ABC | Volume 112, Nº6, Junho 2019

Artigo Original Fonseca et al Desequilíbrio autonômico, sarcopenia e insuficiência cardíaca Arq Bras Cardiol. 2019; 112(6):739-746 Tabela 2 – Variáveis cardiopulmonares, de composição corporal e de força dos pacientes Variáveis Todos os pacientes (n = 116) Pacientes com sarcopenia (n = 33) Pacientes sem sarcopenia (n = 83) Valor de p Pico de VO 2 absoluto (L/min) 1,43 ± 0,48 1,09 ± 0,31 1,58 ± 0,47 < 0,001 Pico de VO 2 relativo (mL/(kg/min) 20,1 ± 6,3 18,3 ± 5,3 21,0 ± 6,5 0,036 Pico de carga de trabalho (Watts) 103 ± 47 77 ± 27 115 ± 51 < 0,001 FC de repouso (batimentos /min) 72 ± 13 75 ± 16 71 ± 12 0,254 Pico de FC (batimentos /min) 134 ± 27 130 ± 27 135 ± 28 0,323 Inclinação VE/VCO 2 35 ± 7 37 ± 8 33 ± 7 0,015 Pico VD/VT 0,17 ± 0,02 0,19 ± 0,04 0,16 ± 0,04 < 0,001 Pico de VE (L/min) 62,5 ± 18,3 53,5 ± 14,1 66,4 ± 18,4 < 0,001 Composição corporal e força MM Total (kg) 49,6 ± 8,4 43,0 ± 5,2 52,5 ± 8,0 < 0,001 MMA (kg) 22,2 ± 4,3 18,3 ± 2,3 23,9 ± 3,8 < 0,001 IMME (kg/m 2 ) 7,97 ± 1,21 6,63 ± 0,58 8,54 ± 0,92 < 0,001 Massa gorda (kg) 18,2 ± 8,5 12,9 ± 4,9 20,5 ± 8,8 < 0,001 Gordura (%) 26 ± 8 22 ± 7 27 ± 8 < 0,001 Força da mão (kg) 33 ± 8 26 ± 3 36 ± 8 < 0,001 Dados apresentados em média ± desvio padrão ou %; valores de p referem-se ao teste t de Student; MMA: massa muscular apendicular; FC: frequência cardíaca; MM: massa magra; IMME: índice da massa muscular esquelética; VE: ventilação; VE/VCO 2 : equivalente ventilatório de CO 2 ; VD/VT espaço morto e volume corrente; VO 2 : consumo de oxigênio. IC. 32 Além disso, a RFC é uma maneira muito simples e fácil para avaliar indiretamente a reativação do sistema nervoso parassimpático imediatamente após o esforço máximo no teste de exercício cardiopulmonar. 11 Muitos pesquisadores mostraram que a cinética da RFC em um período de recuperação de 6 minutos estava reduzida em pacientes com IC 33 e essa redução parece ser independente da terapia com bloqueador beta-adrenérgico. 34 Ushijima et al., 35 mostraramuma associação entre a noradrenalina e a RFC em pacientes com infarto do miocárdio, afirmando que uma excitação simpática aumentada no exercíciomáximo pode suprimir a reativação parassimpática máxima, levando à atenuação da RFC. 35 Assim, a disfunção simpático-vagal em pacientes com IC está associada com pior desfecho, e esse desequilíbrio autonômico pode agravar a perda da massa muscular nesses pacientes. De fato, mostramos maior ANSM e menor diminuição na RCF no primeiro e no segundo minuto pós‑exercício em pacientes com IC sarcopênicos. Além disso, uma massa muscular apendicular reduzida correlacionou-se com menor RFC1 (r = 0,26), RFC2 (r = 0,25) e maior SNSM (r = 0,29). Nosso estudo teve limitações que devem ser reconhecidas. O estudo incluiu somente pacientes do sexo masculino, de modo que não podemos generalizar esses resultados a pacientes com IC do sexo feminino. Mais estudos são necessários para investigar a influência da sarcopenia sobre as diferenças relacionadas ao sexo. Como não tivemos acesso à data quando a IC foi diagnosticada nos prontuários médicos dos pacientes, incluímos somente pacientes com pelo menos um ano de diagnóstico. Nós avaliamos a atividade parassimpática usando a RFC como marcador da reativação vagal. Apesar de nosso estudo ter uma aplicabilidade clínica, mais estudos utilizando a variação da FC contribuiriam para esclarecer o papel do controle autonômico cardíaco na sarcopenia em pacientes com IC. Conclusão Um desequilíbrio simpático-vagal parece estar associado à sarcopenia em pacientes do sexo masculino com IC. Esses resultados destacam a importância de uma abordagem terapêutica em pacientes com perda muscular e fluxo simpático periférico aumentado. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Fonseca GWP, dos Santos MR, Alves MJNN; Obtenção de dados: Fonseca GWP, dos Santos MR, Souza FR, CostaMJA, Takayama L, Pereira RMR, Alves MJNN; Análise e interpretação dos dados: Fonseca GWP, dos Santos MR, Souza FR, Costa MJA, Pereira RMR, Negrão CE, Alves MJNN; Análise estatística: Fonseca GWP, dos Santos MR; Obtenção de financiamento: Negrão CE, Alves MJNN; Redação do manuscrito: Fonseca GWP, Souza FR, Alves MJNN; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: dos Santos MR, von Haehling S, Pereira RMR, Negrão CE, Anker SD, Alves MJNN. 744

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