ABC | Volume 113, Nº2, Agosto 2019

Artigo Original Saad et al. Utilização de serviços de saúde e custos após ablação para FA Arq Bras Cardiol. 2019; 113(2):252-257 coorte retrospectivo, que incluiu 118 pacientes consecutivos submetidos a ablação por radiofrequência para FA paroxística durante um seguimento médio de 32 ± 15 semanas, estimou‑se que a partir do 5º ano os custos acumulados totais seriammenores em pacientes submetidos a ablação em comparação com o tratamento médico. 14 Em dois modelos econômicos canadenses, a neutralidade do custo ocorreria entre 2 e 4 anos de seguimento. 13,15 Esses três estudos, no entanto, não foram totalmente baseados nos dados coletados, incluindo projeções futuras e modelagens. Algumas limitações do nosso estudo devem ser citadas. O conjunto de dados utilizado para todas as análises foi baseado em informações de cobrança do paciente, sendo os pacientes anônimos para as pesquisas. Portanto, o contato direto para determinar a recorrência não foi possível. Isso poderia superestimar a taxa de sucesso, pois a recorrência foi baseada apenas no uso de recursos de saúde (uso de medicamentos antiarrítmicos na sala de emergência, cardioversão ou procedimentos repetidos) ou indiretamente, através da compra de medicamentos antiarrítmicos nas farmácias pelo paciente. O uso de um banco de dados administrativo acarreta o risco de viés como qualquer estudo retrospectivo, bem como os problemas associados à falta de informações clínicas individuais dos pacientes. Além disso, não incluímos os custos commedicamentos ambulatoriais, uma vez que essas informações não estavam disponíveis no conjunto de dados de informações de cobrança dos pacientes, o que não incluiu os gastos particulares dos pacientes. Finalmente, o tamanho da amostra não foi grande, e a análise de possíveis preditores de maiores reduções de custo após o procedimento de ablação provavelmente foi fraca. Conclusão Nesta amostra de pacientes do setor de saúde privado brasileiro, a ablação por cateter da FA foi associada a custos significativamente menores – tanto ambulatoriais quanto hospitalares. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Saad EB, Tayar DO, Ribeiro RA, Junqueira Jr. SM, Andrade P, d'Avila A; Obtenção de dados: Tayar DO; Análise e interpretação dos dados: Saad EB, Tayar DO, Ribeiro RA, Andrade P, d'Avila A; Análise estatística: Ribeiro RA; Obtenção de financiamento: Junqueira Jr. SM, Andrade P; Redação do manuscrito: Saad EB, Tayar DO, Ribeiro RA, d'Avila A; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Saad EB, Tayar DO, Junqueira Jr. SM, Andrade P, d'Avila A. Potencial conflito de interesses Dr. Eduardo Benchimol Saad recebeu honorários de palestras pela BioneseWebster e Biotronik. Dra. DaianeOliveira Tayar é empregada da empresa Johnson and Johnson Medical Brasil (Departamento de Economia e Mercado de Acesso). Dr. Rodrigo Antonini Ribeiro recebeu auxílio relacionado ao projeto em análise e consultor externo contratado pela Johnson and JohnsonMedical Brasil. Dr. SilvioMauro Junqueira Jr. é empregado da empresa Johnson and Johnson Medical Brasil (Departamento de Economia e Mercado de Acesso). Dra. Priscila Andrade é empregado da empresa Johnson and JohnsonMedical Brasil (Departamento de Economia eMercado de Acesso). Dr. Andre d'Avila não há conflito de interesses. Fontes de financiamento O presente estudo foi financiado pela Johnson and Johnson Medical Brasil. Vinculação acadêmica Nãohávinculaçãodesteestudoaprogramasdepós‑graduação. Aprovação ética e consentimento informado Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores. 1 Yang PS, Ryu S, KimD, Jang E, YuHT, KimTH, et al. Variations of prevalence and incidence of atrial fibrillation and oral anticoagulation rate according to different analysis approaches. Sci Rep. 2018;8(1):6856. 2. Colilla S, Crow A, PetkunW, Singer DE, Simon T, Liu X. Estimates of current and future incidence and prevalence of atrial fibrillation in the U.S. adult population. Am J Cardiol. 2013;112(8):1142-7. 3. Marcolino MS, Palhares DM, Benjamin EJ, Ribeiro AL. Atrial fibrillation: prevalence in a large database of primary care patients in Brazil. Europace. 2015;17(12):1787-90. 4. Rahman F, Kwan GF, Benjamin EJ. Global epidemiology of atrial fibrillation. Nat Rev Cardiol. 2014;11(11):639-54. 5. Ball J, Carrington MJ, McMurray JJ, Stewart S. Atrial fibrillation: profile and burden of an evolving epidemic in the 21st century. Int J Cardiol. 2013;167(5):1807-24. 6. Steger C, Pratter A, Martinek-Bregel M, Avanzini M, Valentin A, Slany J, et al. Stroke patients with atrial fibrillation have a worse prognosis than patients without: data from the Austrian Stroke registry. Eur Heart J. 2004;25(19):1734-40. 7. KimuraK,MinematsuK,YamaguchiT; JapanMulticenterStroke Investigators’ Collaboration (J-MUSIC). Atrial fibrillation as a predictive factor for severe stroke and early death in 15,831 patients with acute ischaemic stroke. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2005;76(5):679-83. 8. Dulli DA, Stanko H, Levine RL. Atrial fibrillation is associated with severe acute ischemic stroke. Neuroepidemiology. 2003;22(2):118-23. 9. Goldberg A, MenenM, Mickelsen S, MacIndoe C, Binder M, Nawman R, et al. Atrial fibrillation ablation leads to long-term improvement of quality of life and reduced utilization of healthcare resources. J Interv Card Electrophysiol. 2003;8(1):59-64. Referências 256

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=