ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Minieditorial Longenecker Febre reumática: que cor deve ser? Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):355-356 Os autores estão certos em comparar a FR/DRC a outras doenças que têm ônus ou custos semelhantes, a fim de destacar o quão menos é investido na prevenção contra a FR/DRC em comparação com outras doenças. O câncer de mama e o câncer de próstata foram destacados nesta análise; no entanto, também pode se considerar a carga da doença e o financiamento que tem sido direcionado às doenças infecciosas globais. Por exemplo, a mortalidade global anual por malária é apenas três vezes maior do que a FR/DRC, mas o financiamento para pesquisas e desenvolvimento para a malária é 500 vezes maior. 8 A disparidade é ainda pior para o HIV/AIDS. A voz da comunidade de DRC no Brasil e no mundo está se fortalecendo e exigindo a atenção de especialistas em saúde pública. O câncer de mama tem o Outubro Rosa e o câncer de próstata tem o Novembro Azul; então qual cor deve ser dada a uma campanha de saúde pública contra a FR/DRC no Brasil? Vermelho – para refletir a urgência e a gravidade da situação? Talvez se confundisse com o HIV/AIDS. Verde – para refletir as áreas tropicais afetadas pela doença em todo o mundo? Mas essa cor não tem o senso de urgência necessário. Que tal laranja, a cor universal dos sinais de aviso? Em última análise, o Brasil tem que decidir, e a comunidade global de FR/DRC estará presente para ajudá-los quando vocês o fizerem. 1. Watkins DA, Johnson CO, Colquhoun SM, Karthikeyan G, Beaton A, Bukhman G, et al. Global, Regional, and National Burden of Rheumatic Heart Disease, 1990-2015. N Engl J Med. 2017;377(8):713-22. 2. Figueiredo ET, Azevedo L, Rezende ML, Alves LG. Febre reumática: uma doença sem cor. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):345-354. 3. Watkins D, Lubinga SJ, Mayosi B, Babigumira JB. A Cost-Effectiveness Tool to Guide the Prioritization of Interventions for Rheumatic Fever and Rheumatic Heart Disease Control in African Nations. PLoS Negl Trop Dis. 2016;10(8):e0004860. 4. Irlam J, Mayosi BM, Engel M, Gaziano TA. Primary prevention of acute rheumatic fever and rheumatic heart diseasewith penicillin in South African childrenwith pharyngitis: a cost-effectiveness analysis. Circ CardiovascQual Outcomes. 2013;6(3):343-51. 5. Nascimento BR, Brant LCC, Marino BCA, Passaglia LG, Ribeiro ALP. Implementing myocardial infarction systems of care in low/middle-income countries. Heart. 2019;105(1):20-6. 6. Nascimento BR, Beaton AZ, Nunes MCP, Tompsett AR, Oliveira KKB, Diamantino AC, et al. Integration of echocardiographic screening by non-physicians with remote reading in primary care. Heart. 2019;105:283-90. 7. World Health Organization (WHO). 71st World Health Assembly adopts resolution calling for greater action on rheumatic heart disease [Available from: https://www.who.int/ncds/management/rheumatic-heart-disease- resolution/en/. Accessed July 30, 2019. 8. Marijon E, Celermajer DS, Jouven X. Rheumatic Heart Disease - An Iceberg in Tropical Waters. N Engl J Med. 2017;377(8):780-1. Referências Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licença de atribuição pelo Creative Commons 356

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=