ABC | Volume 113, Nº3, Setembro 2019

Artigo Especial Paralímpicos – Adendo à Atualização da Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e Esporte Paralympics – Addendum to the Update on the Guidelines for Sport and Exercise Cardiology of the Brazilian Society of Cardiology and the Brazilian Society of Exercise and Sports Medicine Japy Angelini Oliveira Filho, 1 A ntônio Claudio Lucas da Nóbrega, 2 Luiz Gustavo Marin Emed, 3 Marcelo Bichels Leitão, 4,5 Roberto Vital 6, 7 Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, 1 São Paulo, SP – Brasil Universidade Federal Fluminense, 2 Niterói, RJ – Brasil Hospital Cardiológico Costantini, 3 Curitiba, PR – Brasil Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, 4 São Paulo, SP – Brasil Universidade Federal do Paraná, 5 Curitiba, PR – Brasil Comitê Paralímpico Brasileiro, 6 São Paulo, SP – Brasil Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 7 Natal, RN – Brasil Palavras-chave Esportes; Atletas/história; Atletas/legislação & jurisprudência; Pessoas com Deficiência; Medicina Física e Reabilitação; Perda Auditiva; Transtornos de Visão. Correspondência: Japy Angelini Oliveira Filho • Universidade Federal do Rio de Janeiro - Av. Pedro Calmon, 550. CEP 21941-901 Rio de Janeiro, RJ – Brasil E-mail: japyoliveira@uol.com.br DOI: 10.5935/abc.20190194 Paratletas ou atletas portadores de necessidades especiais Os esportes paralímpicos compreendem um grupo amplo de atividades esportivas destinadas a indivíduos portadores de necessidades especiais que participam em competições em diversos níveis. O Movimento Paralímpico se iniciou em 1888 em Berlim, com a fundação dos primeiros clubes esportivos para deficientes auditivos. Em 1922, foi fundada a Organização Mundial de Esportes para Surdos (CISS) e organizados os Jogos Silenciosos. Em 1989, foi fundado em Dusseldorf o Comitê Paralímpico Internacional (http://www.paralympic.org) relacionado a diversas federações ligadas a atletas comnecessidades especiais. Em 1945, Ludwig Guttmann, médico especializado em neurocirurgia, iniciou programas de reabilitação para veteranos portadores de necessidades especiais da II Guerra no Centro Nacional de Lesados Medulares de Stoke Mandeville, na Inglaterra. A primeira competição foi realizada com 16 veteranos de guerra em29 de julho de 1948, na abertura das Olimpíadas de Londres. Em 1960, ocorreu a I Paralimpíada em Roma, com 400 atletas de 23 países; na ocasião, o papa João XXIII cognominou Guttmann de “OCoubertin dos Desportistas Deficientes”. Desde os Jogos de Verão de 1988 e os Jogos de Inverno de 1992, as Paralimpíadas foram realizadas nas mesmas cidades das Olimpíadas. Em 1958 iniciou-se no Brasil, o esporte paralímpico, quando o cadeirante Robson Sampaio de Almeida e Aldo Miccolis, preparador físico, fundaram o Clube do Otimismo. Logo após, Sérgio Seraphin Del Grande, portador de necessidades especiais, criou o Clube dos Paraplégicos de São Paulo. A Associação Nacional de Desporto de Deficientes (ANDE) foi criada em 1975. Em 1995, foi fundado o Comitê Paralímpico Brasileiro (http:// www.cpb.org.br ), com sede na cidade de Niterói/RJ, transferida para Brasília/DF em 2002. O Comite Paralímpico Brasileiro tem como visão, missão e princípios: “1 - Visão: Representar e liderar o movimento paralímpico brasileiro, buscando a promoção e o desenvolvimento do esporte de alto rendimento para pessoas com deficiência; 2 - Missão: Exercer a representação legítima do desporto paralímpico brasileiro; Organizar a participação do Brasil em competições continentais, emmundiais e em Jogos Paralímpicos; Promover o desenvolvimento dos diversos esportes paralímpicos no Brasil, em articulação com as respectivas organizações nacionais; Promover a universalização do acesso das pessoas com deficiência à prática esportiva em seus diversos níveis; 3 - Princípios: Trabalhar em regime de total parceria com as áreas técnicas das associações e confederações nacionais filiadas e vinculadas ao Comitê Paralímpico Brasileiro, valorizando a convergência de objetivos emprol do desenvolvimento de todo o segmento esportivo paralímpico brasileiro”. A Medicina Paralímpica trata dos cuidados relacionados aos atletas com necessidades especiais. 1 O International Paralympic Committee, desde 1994, tempor fim trazer suporte científico ao paralimpismo, sem interferir com os atletas, o treinamento e a organização dos jogos. 2 O Paralimpismo se constitui a partir de quatro valores fundamentados pelo International Paralympic Committee : coragem, determinação, inspiração e igualdade. 3 O desenvolvimento de próteses especializadas e equipamentos, tais como cadeiras de rodas específicas para esporte, é fundamental para o melhor aproveitamento da função mecânica residual do paratleta. 4,5 A análise cinemática bidimensional do gesto atlético pode ser útil diante da extensa diversidade na capacidade funcional residual dos paratletas. 6 Psicólogos afeitos à área dos esportes devem assessorar os 339

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