ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 Figura 19.6 – Regra dos nove para adultos e bebês. No Brasil, são considerados animais peçonhentos de importância médica que podem determinar diferentes tipos de envenenamento alguns tipos de serpentes, aranhas, insetos e escorpiões (Quadro 19.14). 1317 Em 2014, foram notificados 171.238 acidentes por animais peçonhentos no país, cuja distribuição indica a predominância dos envenenamentos escorpiônicos e ofídicos. 19.15.1. Acidentes Ofídicos 1319 São de importância médica no Brasil quatro gêneros de serpentes, responsáveis por 27.170 acidentes ofídicos notificados em 2014, com incidência de 13,3 casos/100 mil habitantes. Desse total, cerca de 71,4% (Quadro 19.15) são causados por serpentes do gênero Bothrops. A letalidade geral dos acidentes ofídicos, para os casos tratados, tem-se mantido em menos de 0,5% nos últimos anos. Na maioria dos casos, o reconhecimento das manifestações clínicas (Quadro 19.16) e a história epidemiológica do acidente permitem o diagnóstico do tipo de envenenamento. Quadro 19.13 – Recomendações para atendimento de primeiros socorros em queimaduras 1315,1316 Recomendações Classe de Recomendação Nível de Evidência Aplicação de água fria, não gelada, no local de lesão, por pelo menos 10 minutos I B Em caso de formação de bolhas, elas devem permanecer intactas, para que não ocorra piora do processo de cicatrização e a dor seja amenizada IIa B Aplicação de mel pode reduzir o tempo de cicatrização IIb C Aplicação de outras substâncias, como pastas, cremes e produtos medicinais, não são recomendados III C O diagnóstico por meio da identificação do animal é pouco frequente. A gravidade depende da quantidade de veneno inoculado, da região atingida e da espécie envolvida. Nos acidentes botrópico e laquético, o quadro local costuma ser proeminente, enquanto nos acidentes crotálico e elapídico, prevalecem as manifestações neurológicas sistêmicas, decorrentes da paralisia muscular. A alteração na coagulação sanguínea predispõe a sangramentos espontâneos. O tratamento com o antiveneno específico está indicado quando há evidências de envenenamento, sendo o número de ampolas proporcional à gravidade presumida 1318 (Quadro 19.17). 1319 No Brasil, os antivenenos são adquiridos pelo Ministério da Saúde e distribuídos por meio das Secretarias Estaduais de Saúde a hospitais credenciados em municípios estratégicos. Sempre que possível, após a avaliação inicial do paciente e da gravidade do envenenamento, encaminhar o paciente ao serviço de referência mais próximo, onde há o antiveneno. No APH, recomenda-se: 1320 lavar o local da picada, de preferência com água e sabão; na medida do possível, manter a vítima emrepouso; se houver edema, manter omembro elevado; não realizar torniquete; não furar, cortar, queimar, espremer, realizar sucção local ou aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a lesão, pois nenhum remédio caseiro substitui a aplicação do Quadro 19.14 – Animais peçonhentos, segundo grupo e tipo de veneno 1317,1318 Grupo Tipo de envenenamento (nome popular do animal) Serpentes Botrópico (jararaca) Laquético (pico-de-jaca) Crotálico (cascavel) Elapídico (coral verdadeira) Escorpiões Escorpiônico Aranhas Loxoscelismo (aranha marrom) Foneutrismo (aranha armadeira) Latrodectismo (aranha viúva-negra) Insetos Lagartas Síndrome hemorrágica por Lonomia Outras lagartas Himenópteros Picadas por abelhas e vespas 619

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