ABC | Volume 113, Nº2, Agosto 2019

Artigo Original Coll et al Medição não-invasiva de débito cardíaco Arq Bras Cardiol. 2019; 113(2):231-239 Tabela 3 – Alterações nas médias das características hemodinâmicas e cardiorrespiratórias em repouso, submáximas e máximas Variável Teste 1 Média ± 90% IC Teste 2 Média ± 90% IC Viés Média ± 90% IC MDD Probabilidade (%) para Viés maior/ trivial/menor que MDD TE ± 90% CI Repouso TC (W) 1,2 ± 0,1 1,2 ± 0,1 0,0 ± 0,1 0,1 11,3/77,4/11,3 (pouco claro) 0,2 ± 0,3 (pequeno) DC (l/min) 5,61 ± 0,30 6,04 ± 0,31 + 0,43 ± 0,19 0,47 43,6/56,4/0,0 (possivelmente trivial) 0,6 ± 0,3 (moderado) VS (ml) 83 ± 6 87 ± 7 +4 ± 3 10 13,2/86,2/0,6 (provavelmente trivial) 0.3 ± 0.2 (pequeno) FC (1/min) 71 ± 4 74 ± 5 +3 ± 2 7 15,1/84,4/0,5 (provavelmente trivial) 0,3 ± 0,2 (pequeno) PAM (mmHg) 96 ± 4 92 ± 4 -4 ± 3 6 8,5/53/38,5 (pouco claro) 0,2 ± 0,2 (pequeno) Submáximo TC (W) 3,6 ± 0,5 3,4 ± 0,4 -0,2 ± 0,3 0,7 9,1/89,9/1,0 (provavelmente trivial) 0,2 ± 0,3 (pequeno) DC (l/min) 13,95 ± 1,23 13,66 ± 1,04 -0,29 ± 1,07 1,77 1,6/92,5/5,9 (provavelmente trivial) 0,1 ± 0,5 (pequeno) VS (ml) 100 ± 7 100 ± 8 -1 ± 6 12 2,9/94,2/2,9 (provavelmente trivial) 0,1 ± 0,4 (pequeno) FC (1/min) 133 ± 10 131 ± 10 -3 ± 2 15 2,4/91,1/6,5 (provavelmente trivial) 0,1 ± 0,1 (pequeno) PAM (mmHg) 115 ± 6 112 ± 6 -3 ± 1 9 0,8/90,7/8,5 (provavelmente trivial) 0,2 ± 0,1 (pequeno) Máximo TC (W) 4,4 ± 0,5 4,2 ± 0,5 -0,2 ± 0,3 0,7 11,3/87,0/1,7 (provavelmente trivial) 0,2 ± 0,3 (pequeno) DC (l/min) 16,09 ± 1,31 15,51 ± 1,28 -0,58 ± 1,01 2,01 1,0/89,9/9,1 (provavelmente trivial) 0,2 ± 0,4 (pequeno) VS (ml) 98 ± 9 95 ± 10 -3 ± 7 14 1,7/90,1/8,2 (provavelmente trivial) 0,2 ± 0,4 (pequeno) FC (1/min) 164 ± 7 161 ± 7 -3 ± 3 11 1,0/89,9/9,1 (provavelmente trivial) 0,2 ± 0,2 (pequeno) PAM (mmHg) 123 ± 6 122 ± 6 -1 ± 4 9 1,8/94,2/4,0 (provavelmente trivial) 0,1 ± 0,3 (pequeno) P (W) 187 ± 23 190 ± 25 +3 ± 6 38 3,2/95,0/1,8 (muito provavelmente trivial) 0,1 ± 0,1 (pequeno) VO 2 (l/min) 2,40 ± 0,27 2,39 ± 0,29 -0,01 ± 0,07 0,43 3,1/93,2/3,7 (provavelmente trivial) 0,0 ± 0,1 (pequeno) IC: intervalo de confiança; MDD: menor diferença detectável; TE: tamanho do efeito; TC: trabalho cardíaco; DC: débito cardíaco; VS: volume sistólico; FC: frequência cardíaca; PAM: pressão arterial média; P: carga de trabalho; VO 2 : consumo de oxigênio. Discussão Nossos principais achados foram: (1) não houve viés sistemático para todos os parâmetros medidos durante todas as condições, (2) todos os parâmetros hemodinâmicos medidos não invasivamente mostraram confiabilidade teste- reteste pequena a grande, ao passo que o TC máx demonstrou confiabilidade superior aos seus parâmetros subjacentes e (3) O TC mostrou-se independente das medidas da estrutura e função cardíacas, bem como dos parâmetros tradicionais do esforço cardiopulmonar. Nosso primeiro achado foi que não houve viés sistemático durante todas as condições do exame. Esses resultados estão de acordo comestudos posteriores que investigaramos parâmetros de esforço hemodinâmicos e cardiopulmonares. 26,49 No geral, em nosso estudo, o viés sistemático devido à aprendizagem, motivação do indivíduo e efeitos fatigantes, bem como erros nos procedimentos de calibração, podem ser excluídos. 45,50 Essa hipótese sustenta o desenho da nossa pesquisa. O segundo grande achado foi que todos os parâmetros hemodinâmicos medidos não invasivamente mostraram uma confiabilidade teste-reteste aceitável durante os esforços submáximo, máximo e em repouso. Jones et al., 26 mostraram, inicialmente, boa confiabilidade teste-reteste da BT em uma população sadia em repouso, bem como durante esforços submáximos e máximos. No entanto, a confiabilidade teste-reteste aceitável foi impactada pelo fato de que, anteriormente, excluímos um número significativo de outliers (n=8) devido a erros de medição. Vale ressaltar, ainda, que a confiabilidade de nossas medidas de BT foi, até certo ponto, inferior em comparação a um estudo anterior no qual foi avaliada a confiabilidade de uma tecnologia comparável (impedância cardiográfica baseada na morfologia do sinal batimento por batimento) para avaliar a resposta hemodinâmica. 20 Uma possível explicação para as diferenças pode ser pelo fato de que investigamos a confiabilidade sob condições menos padronizadas, e outra explicação poderia estar relacionada a diferenças tecnológicas significativas. No geral, quando se excluem os outliers, a BT pode ser considerada uma tecnologia apropriada para avaliar não apenas o estado hemodinâmico em um ambiente de pesquisa, mas também na prática cotidiana. A tarefa central do coração é produzir CO suficiente e manter uma PAM adequada. Portanto, o desempenho cardíaco pode ser melhor explicado pelo TC, por considerar as capacidades de geração de fluxo e de geração pressão do coração. 29 Na insuficiência cardíaca crônica, a aplicação da medida hemodinâmica ao teste de esforço cardiopulmonar padrão pode ajudar a explicar o mecanismo subjacente de intolerância ao exercício com impacto na tomada de decisão 235

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