ABC | Volume 113, Nº1, Julho 2019

Posicionamento Posicionamento sobre Indicações da Ecocardiografia em Adultos – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):135-181 segmentar e global e as pressões cavitárias; e avaliar o resultado imediato da intervenção. 244,245,249 As principais recomendações nesse cenário encontram-se na tabela 44. 12.4. Recomendações nas Cirurgias Não Cardíacas Os principais objetivos do emprego do ecocardiograma intraoperatório nas cirurgias não cardíacas são: avaliar estado volêmico e resposta a fluidos; estimar resistência vascular e pressões cavitárias; avaliar função dos ventrículos (global e segmentar) e valvas; e investigar questões especiais conforme o quadro clínico e o tipo de intervenção. 244,245,249 As principais recomendações nesse cenário encontram-se na Tabela 45. 13. Ecocardiografia em Intervenções Percutâneas 13.1. Introdução De modo geral, as intervenções cardíacas por meio do cateterismo cardíaco se desenvolveram tendo o suporte da imagem ecocardiográfica, especialmente por via transesofágica. Seu uso na prática diária é cada vez mais frequente, tendo em vista o desenvolvimento de técnicas e tecnologias para o tratamento de doenças antes somente corrigidas pelo procedimento cirúrgico convencional. Além disso, houve notável progresso na capacidade diagnóstica da ecocardiografia, principalmente pela melhora da qualidade de imagem e do advento da imagem 3D, obtida por ETT e ETE. O exame praticamente não tem contraindicação e permite a precoce identificação de potenciais complicações. Não há estudo randomizado para o não uso da ecocardiografia durante os procedimentos, limitando-se alguns para o uso da modalidade torácica, esofágica ou intracardíaca. Portanto, em relação aos procedimentos intervencionistas, a indicação do uso do ecocardiograma é em princípio classe I, nível de evidência C, fato já reconhecido na literatura. 234 Em alguns exames, ele se torna não só necessário como essencial, pois a imagem obtida pela escopia do raio-X (RX) é insuficiente para a realização do procedimento, e algumas vezes até dispensável. Segue a seguir o papel da ecocardiografia nos principais procedimentos intervencionistas. Tabela 44 – Recomendações do ecocardiograma intraoperatório nas cirurgias cardíacas e da aorta torácica Recomendação Classe de recomendação Nível de evidência Adultos submetidos a procedimentos em que haja abertura das cavidades cardíacas ou da aorta torácica (ex.: plastias ou trocas valvares, estruturais, ressecção de massas, correção de dissecção aórtica ou aneurisma aórtico) I B Adultos submetidos à cirurgia cardíaca minimamente invasiva I B Em crianças pequenas submetidas à cirurgia cardíaca aberta ou minimamente invasiva, a indicação deve ser considerada caso a caso conforme os riscos do ecocardiograma intraoperatório na população pediátrica (ex.: obstrução brônquica) I B Colocação e ajuste de dispositivos de assistência ventricular I B Cirurgia de revascularização miocárdica quando houver disfunção sistólica do ventrículo esquerdo IIa B Caso haja disponibilidade e profissional capacitado, a ecocardiografia tridimensional sempre deve ser utilizada nos procedimentos valvares (plastia mitral e aórtica), estruturais e de ressecção de massas I B Tabela 45 – Recomendações do ecocardiograma intraoperatório nas cirurgias não cardíacas Recomendação Classe de recomendação Nível de evidência O ecocardiograma intraoperatório pode ser indicado para o monitoramento de cirurgias não cardíacas caso o paciente seja portador de doença cardiovascular grave e/ou o procedimento planejado possa resultar em comprometimento hemodinâmico, miocárdico, pulmonar ou neurológico severo I B Cirurgia vascular de grande porte (geralmente em cirurgias abertas de reparo da aorta abdominal) I B Transplante hepático IIa B Transplante pulmonar IIa B Ressecção de tumor renal IIb B Cirurgia do trauma IIb B Neurocirurgia IIa B Cirurgias ortopédicas IIb B Cirurgias laparoscópicas IIb B 171

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