ABC | Volume 113, Nº1, Julho 2019

Artigo Original Oliveira et al Reinternação de pacientes com síndrome coronariana Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):42-49 Tabela 3 – Terapia medicamentosa associada às reinternações de pacientes com SCA em Aracaju, Sergipe, Brasil, 2017 Variável Reinternação Valor de p* Sim Não Sem AAS em 30 dias 3 (15,8%) 16 (84,2%) 1,0000 Sem antiagregante plaquetário em 30 dias 9 (30,0%) 21 (70%) 0,2111 Sem estatina em 30 dias 6 (11,5%) 46 (88,5%) 0,2037 Sem β-bloqueador em 30 dias 12 (35,3%) 22 (64,7%) 0,0507 Sem IECA e/ou BRA em 30 dias 6 (15,0%) 34 (85,0%) 0,4259 Sem AAS em 180 dias 5 (14,3%) 30 (85,7%) 0,4566 Sem antiagregante plaquetário em 180 dias 9 (16,4%) 46 (83,6%) 0,5640 Sem estatina em 180 dias 8 (10,3%) 70 (89,7%) 0,0293 Sem β-bloqueador em 180 dias 12 (24,5%) 37 (75,5%) 0,6863 Sem IECA e/ou BRA em 180 dias 16 (24,6%) 49 (75,4%) 0,5628 *Teste qui-quadrado ou exato de Fisher. IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; BRA: bloqueadores dos receptores da angiotensina. O destino dos cuidados do paciente após a alta hospitalar, que também reflete a gravidade da doença, está associado à readmissão, conforme é discutido no estudo de Mirkin et al., 24 que avaliou readmissão em 30 dias após ICC. Os pacientes avaliados apresentaram diferentes destinos de alta, e os que precisaram de suporte especializado reinternaram mais do que aqueles que tiveram alta hospitalar. A diversidade de causas individuais que desencadeiam as readmissões reforça a necessidade de acesso a cuidados de saúde regionais e da abrangência de cuidados para reduzir fatores de risco e complicações secundárias que apresentam potencial no desfecho de reinternações. 25 Portanto, estratégias com o objetivo reduzir os números de readmissões incluem planejamento de alta, promoção de educação em saúde do paciente e seus familiares, agendamento do acompanhamento antes da alta, uso adequado de medicação, realização da comunicação entre paciente e equipe de saúde na alta hospitalar, comunicação com a atenção ambulatorial e manutenção do contato para realizar o acompanhamento. 26 Este estudo verificou que usuários da assistência privada apresentaram maior chance de reinternação quando comparados àqueles assistidos pelo serviço público. Além disso, concluiu-se que ter acesso à assistência privada relaciona-se ao poder de aquisição de planos de saúde. Desse modo, o tipo de assistência à saúde em que o paciente está inserido reflete o padrão socioeconômico da população, como raça, escolaridade, renda e faixas etárias mais velhas. 27 Ademais, a renda pode estar associada à escolaridade, o Tabela 4 – Regressão logística múltipla das variáveis referentes aos pacientes com SCA em Aracaju, Sergipe, Brasil, 2017 Variáveis OR (IC 95%) Valor de p Sexo masculino 0,78 (0,45; 1,38) 0,396 Assistência pública 0,46 (0,21; 0,98) 0,048 Idoso 1,11 (0,63; 1,99) 0,718 Raça - negro/pardo 0,58 (0,34; 1,00) 0,050 Hipertensão 1,72 (0,85; 3,73) 0,149 Dislipidemia 1,69 (0,96; 3,04) 0,073 DM 0,92 (0,53; 1,56) 0,749 ICC 1,81 (1,01; 3,21) 0,042 Sem estatina por 180 dias 0,76 (0,31; 1,70) 0,526 Ensino médio/superior 1,56 (0,87; 2,85) 0,140 Tabagismo 1,43 (0,65; 2,99) 0,356 Etilismo 1,93 (0,86; 4,22) 0,102 IAMsSST 1,30 (0,67; 2,61) 0,445 IAMcSST 0,97 (0,45; 2,13) 0,943 OR: Odds Ratio; DM: diabetes melito; ICC: insuficiência cardíaca congestiva; IAMsSST: infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST; IAMcSST: infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST. 47

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