ABC | Volume 113, Nº1, Julho 2019

Minieditorial Rehospitalizações após Síndromes Coronarianas Agudas Hospital Readmissions after Acute Coronary Syndromes Alfredo J. Mansu r Instituto do Coração (InCor), São Paulo, SP – Brasil Minieditorial referente ao artigo: Reinternação de Pacientes com Síndrome Coronariana Aguda e seus Determinantes Correspondência: Alfredo J. Mansur • Av. Dr. Eneas de Carvalho Aguiar, 44, Cerqueira César. CEP 05403-900, São Paulo, SP – Brasil E-mail: alfredo.mansur@incor.usp.br Palavras-chave Síndrome Coronariana Aguda; Infarto do Miocárdio; Hospitalização; Readmissão do Paciente; Hospitais Privados; Mortalidade. DOI: 10.5935/abc.20190136 As síndromes isquêmicas agudas (infarto do miocárdio, angina instável) podem ocorrer em pacientes assintomáticos ou podem ocorrer durante o curso de doenças crônicas. Após a terapia hospitalar, com ou sem intervenção percutânea ou cirúrgica, os pacientes recebem alta e orientação para terapia de longo prazo. No entanto, há pacientes desenvolvem novamente os sintomas em curto prazo e são rehospitalizados por causas clínicas e não clínicas, com consequências clínicas e outras consequências não‑clínicas. 1 As rehospitalizações merecem estudos em diferentes contextos, e foram relatadas na literatura médica. Em um estudo, a taxa de rehospitalização após um ano em pacientes com mais de 65 anos, sobreviventes de infarto do miocárdio, foi de 49,9% em 4.767 hospitais nos Estados Unidos da América entre 2008 e 2010; a taxa de rehospitalização, assim como a mortalidade, foram maiores nos primeiros meses após a alta e diminuíram subsequentemente. 2 Estudos adicionais compararam hospitais sem fins lucrativos (15,7%) com hospitais privados (16,6%) em relação às taxas de rehospitalização no primeiro mês de alta sem demonstrar uma associação entre a característica econômica do hospital com o sucesso em programas dedicados a diminuir a taxa de rehospitalização; os resultados de tal intervenção não foram estatisticamente diferentes entre os dois tipos de hospitais. 3 Fatores socioeconômicos e étnicos foram influências sistêmicas sem manifestações excessivas em um hospital específico. 4 A taxa de rehospitalização foi estudada como um indicador da qualidade do atendimento; 5-7 a heterogeneidade de pacientes e quadros clínicos tornou a readmissão não facilmente previsível. 5 Em relação a essa questão, colegas de Aracaju (Sergipe, Brasil) relatam o estudo 8 de uma amostra hospitalar de 536 pacientes com síndrome coronariana aguda admitidos em três hospitais privados (onde os custos são geralmente pagos pelo paciente ou por meio de um grupo segurador) e um hospital público (financiado pelo governo da cidade, estado ou governo federal) para investigar variáveis associadas a rehospitalizações. Eles observaram que a taxa de rehospitalização foi alta (115/536, 21,4%) e a mortalidade dos pacientes rehospitalizados também foi alta - 7%. As síndromes coronarianas agudas e a insuficiência cardíaca foram as principais causas de rehospitalização, principalmente em pacientes internados em hospitais privados, 8 provavelmente devido às características do acesso. Os autores reconhecem que uma amostra de estudo de base hospitalar sem dados completos de seguimento são limitações há a recomenddação de permanecer atento 2 para a deterioração da saúde após a alta do tratamento hospitalar e o tratamento médico contínuo. Um estudo anterior com uma pequena amostra (Maceió, AL) em cidade da mesma região, sugeriu baixa adesão dos pacientes à terapia medicamentosa como influência significativa na frequência de rehospitalizações e mortalidade. 9 Por fim, estudos e intervenções adicionais devem ser estimulados em outras cidades e ambientes clínicos distintos, seja em hospitais ou em outros recursos da comunidade, levando em consideração desafios e oportunidades locais para tornar a terapia mais bem‑sucedida, prevenindo a deterioração clínica que requeira rehospitalizações após um período de tratamento hospitalar de síndromes isquêmicas agudas. 50

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