ABC | Volume 113, Nº2, Agosto 2019

Artigo Original Maia et al Strain longitudinal global na capacidade funcional Arq Bras Cardiol. 2019; 113(2):188-194 Figura 1 – Gráfico de dispersão do índice do strain longitudinal global (SLG) comparado ao maxVO 2 , à inclinação da razão ventilação por minuto/produção de dióxido de carbono (VE/VCO 2 ), recuperação da frequência cardíaca (RFC), e tempo de recuperação de 50% do VO 2 (T 1/2 VO 2 ). 60,00 40,00 20,00 0,00 300 280 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 –20 60,00 80,00 40,00 20,00 0,00 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 Strain Strain Strain Strain maxVO 2 inclinação de VE/VCO 2 RFC T 1/2 VO 2 R = 0,671; p < 0,001 R = 0,696; p < 0,001 R = 0,466; p < 0,016 R = 0,513; p < 0,007 de acordo com a capacidade funcional e, assim, seria capaz de estratificar quais pacientes apresentam um prognóstico ruim, merecendo um tratamento diferenciado, tal como o transplante cardíaco. Estudos prévios mostraram que a FEVE não teve correlação com a capacidade funcional. 1,10 No entanto, dados sobre a associação entre a tolerância ao exercício e os resultados da análise por strain cardíaco são limitados. Este estudo mostrou que a FEVE associou-se commaxVO 2 and T 1/2 VO 2 , mas não teve correlação comoutras variáveis do TECP. Uma vez que valores de VO 2 pico e da inclinação de VE/VCO 2 sãoparâmetros que ajudam na tomada de decisões em pacientes com IC terminal, 4,16 e que, no presente estudo, o SLG correlacionou-se com essas variáveis, podemos sugerir que o SLG possa ter significância prognóstica nesse grupo de pacientes. Ainda, a correlação do SLG com o maxVO 2 e o T 1/2 VO 2 foi melhor que a da FEVE, demonstrando, assim, que o SLG é uma ferramenta mais precisa. Hasselberg et al., 11 em seu estudo que avaliou pacientes com IC, tanto com FEVE normal como com FEVE reduzida, mostrou a importância do SLG como um preditor de capacidade no exercício de pacientes com IC e FEVE preservada. 11 No entanto, esses autores não conseguiram demonstrar essa relação nos pacientes com FEVE reduzida. Emnosso estudo, nós observamos essa correlação entre SLG e capacidade funcional, o que pode ser explicado pelo fato de que os pacientes incluídos no estudo se encontravam em estágios mais avançados da disfunção cardíaca. A média do SLG em nosso estudo foi pior que no estudo de Hasselbach et al. 11 Tabela 2 – Correlação das variáveis numéricas do teste de exercício cardiopulmonar com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e índice do strain longitudinal global (SLG) Variáveis FEVE (valor de p) SLG (valor de p) RFC-bpm 0,288 (0,154) (1) 0,466 (0,016)* (1) maxVO 2 0,585 (0,002)* (2) 0,671 (< 0,001)* (2) Inclinação de VE/VCO 2 –0,330 (0,100) (1) –0,513 (0,007)* (1) T 1/2 VO 2 –0,530 (0,005)* (1) –0,696 (< 0,001)* (1) RFC: recuperação da frequência cardíaca; T 1/2 VO 2 : tempo de recuperação de 50% do VO 2 ; inclinação de VE/VCO 2 : inclinação da razão ventilação por minuto/ produção de dióxido de carbono; maxVO 2 : consumo máximo de oxigênio. *p < 0,05; (1) – coeficiente de Pearson; (2) – coeficiente de Spearman. 191

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