como tratamento de uso rotineiro nessa população. 1-2 No entanto, está bem estabelecido que existe uma variabilidade significativa na função plaquetária residual durante a terapia com AAS, especialmente no contexto da SCA, na qual a prevalência de AAP é mais evidente. 8,17 O motivo dessa variabilidade não é totalmente compreendido. Uma hipótese é que a AAP esteja presente em uma subpopulação de pacientes com DAC crônica, levando a diminuição da eficácia do AAS e, como conseqüência, aumentando a probabilidade de desenvolver eventos cardiovasculares isquêmicos. Outra hipótese é a de que a AAP se desenvolva durante o episódio isquêmico agudo, em consequência do aumento da reatividade plaquetária pelos fenômenos que ocorrem na fase aguda (aumento da atividade inflamatória, aumento da taxa de renovação plaquetária, ativação do sistema de coagulação, entre outros). Que seja do nosso conhecimento, este estudo foi o primeiro a testar ambas as hipóteses em uma mesma população de pacientes com SCASSST. Nossos resultados mostraram que, para a maioria dos pacientes, a AAP é lábil, com maior prevalência observada durante a fase aguda em comparação com a fase tardia. Esses resultados são consistentes com os dados relatados por Hobikoglu et al., 21 que analisaram duas populações diferentes (um grupo de pacientes hospitalizados Figura 1 – Comparação dos testes COX-1-específicos (AST com AA e VFN) entre as fases aguda e tardia. AST: agregometria de sangue total; AA: ácido araquidônico; VFN: VerifyNow™; URA: unidades de reação ao ácido acetilsalicílico. 4 3,5 2,5 1,5 0,5 3 2 1 0 550 504,39 Aguda Crônica Fases Resultado em Ω do AST com AA Resultado em URA do VFN Aguda Crônica Fases 473,71 p = 0,004 3,06 1,69 p = 0,029 450 350 300 500 400 Tabela 3 – Correlação entre os testes plaquetários na fase aguda AST com AA AST com Col VFN PFA r s –0,429* –0,281* –0,279* AST com AA r s 0,498* 0,393* AST com Col r s 0,318* * p < 0,05. AA: ácido araquidônico; Col: colágeno; AST: agregometria de sangue total; PFA: PFA-100 ® ; r s : coeficiente de correlação de Spearman; VFN: VerifyNow™. 360

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=