ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Artigo Original Dracoulakis et al. Alta atividade plaquetária em uso de AAS na SCA Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):357-363 Tabela 1 – Características demográficas e basais dos pacientes Número de pacientes 70 Idade, anos (média ± DP) 64,2 ± 9,7 Sexo feminino, n (%) 38 (54,3) História médica Diabetes melito, n (%) 34 (48,6) Hipertensão, n (%) 61 (87,1) Dislipidemia, n (%) 58 (82,9) Tabagismo atual, n (%) 11 (15,7) Obesidade, n (%) 16 (22,9) História familiar de DAC, n (%) 28 (40) IAM, n (%) 41 (58,6) CRM ou ICP, n (%) 38 (54,3) ICC, n (%) 6 (8,6) Tipo de SCA Angina instável, n (%) 54 (77,1) IAM SST, n (%) 16 (22,9) Escore TIMI de risco 0 a 2, n (%) 15 (21) 3 a 4, n (%) 45 (64) ≥ 5 (%) 10 (15) Medicações de uso prévio IBP, n (%) 32 (45,7) Betabloqueadores, n (%) 55 (78,6) Bloqueadores de canal de cálcio, n (%) 10 (15) IECA/BRA, n (%) 45 (64,3) Antagonistas da aldosterona, n (%) 3 (4,3) Exames laboratoriais Mediana (25 o /75 o ) Hemoglobina, g/dL 13.7 (12,8/14,7) Leucócitos × 1.000/mm 3 8.0 (6,5/9,2) Plaquetas × 1.000/mm 3 220 (179/273) Creatinina, g/dL 1,0 (0,9/1,2) BRA: bloqueadores do receptor da angiotensina; CRM: cirurgia de revascularização miocárdica; DAC: doença arterial coronariana; IAM: infarto agudo do miocárdio; IBP: inibidores de bomba de prótons; ICC: insuficiência cardíaca congestiva; ICP: intervenção coronariana percutânea; IECA: inibidores da enzima conversora da angiotensina; SCA: síndrome coronariana aguda; SST: supradesnível do segmento ST; TIMI: thrombolysis in myocardial infarction. As variáveis contínuas paramétricas foram apresentadas com média ± desvio padrão, e as não paramétricas como medianas e intervalos interquartis (25-75). Os testes de Mann-Whitney (variáveis não gaussianas) ou T de Student (variáveis gaussianas) não pareado com a correção de Welch foram utilizados quando indicado. Ao comparar dois tempos diferentes, foram utilizados o teste de Wilcoxon para as variáveis não gaussianas e o T de Student pareado para amostras gaussianas. As variáveis categóricas foram apresentadas em frequências relativas e absolutas. As tabelas de distribuição de contingência foram analisadas usando o teste de qui quadrado e o teste exato de Fisher. A análise de correlação entre os testes foi feita com o coeficiente de correlação de Spearman. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. O software utilizado foi o SPSS (IBM Corporation), versão 11. Resultados Características dos pacientes As características demográficas e basais dos pacientes estão resumidas na Tabela 1. Quase metade dos pacientes relatava história prévia de diabetes. A maioria (64%) teve classificação para trombólise no infarto do miocárdio (TIMI) de risco para SCA sem supra de ST igual a 3 ou 4 na admissão. Todos os pacientes estavam em uso de AAS 100 a 200 mg como único antiagregante plaquetário nos últimos 7 dias antes da coleta dos exames, tanto na fase aguda quanto na fase tardia. Objetivo primário Os testes de agregação plaquetária foram divididos em COX‑1-específicos (AST com AA e VFN) e COX-1-não específicos (AST com colágeno e PFA-100 ® ). Os testes COX‑1‑específicos foram associados a maior reatividade plaquetária na fase aguda, em relação à fase tardia (Figura 1). As comparações entre as fases pelos testes COX-1-não específicos não mostraram diferenças significativas (PFA = 215,9 ± 83,75 segundos versus 200,51 ± 84,63 segundos, respectivamente, nas fases aguda e tardia, p = 0,233; AST com colágeno, 7,19 ± 5,64 Ω versus 6,46 ± 5,09 Ω, p = 0,658). Quando os resultados foram categorizados de acordo com os valores de corte preestabelecidos para o diagnóstico de AAP (Tabela 2), os testes COX-1-específicos foram associados a diferenças significativas entre as fases aguda e tardia (AST com AA, 31,4% versus 12,8%, p = 0,015; VFN, 32,1% versus 16%, p = 0,049), enquanto os não específicos não demonstraram diferenças significativas (PFA, 34,2% versus 40%, p = 0,50; AST com colágeno, 33,8% versus 30,8%, p = 0,86). Objetivos secundários Correlação entre os testes plaquetários Na fase aguda, os métodos analisados correlacionaram-se significativamente (Tabela 3). Entretanto, a magnitude dessa correlação foi apenas moderada (r > 0,4) entre AST com AA e AST com colágeno. A correlação entre os outros métodos foi apenas fraca (r > 0,2 e < 0,4). Variação dos marcadores inflamatórios e da reatividade plaquetária entre as fases aguda e tardia Os níveis de proteína C reativa (PCR) diferiram significativamente entre as fases aguda e tardia [mediana PCR = 2,84 mg/dL (1,54 a 8,41) versus 1,41 mg/dL (0,73 a 5,64), p = 0,006], enquanto a interleucina-6 (IL-6) não diferiu entre as duas fases [mediana IL-6 = 2,1 pg/mL (2,0 a 5,68) versus 2,0 pg/mL (2,0 a 3,25), p = 0,110]. Quando a variação da PCR (aguda/tardia) foi comparada com a variação dos 359

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