ABC | Volume 113, Nº1, Julho 2019

Posicionamento Posicionamento sobre Indicações da Ecocardiografia em Adultos – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):135-181 Tradicionalmente, a ecocardiografia sob estresse é realizada após 24 horas do alívio da dor torácica, em pacientes de baixo a moderado risco, sem alterações isquêmicas evidentes no eletrocardiograma e enzimas cardíacas normais. 5.2.3. Ecocardiografia com Contraste Essa modalidade ecocardiográfica permite o acesso imediato e simultâneo da contração segmentar do VE e da perfusão miocárdica. 179,180 Em pacientes com dor torácica aguda e eletrocardiograma não diagnóstico, o uso da ecocardiografia com contraste aumenta a sensibilidade para o diagnóstico da SCA (Tabela 35). 180,185 Pacientes com perfusão e função miocárdica normais ao repouso têm bom prognóstico, enquanto a presença de defeitos de perfusão ao repouso identifica um subgrupo de alto risco para a SCA. 185 Tabela 33 – Recomendações do ecocardiograma transtorácico na síndrome coronariana aguda Recomendação Classe de recomendação Nível de evidência Avaliação da função ventricular global e segmentar I C Diagnóstico diferencial de causas alternativas de dor torácica: estenose aórtica grave, cardiomiopatia hipertrófica, embolia pulmonar, dissecção de aorta*, pericardite e presença de tumores cardíacos I C Dor torácica com instabilidade hemodinâmica e suspeita de origem cardíaca I C Suspeita de complicações mecânicas no infarto do miocárdio: aneurisma do ventrículo esquerdo, ruptura de parede livre ou músculo papilar, comunicação interventricular, derrame pericárdico I C Avaliação do comprometimento do ventrículo direito na vigência de infarto do miocárdio de parede inferior I B Durante a dor torácica de possível origem isquêmica, com eletrocardiograma e enzimas cardíacas não conclusivas IIa B Cálculo do strain longitudinal global por meio do speckle tracking como adjunto aos algoritmos existentes de diagnóstico e classificação de risco em pacientes com suspeita de doença coronariana& IIa B Avaliação de paciente em vigência de dor torácica com diagnóstico confirmado de isquemia miocárdica/ infarto do miocárdio III C Avaliação de dor torácica em pacientes nos quais a etiologia não cardíaca é evidente III C *Complementação com ecocardiorama transesofágico incrementa a acurácia e pode fornecer informações adicionais ao transtorácico; &na ausência de cardiopatia estrutural pré-existente, infarto miocárdico prévio ou bloqueio do ramo esquerdo. Tabela 34 – Recomendações do ecocardiograma sob estresse na síndrome coronariana aguda Recomendação Classe de recomendação Nível de evidência Pacientes com angina instável de baixo risco controlada clinicamente* antes de decidir a estratégia invasiva IIa A Para avaliar o significado funcional de obstrução coronariana moderada na angiografia, desde que o resultado interfira na conduta IIa C Estratificação de risco após infarto do miocárdio não complicado IIa A Investigação de pacientes com suspeita de doença microvascular& para estabelecer se ocorre alteração segmentar em conjunção com a angina e as alterações eletrocardiográficas IIa C Parâmetros de strain e strain rate derivados do speckle tracking como ferramenta adjunta ao wall motion score index para diagnóstico e/ou prognóstico de doença coronariana aguda IIa B Angina instável de alto risco ou infarto agudo do miocárdio III C *Ausência de recorrência da angina, sem sinais de insuficiência cardíaca, sem alterações no eletrocardiograma inicial/seriado e troponina normal; &dor anginosa típica com alteração ao eletrocardiograma ou prova funcional, na vigência de cinecoronariografia normal. 5.3. Doença Coronariana Crônica 5.3.1. Ecocardiografia Transtorácica O ETT, embora forneça informações importantes sobre a contratilidade segmentar quando realizado no momento da dor torácica aguda, tem indicação limitada na investigação de pacientes com doença coronariana crônica. 175 Duas situações devem ser valorizadas: a primeira delas quando houver necessidade do diagnóstico diferencial da dor torácica com causas não isquêmicas, como na pericardite, valvopatias (como a estenose aórtica) ou cardiomiopatias que possam cursar com dor torácica; a segunda embasa-se no conhecimento da função ventricular esquerda global como fator prognóstico em pacientes estáveis com doença coronariana crônica (Tabela 36). 175 163

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