ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Atualização Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 ser usada para a adrenalina e uma única vez, sabendo-se que a absorção por via pulmonar é lenta, imprevisível e a resposta, em geral, é insatisfatória. 1084 A adrenalina está indicada quando a ventilação adequada e a massagem cardíaca efetiva não elevaram a FC acima de 60 bpm. Quando não há reversão da bradicardia com o uso da adrenalina, pode-se repeti-la a cada 3 a 5 minutos (sempre por via endovenosa, na dose 0,03 mg/kg) e considerar o uso de expansores de volume, caso o paciente esteja pálido ou existam sinais de choque. A expansão de volume é feita com soro fisiológico, na dose de 10 mL/kg, que pode ser repetida a critério clínico. Com o uso do expansor, espera-se o aumento da pressão arterial e a melhora dos pulsos e da palidez. Se não houver resposta, deve-se verificar a posição da cânula traqueal, o uso do oxigênio a 100%, a técnica da ventilação e da massagem e a permeabilidade da via de acesso vascular. Lembrar que doses elevadas de adrenalina (> 0,1 mg/kg) não devem ser empregadas em RN, pois levam à hipertensão arterial grave, diminuição da função miocárdica e piora do quadro neurológico; a expansão rápida da volemia pode se associar à hemorragia intracraniana nos prematuros. A presença de assistolia aos 10 minutos de vida é forte preditor de mortalidade e morbidade em todas as idades gestacionais, sendo razoável interromper os procedimentos de reanimação. Entretanto, a decisão de continuar ou interromper tais procedimentos precisa ser individualizada. 13.10. Consideração Final Um resumo das principais recomendações da reanimação neonatal em sala de parto que foram lançadas em 2015, acompanhada pelo Nível de Evidência, 1085 encontra-se nos quadros 13.2 e 13.3. A ventilação pulmonar é o procedimento mais importante e efetivo na reanimação em sala de parto e, quando necessária, deve ser iniciada nos primeiros 60 segundos de vida (“Minuto de Ouro”). O risco de morte ou morbidade aumenta em 16% a cada 30 segundos de demora para iniciar a VPP, de modo independente do peso ao nascer, da idade gestacional ou de complicações na gravidez ou no parto. 1086 A reanimação ao nascimento é uma das oito intervenções estratégicas para diminuir a mortalidade infantil em nível mundial. Estima-se que o atendimento ao parto por profissionais de saúde habilitados possa reduzir em 20 a 30% as taxas de mortalidade neonatal, enquanto o emprego das técnicas de reanimação resulte em diminuição adicional de 5% a 20% nestas taxas, com redução de até 45% das mortes neonatais por asfixia. 1087 14. Suporte Avançado de Vida em Insuficiência Cardíaca 14.1. Introdução A IC Aguda (ICA) é a principal causa de internação hospitalar nos países desenvolvidos e no Brasil, ocupando a terceira posição geral e a primeira dentre as causas cardiovasculares. Trata-se de uma doença com elevado índice de mortalidade, cujo tratamento é complexo e individualizado, devido às distintas formas de apresentação clínica. A IC, em sua fase descompensada, é uma síndrome diferente da IC crônica, que necessita de estratégias, abordagem diagnóstica e terapêutica distintas. 1088,1089 14.2. Definição A ICA é definida como doença de rápida instalação, cuja disfunção pode ser de origem sistólica ou diastólica, como também decorrente das alterações do ritmo cardíaco, da pré e pós-carga do VE, podendo ser classificada na forma aguda ou como uma exacerbação aguda da IC crônica. 14.2.1. Insuficiência Cardíaca Aguda É uma síndrome clínica de IC, que acomete pacientes sem diagnóstico prévio, desencadeada por situações clínicas Tabela 13.3 – Medicações para reanimação do recém-nascido na sala de parto Medicações Adrenalina endovenosa Adrenalina endotraqueal Expansor de volume Diluição 1:10.000 1 mL adrenalina 1:1.000 em 9 mL de SF 1:10.000 1 mL adrenalina 1:1.000 em 9 mL de SF SF Preparo 1 mL 5 mL 2 seringas de 20 mL Dose 0,1-0,3 mL/kg 0,5-1,0 mL/kg 10 mL/kg EV Peso ao nascer, kg 1 0,1-0,3 mL 0,5-1,0 mL 10 mL 2 0,2-0,6 mL 1,0-2,0 mL 20 mL 3 0,3-0,9 mL 1,5-3,0 mL 30 mL 4 0,4-1,2 mL 2,0-4,0 mL 40 mL Velocidade e precauções Infundir rápido na veia umbilical seguido por 0,5-1,0 mL de SF Infundir na cânula traqueal e ventilar. Uso único Infundir na veia umbilical lentamente, em 5 a 10 minutos SF: soro fisiológico; EV: via endovenosa. 581

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=