ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 ambiente de unidades críticas. 1172,1181-1186 Diversos são os fatores que podem ser considerados como preditivos da PCR em adultos, a saber, as alterações significativas da FC, 1180,1187-1189 da pressão arterial, 1180,1187-1189 da frequência respiratória, 1180,1186-1190 do DC, 1187 da SatO 2 , 1180,1188-1190 da temperatura corporal (de forma inexplicada), 1180,1188-1190 do estado mental, 1180,1181,1187,1189 da característica da fala, 1187 da diurese nas últimas 4 horas, 1180 bem como a presença de dor, 1187 sangramento agudo significante, 1180 arritmias, 1180 relato do paciente de que não está se sentindo bem e/ou quando o médico ou o enfermeiro relatam estar preocupados com a situação clínica do paciente. 1181,1187,1188 Ressalta-se que esses parâmetros devem ser contextualizados de acordo com a população atendida. 1187 A implementação dos TRR tem mostrado efetividade na prevenção de PCR, bem como na diminuição das taxas de mortalidade hospitalar e nas admissões em unidade de terapia intensiva. 1172,1188,1191-1199 Além disso, o treinamento contínuo da equipe, tanto para a atuação nos TRR quanto para o trabalho conjunto com a equipe local, é imperioso. 1171,1172,1191,1195 17.2. Código Azul Código Azul é um modelo de acionamento de TRR para atendimento da PCR fora de unidades críticas (unidade de terapia intensiva, pronto-socorro ou centro cirúrgico). As tarefas são divididas para multiplicar a chance do resultado favorável. O time deve objetivar chegar à emergência em 4 minutos para o Código Amarelo e em 3 minutos no Código Azul. Cada componente assume papel fundamental, e o líder organiza a equipe, monitora a atuação e a asistência a cada membro, facilita o entendimento, e concentra-se no tratamento abrangente do paciente. 17.2.1. Objetivos • Sistematizar o atendimento de pacientes com suspeita de PCR, de forma a abreviar, ao máximo, o acesso ao SBV e SAV. • Aumentar a taxa de sobrevida em pacientes com PCR. • Verificar a incidência e analisar a forma como são atendidas as PCR. • Diminuir os custos hospitalares e sociais das PCR. 1178,1200 17.2.2. Registro de Ressuscitação Intra-Hospitalar: Importância Reconhecidamente, os registros são fundamentais sob os aspectos ético e legal, como instrumentos de avaliação das intervenções realizadas e indicador de qualidade. 1202 No contexto do atendimento da PCR, o modelo Utstein é utilizado para padronizar os registros, possibilitando a comparação adequada, de forma sistemática, dos resultados obtidos na RCP. 1200,1201,1203-1212 17.3. Padronização do Carro de Emergência É fundamental a padronização dos carros de emergência nas diferentes unidades hospitalares, com o objetivo de uniformizar o conteúdo, de acordo ao público ao qual se destina. 1200,1210 Baseado no The Code Cart Statement da AHA, o carro de emergência deve ser dividido de acordo com quatro finalidades: avaliação diagnóstica; controle das vias aéreas; acesso vascular e controle circulatório; e, por último, medicamentos. O conteúdo deve ser classificado em níveis de prioridades a saber: 1201,1210 • Nível 1: itens essenciais, que devem estar disponíveis imediatamente. • Nível 2: itens altamente recomendados, que devem estar disponíveis em, no máximo,15 minutos. • Nível 3: itens recomendados, mas são opcionais. Caso os fármacos e os equipamentos classificados como nível 2 não possam estar disponíveis na unidade para acesso em até 15 minutos, devem permanecer nos carros de emergência. As portarias GM/MS 3.432, de 12 de agosto de 1998, e SAS/MS 123, de 28 de fevereiro de 2005, 1213,1214 determinam a necessidade de carro de emergência com desfibrilador/ cardioversor, contendo material de intubação, medicamentos e material para atendimento de emergência na proporção de um carro para cada dez leitos. Todas as unidades de atendimento de pacientes devem ter carro de emergência disponível, em local de fácil acesso, de modo que possa ser deslocado rapidamente, e os profissionais de saúde que atuam no atendimento devem conhecer a disposição de seu conteúdo e ter habilidade em seu manuseio. A manutenção do carro de emergência, que sempre deve estar em perfeito estado e pronto para o uso, é de fundamental importância. Para tal, é imprescindível que, após cada uso, sejam realizadas a reposição e a conferência de todos os materiais e medicamentos; seja utilizado lacre de segurança, para assegurar a composição completa do carro de emergência; sejam feitos a conferência e o registro diários do lacre de segurança, além de teste do monitor/ desfibrilador; sejam realizadas manutenções preventivas periódicas do monitor/desfibrilador; sejam verificadas e conferidas mensalmente as datas de validade dos materiais e medicamentos, bem como seja feita sua limpeza. A seguir, serão apresentadas sugestões e que devem ser planejadas de acordo com a realidade de trabalho de cada local, dispondo de um estoque mínimo de materiais e medicamentos, uma vez que o excesso ou a falta deles prejudicam o atendimento (Quadros 17.1 a 17.3). 1178,1200,1210 18. Atendimento Pré-Hospitalar, Regulação e Transporte 18.1. Introdução O APH e o transporte sanitário no Brasil devem fundamentar-se na portaria GM/MS 2.048, de 5 de novembro de 2005, que normatiza a equipe de atendimento de urgência e emergência, os veículos de SBV e SAV e e as Centrais de Regulação Médica. Esse modelo é influenciado pelos sistemas francês e norte-americano, que utilizam profissionais 600

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