ABC | Volume 113, Nº1, Julho 2019

Minieditorial Timóteo Escore de risco ProACS Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):31-32 estatística-c similar quando comparada com os escores de estratificação de risco mais potentes, mas a calibração não foi adequada, particularmente na coorte com SCA sem supradesnivelamento do segmento ST. Um achado importante é que o escore de risco ProACS é muito semelhante ao escore de risco C-ACS; 7 no entanto, este último foi desenvolvido no Canadá com diferentes características dos pacientes e mostrou discriminação muito baixa na população portuguesa, ressaltando a importância dos estudos de validação externa regional. Além disso, os escores de risco desenvolvidos a partir de ensaios clínicos randomizados foram menos úteis em comparação com os escores de risco desenvolvidos a partir de registros, em coortes mais representativas de populações do mundo real. A coorte de ensaios clínicos é muito seletiva, limitando a extrapolação para populações em geral; os pacientes são geralmente mais jovens e saudáveis, com menor taxa de comorbidades e os ensaios clínicos não reproduzem práticas e estratégias utilizadas na maioria dos centros. Por essa razão, a validade externa dos modelos derivados de ensaios clínicos é geralmente menor, como observado no presente estudo. O principal objetivo do escore de risco ProACS é estratificar imediatamente o risco em pacientes com SCA para decidir sobre o manejo adequado e, portanto, seu objetivo principal é o desfecho em curto prazo. Os resultados no seguimento de longo prazo não foram adequados. Para o desfecho em longo prazo, a inclusão de outras variáveis, como função renal, troponinas e outras, também é importante. O que não deve ser esquecido é que, para cada escore de estratificação de risco, os estudos de impacto também devem ser realizados após a validação externa. De fato, a validade externa não significa que os efeitos clínicos benéficos serão obtidos quando utilizarmos um escore de risco e ela não fornece informações sobre os possíveis eventos adversos. Os estudos de impacto são essenciais e devem ser estudados separadamente do desenvolvimento e da validação, preferencialmente em ensaios clínicos randomizados e geralmente não são realizados. Considerando os fatos expostos, os pesquisadores devem dedicar mais tempo à validação e avaliação do impacto dos modelos existentes, em vez de desenvolver mais modelos que provavelmente nunca serão utilizados na prática clínica. Este deve ser o próximo passo para apoiar definitivamente o uso do escore de risco ProACS na prática clínica. Com base nos resultados apresentados neste estudo, o escore de risco ProACS provavelmente logo será implementado na prática clínica, devido à sua aplicação fácil e simples na prática clínica e alta discriminação apresentada, mas estudos de impacto são necessários. 1. Collins GS, Reitsma JB, Altman DG, Moons KG. Transparent Reporting of a multivariate prediction model for individual Prognosis or Diagnosis (TRIPOD): the TRIPOD statement. Ann Intern Med. 2015;162(1):55-63. 2. Eichler K, Zoller M, Tschudi P, Steurer J. Barriers to apply cardiovascular prediction rules in primary care: a postal survey. BMC Fam Pract. 2007 Jan 3;8:1 3. Gil J, Abreu L, Antunes H, GonçalvesML, PiresMI, Santos LF, et al. Aplicação de escores de risco em síndromes coronárias agudas: como o ProACS se comporta diante de outros escores de risco? Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):20-30 4. Timoteo AT, Aguiar Rosa S, Afonso Nogueira M, Belo A, Cruz Ferreira R, ProACS Investigators. ProACS risk score: an early and simple score for risk stratification in patients with acute coronary syndromes. Rev Port Cardiol. 2017;36(2):77-83. 5. Timoteo AT, Mimoso J, em nome dos investigadores do Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas. Portuguese Registry of Acute Coronary Syndromes (ProACS): 15 years of a continuous and prospective registry. Rev Port Cardiol. 2018;37(7):563-73. 6. Timoteo AT, Aguiar Rosa S, Nogueira MA, Belo A, Cruz Ferreira R. External validation of the ProACS score for stratification of patients with acute coronary syndromes. Rev Port Cardiol. 2016;35(6):323-8. 7. HuynhT,KouzS,YanAT,DanchinN,O’LoughlinJ,SchamparetE,etal.Canada AcuteCoronarySyndromeRiskScore:anewriskscoreforearlyprognostication in acute coronary syndromes. AmHeart J. 2013;166(1):58-63. Referências Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licença de atribuição pelo Creative Commons 32

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=