ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 • Cuidado com locais de violência urbana, com vítimas de arma de fogo ou outras agressões. Nesse caso, o atendimento só pode ser realizado quando os agressores não estiverem no local e, de preferência, com a chegada das forças de segurança. • Lembre-se sempre de identificar-se como médico, assumindo a liderança até a chegada de ajuda. • Não retire as vítimas do local sem imobilização, a não ser que exista risco iminente. • Utilize equipamentos de proteção individual. Considere a cena não segura em caso de risco pessoal, aguardando a chegada dos recursos necessários. 18.6.1. Atendimento de Pacientes Clínicos após Reconhecer a Cena como Segura Em pacientes inconscientes, estabeleça os elos da corrente da sobrevivência, solicite ajuda com DEA e, por meio do telefone 192 ou 193, peça o envio de uma equipe de primeira resposta. Tenha certeza de que a ajuda está a caminho com o desfibrilador, cheque o pulso carotídeo (não gaste mais que 10 segundos) e, se ausente, inicie as compressões torácicas de 100 a 120 por minuto, comprimindo o tórax pelo menos 5 cm e, no máximo, 6 cm (Classe de Recomendação I; Nível de Evidência C). 1221 Se você não dispõe de dispositivo para ventilação ou não é treinado, mantenha apenas as compressões torácicas ( Hands Only ) (Classe de Recomendação IIa; Nível de Evidência C). 1221 Entretanto, se optar por fazer ventilação e for treinado, deve intercalar 30 compressões torácicas com duas ventilações artificiais, até a chegada do DEA. O atendimento de PCR sem trauma têm maiores chances de reversão no local, já o transporte não deve acontecer se a vítima não retornar à circulação espontânea, exceto em caso de risco para a equipe, por questões de segurança ou nas situações em que os recursos necessários para o SAV não estejam disponíveis. Em nosso país, somente médicos podem constatar morte, exceto em casos evidentes (rigidez cadavérica, decaptação, carbonização ou despostejamento). 18.6.2. Chegada do Desfibrilador Externo Automático Com a chegada do DEA, as manobras de compressões torácicas não devem ser interrompidas, a não ser que tenha apenas um socorrista treinado, que deve dar prioridade para instalação do DEA. O DEA não pode ser utilizado durante o transporte, pois os movimentos da viatura podem interferir na análise do ritmo, podendo causas erros. Ressaltamos que o ideal e o recomendado é que o SAV chegue no local em apoio à equipe de SBV com tempo inferior a 20 minutos, de acordo com a portaria GM/MS 2.048. 1217 18.6.3. Chegada da Equipe de Suporte Avançado Com a chegada da equipe de SAV, o médico 1223 assume a liderança e certifica-se do tempo da parada cardíaca, se foi assistida ou não, e se foram indicados choques do DEA. As compressões torácicas não devem ser interrompidas. O ritmo cardíaco deve ser avaliado por meio do monitor cardíaco, com as pás convencionais ou o acoplamento das pás adesivas no desfibrilador. Neste instante, as compressões torácicas devem ser interrompidas, para análise. Se o ritmo for FV ou TVSP, o choque deve ser entregue, sendo de 360 joules para os desfibriladores monofásicos e de 200 joules para bifásicos. A sequência do atendimento segue as recomendações do capítulo de SAV desta diretriz. 1223 A) Acesso Venoso Periférico Sua obtenção não pode retardar as manobras de RCP. 1223 Outras alternativas, na ordem de prioridade, são punção da veia jugular externa ou interna, acesso intraósseo, acesso venoso central e via endotraqueal. Fístulas arteriovenosas e cateteres de longa permanência podem ser usados, mas evitados, pelo risco de infecção. Lembrar que áreas queimadas não contraindicam punções venosas. B) Acesso Intraósseo Pode ser utilizado em qualquer faixa etária. A inserção pode ser feita em três locais: esternal (não recomendado para menores de 3 anos, pelo risco de lesão cardíaca e de grandes vasos), tíbia proximal (tuberosidade) e tíbia distal (acima do tornozelo). C) Acesso Endotraqueal Realizado apenas com tubo orotraqueal. Podem ser administradas vasopressina, atropina, naloxona, adrenalina e lidocaína. 18.7. Medicamentos Durante a Parada Cardiorrespiratória 1223 A administração demedicamentos não pode comprometer as compressões torácicas de alta qualidade, nem retardar a análise do ritmo e a desfibrilação imediata, quando indicada. O uso destes medicamentos segue o algoritmo do SAV desta diretriz. 18.8. Cuidados Pós-Parada Cardíaca Após RCE, devemos preparar o paciente para o transporte adequado para o hospital correto, com capacidade de realizar intervenções para pacientes com SCA, cuidados neurológicos e terapêutica com hipotermia. 18.9. Quando Devemos Interromper os Esforços e Declarar Morte 1224,1225 No Brasil, somente médicos podem interromper as manobras de RCP e declarar óbito, exceto em situações que existam sinais de morte evidente. Equipes de SBV devem manter as manobras de RCP até a chegada da equipe de SAV ou transportar para o pronto-socorro, até avaliação de um médico. Apesar de não ser recomendado o transporte de pacientes sem pulso, nesta situação, faz-se necessário, por conta da legislação brasileira. 606

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