ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 Quadro 15.4 – Indicações de oxigenação extracorpórea venovenosa em adultos Diagnósticos Indicações Contraindicações Pneumonias bacterianas Pneumonias virais Síndromes aspirativas pulmonares Síndrome do desconforto respiratório agudo Tromboembolismo pulmonar Crise asmática grave Ponte para transplantepulmonar Hipercapnia com manutenção do pH ≤ 7,20 com FR ≥ 35 ipm e volume corrente ≥ 6 mL/kg Escore de Murray ( Lung Injury Score ) > 3 com o paciente em piora do quadro clínico PaO 2 /FiO 2 ≤ 80 com FiO 2 ≥ 0,8 por ≥ 6 horas, apesar de manobras de resgate (prona e bloqueador neuromuscular) Necessidade de intubação em um paciente na lista de transplante de pulmão Absolutas Pacientes moribundos IMC > 40-45 kg/m 2 Pneumopatas crônicos em uso domiciliar de oxigênio sem perspectiva de transplante pulmonar Doença crônica limitante FR: frequência respiratória; PaO 2 /FiO 2 : relação entre pressão parcial de oxigênio plasmática/fração inspirada de oxigênio; IMC: índice de massa corporal. Quadro 15.5 – Indicações de oxigenação extracorpórea venoarterial em adultos Diagnósticos Indicações Contraindicações Miocardites Infarto agudo do miocárdio Takotsubo Contusão miocárdica Choque cardiogênico refratário a drogas vasoativas Falência cardiorrespiratória pós-cardiotomia Depressão cardiovascular nas intoxicações exógenas Ponte para transplante cardíaco PCR refratária não responsiva às manobras habituais de ressuscitação Choque cardiogênico refratário a inotrópicos e vasoconstritores, além de BIA, se for o caso PCR prolongada (5-30 minutos) se o paciente for considerado recuperável, desde que a parada tenha sido assistida e a ECMO estabelecida dentro de, no máximo, 1 hora e em locais com programa de ECMO bem estabelecido Absolutas Miocardiopatia terminal em paciente não candidato para transplante ou ventrículo artificial Idade avançada, disfunção crônica de órgãos (enfisema, cirrose e insuficiência renal), compliance (limitações financeiras, cognitivas, psiquiátricas ou sociais) RCP prolongada sem perfusão tecidual adequada Relativas Contraindicação para anticoagulação Obesidade BIA: balão intra-aórtico; PCR: parada cardiorrespiratória; ECMO: oxigenação por membrana extracorporeal; RCP: reanimação cardiopulmonar. realização de transplante pulmonar e cardíaco, equipe de cirurgia cardiovascular habilitada em menos de 30 minutos, radiologia intervencionista e neurocirurgia. 1114,1115 Classe de Recomendação Recomenda-se: a estruturação de poucos centros especializados em ECMO como referência para a captação de pacientes (Classe de Recomendação I; Nível de Evidência C); • O implante de ECMO ou de qualquer outro dispositivo de ECLS deve ser realizado por profissionais capacitados e com treinamento prévio (Classe de Recomendação I; Nível de Evidência C) • Pacientes que necessitem de ECMO devem ser transferidos para serviços especializados após RCP inicial (Classe de Recomendação IIa; Nível de Evidência B) • A distribuição dos centros deve ser de tal forma que atenda, no mínimo, de 12 a 20 pacientes ao ano (Classe de Recomendação IIa; Nível de Evidência B) 15.4. Extracorporeal Life Support no Choque Cardiogênico A IC pode se apresentar de várias formas clínicas. A mais crítica é o choque cardiogênico, caracteriza do por pressão arterial sistólica < 80 a 90 mmHg (ou valor de 30 mmHg inferior ao nível basal, por 30 minutos sem resposta à reposição volêmica), índice cardíaco < 2,2 L/min/m 2 com suporte inotrópico ou 1,8 L/min/m 2 sem suporte terapêutico, pressão de oclusão da artéria pulmonar > 18 mmHg; parâmetros clínicos-laboratoriais de má perfusão periférica, como oligúria, alteração do nível de consciência, pele fria e pegajosa, e aumento do lactato arterial. 1109,1110 Após otimização terapêutica, alguns pacientes podem manter DC abaixo do esperado e necessitar de suporte extracorpóreo adicional, o que chamamos de Suporte Mecânico Circulatório (MCS, Mechanical Circulatory Support ) (Figura 15.1). Os principais recursos de suporte circulatório disponíveis no Brasil são os descritos a seguir. 15.4.1. Balão Intra-Aórtico de Contrapulsação Este é o dispositivo de assistência ventricular mais utilizado e pode ser instalado a beira leito, com capacidade de aumentar o DC. Locado por via percutânea na aorta descendente por punção na artéria femoral, é capaz de aumentar a pressão de perfusão das coronárias quando se infla durante a diástole e diminuir a pós-carga durante seu esvaziamento completo na sístole ventricular. Entretanto, apesar de fisiologicamente o uso de BIA estar indicado, seu emprego rotineiro em pacientes com choque cardiogênico pós-SCA vem sendo questionado. 1111-1113 593

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=