ABC | Volume 113, Nº2, Agosto 2019

Minieditorial Ferrari & Menegazzo Strain longitudinal global ou fração de ejeção? Arq Bras Cardiol. 2019; 113(2):195-196 de 19,09 ± 9,52 mL.kg.min, inclinação de VE/VCO 2 de 39,43 ± 9,91, recuperação da frequência cardíaca (RFC) de 19,65 ± 17,42 e um T 1/2 VO 2 (s) de 168,61 ± 43,90. Foi observada uma correlação estatisticamente significativa entre o SLG e todas as variáveis do TECP analisadas, leia-se: RFC, maxVO 2 , inclinação de VE/VCO 2 e T 1/2 VO 2 (s). Em relação à RFC no primeiro minuto pós-esforço, naqueles pacientes cuja redução da FC foi mais demorada, observou-se uma forte correlação com valores mais baixos no SLG. Quando a FEVE foi confrontada aos dados obtidos pelo TECP, houve correlação significativa apenas com o maxVO 2 (direta) e com o T 1/2 VO 2 (s) (inversa). Todavia, o SLG foi capaz de predizer todas as variáveis analisadas pelo TECP. Em síntese, a mensagem central do estudo é a demonstração da correlação da capacidade funcional e de outras variáveis do TECP ao SGL, ambos com papel prognóstico estabelecido, e a demonstração de que o SLG pode ser mais preciso para classificação da gravidade dos pacientes com IC comparado à FEVE, o que agrega importante conhecimento e possíveis aplicações futuras nesse cenário. Entretanto, no estudo de Maia et al. 13 há ressalvas importantes que devem ser consideradas. O baixo tamanho da amostra é uma limitação importante do estudo, o que não permite que os dados sejam extrapolados e usados ainda de maneira rotineira na prática clínica. O estudo também não teve desenho e poder para a demonstração do impacto prognóstico dos achados. Por outro lado, os dados corroboram comachados prévios da literatura, indicando que quantomenor o valor encontrado no SLG encontrado, menor tende a ser a capacidade funcional do indivíduo; esses dados são relevantes, pois predizem pior prognóstico. Esses achados ajudam a abrir novas portas e perspectivas para maiores estudos nesse cenário, os quais podem confirmar as importantes mensagens apresentadas na literatura e fortalecida pelos autores brasileiros. 1. Bloom MW, Greenberg B, Jaarsma T, Januzzi JL, Lam CSP, Maggioni AP, et al. Heart failure with reduced ejection fraction. Nat Rev Dis Primers. 2017 Aug 24;3:17058. 2. Savarese G, Lund LH. Global Public Health Burden of Heart Failure. Card Fail Rev. 2017;3(1):7-11. 3. AlbuquerqueDC,NetoJD,BacalF,RohdeLE,Bernardez-PereiraS,Berwanger O, et al. I brazilian registry of heart failure - clinical aspects, care quality and hospitalization outcomes. Arq Bras Cardiol. 2015;104(6):433-42. 4. ChoiHM,ParkMS,Youn JC.Updateonheart failuremanagementand future directions. Korean J Intern Med. 2019;34(1):11-43. 5. Arena R, Myers J, Guazzi M. The clinical importance of cardiopulmonary exercise testing and aerobic training in patients with heart failure. Rev Bras Fisioter. 2008;12(2):75-87. 6. ManciniDM,EisenH,KussmaulW,MullR,EdmondsLHJr,WilsonJR.Valueof peakexerciseoxygenconsumptionforoptimaltimingofcardiactransplantation in ambulatory patients with heart failure. Circulation. 1991;83(3):778-86. 7. Myers J, Arena R, Dewey F, Bensimhon D, Abella J, Hsu L, et al. A cardiopulmonary exercise testing score for predicting outcomes in patients with heart failure. AmHeart J. 2008;156(6):1177-83. 8. Leite JJ, Mansur AJ, De Freitas HF, Chizola PR, Bocchi EA, Terra-FilhoM, et al. Periodic breathing during incremental exercise predicts mortality in patients with chronic heart failure evaluated for cardiac transplantation. J Am Coll Cardiol. 2003;41(12):2175-81. 9. Owan TE, Hodge DO, Herges RM, Jacobsen SJ, Roger VL, Redfield MM. Trends in prevalence and outcome of heart failure with preserved ejection fraction. N Engl J Med. 2006;355(3):251-9. 10. Marwick TH, Shah SJ, Thomas JD. Myocardial strain in the assessment of patients with heart failure: a review. JAMA Cardiol. 2019 Feb 27. [Epub ahead of print]. 11. Park JJ,Park JB,Park JH,ChoGY.Global longitudinalstraintopredictmortality in patients with acute heart failure. J AmColl Cardiol. 2018;71(18):1947-57. 12. Sengeløv M, Jørgensen PG, Jensen JS, Bruun NE, Olsen FJ, Fritz-Hansen T, et al. Global longitudinal strain is a superior predictor of all-cause mortality in heart failure with reduced ejection fraction. JACC Cardiovasc Imaging. 2015;8(12):1351-59. 13. Maia RJC, Brandão SCS, Brandão DC, Leite J, Parente GB, Pinheiro F, et al. Global Longitudinal Strain Predicts Poor Functional Capacity in Patients with Systolic Heart Failure. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(2):188-194. Referências Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licença de atribuição pelo Creative Commons 196

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