ABC | Volume 113, Nº1, Julho 2019

Ponto de Vista Luz Telemedicina e a relação médico–paciente Arq Bras Cardiol. 2019; 113(1):100-102 Em sínteses, toda inovação pode trazer progressos e também novos desafios. Com a TM não é diferente. O conceito, porém, precisa ser bem compreendido. A TM não veio para substituir integralmente a prática tradicional, mas para aperfeiçoá-la. A responsabilidade de médico continua; ele é que vai tomar as decisões principais. O que se deve fazer é aproveitar o melhor de dois mundos: preservar o humanismo na medicina e usar as novas tecnologias para aperfeiçoar o cuidado médico. Isso é possível; depende apenas de algumas adaptações que evidentemente são viáveis. No entanto, estudos ainda são necessários para dirimir dúvidas importantes como as mencionadas anteriormente. Entre essas dúvidas destaco a aceitação pelos pacientes, a efetividade da TM em condições clínicas específicas e o impacto sobre o sistema de saúde como um todo. Uma possibilidade que não pode ser descartada é que a TM e os meios de telecomunicação se tornem tão eficientes no futuro, a ponto de que as relações médico–paciente sejam modificadas drasticamente, e aquilo que hoje causa preocupação seja superado por vantagens mais significativas. Isso aconteceu com iphones e redes sociais: ninguém mais escreve cartas. E ninguém sente falta delas. Contudo, se de um lado a redução de custos com o sistema de saúde é um item importante, por outro, a redução exclusiva de custos não pode ser o único padrão de análise de uma nova tecnologia como TM. É preciso sempre saber quais as vantagens para os pacientes. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa e Redação do manuscrito: Luz PL Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento O presente estudo foi financiado pela Bradesco S.A. Vinculação acadêmica Não há vinculação deste estudo a programas de pós‑graduação. Aprovação ética e consentimento informado Este artigo não contém estudos com humanos ou animais realizados por nenhum dos autores. 1. Flodgren G, Rachas A, Farmer AJ,Inzitari M, Shepperd S. et al. Interactive telemedicine: effects on professional practice and health care outcomes. Cochrane Database of Systematic. 2015; 2015;9:CD002098. 2. Ekeland AG, Bowes A , Flottorp S . Effectiveness of telemedicine: a systematic review of reviews. Int J Med Inform. 2010;79(11):736-71. 3. Bertoncello C, Colucci M, Baldovin T, Buja A, Baldo V. How does it work? Factors involved in telemedicine home-interventions effectiveness: a review of reviews. PloS One. 2018 Nov 15; 13(11):e0207-332 4. Luz PL. Nem só de ciência se faz a cura. São Paulo: Atheneu; 2001. 5. Pease A, Pease B. Desvendando os segredos da linguagem corporal. Rio de Janeiro: Sextante; 2005. 6. Dimitrius Jo-E, MazzarellaW P. Decifrar pessoas: como entender e prever o comportamento humano. São Paulo: Alegro; 2000 7. Groopman JE. Como os médicos pensam. Rio de Janeiro: Sinergia - Agir; 2009 Referências Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licença de atribuição pelo Creative Commons 102

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=