ABC | Volume 112, Nº6, Junho 2019

Posicionamento Posicionamento de Ultrassonografia Vascular do Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 112(6):809-849 • Avaliação da maturação, principalmente em pacientes obesos. A maturação ocorre quando a FAVH é capaz de suportar sucessivas punções venosas com agulhas de grosso calibre. As falhas nesse processo podem ocorrer em até 60% dos casos. 74,76,77 • Seguimento funcional da FAVH para detecção precoce de complicações. • Recomendação: fazer um exame pré-confecção para planejamento e dois exames pós-confecção para reduzir a sua taxa de falência. 74,78 • Contraindicações para confecção: síndrome de Paget- Schroetter e trombose venosa profunda (TVP). 5.3. Técnica 79 • Equipamento de alta tecnologia – com sonda linear de alta frequência e/ou frequência variável. • Paciente em repouso, com a sala em temperatura ambiente, posicionando-se o membro superior estendido paralelamente ao corpo. • Medir os diâmetros anteroposteriores dos vasos em cortes transversais. • Os possíveis sítios para a medida do volume do fluxo são: aferente – medir na artéria, de 1 a 2 cm antes da anastomose; e eferente – medir na veia, de 1 a 2 cm após a anastomose. • Observar as alterações aos cortes bidimensionais e analisar os fluxos com turbulência ao mapeamento de fluxo em cores. • A angulação do Doppler deve ser orientada paralelamente ao fluxo sanguíneo (mais próximo a 60°). 79 • As características ao Doppler espectral observadas são: artéria – fluxo de baixa resistência; veia – fluxo de padrão “arterializado”. 5.4. Critérios Diagnósticos 5.4.1. Protocolo para Confecção de Fístulas Arteriovenosas para Hemodiálise • Escolher o membro não dominante, se satisfatório. • Observar as ordens: 1 a opção punho; 2 a opção cotovelo; 3 a opção prótese. • Medir os diâmetros arteriais e venosos (podendo ser utilizado o garrote do membro para avaliar a distensibilidade venosa). 80,81 - Diâmetros ideais na veia ou na artéria: cotovelo – 4 mm; punho – 3 mm. - Diâmetros mínimos funcionais: cotovelo – 2 mm; punho – 1,8 mm. 72 • Medir a profundidade entre os vasos e a superfície da pele, sendo a ideal para punção < 5 mm. 79 •Medir a distância entre a artéria e a veia a serem utilizadas (Figura 14). 5.4.2. Protocolo após Confecção 77,79,81 • Medidas da artéria, veia e anastomose: - Diâmetros ideais de veia ou artéria: cotovelo – 4 mm; punho – 3 mm. - Diâmetro mínimo funcional: 2 mm. • Cálculo do volume de fluxo: para se aferir o volume efetivo do fluxo através de uma FAVH deve-se medir o diâmetro da veia de drenagem pelas bordas internas (em cm), preferencialmente por corte transversal, com a finalidade de se calcular o seu raio (R) e, por conseguinte, sua área (em cm²). Essa medida deve ser feita em uma região mais afastada do local da anastomose da fístula, onde não haja mais turbulência de fluxo ao mapeamento de fluxo em cores, geralmente entre 2 e 5 cm da anastomose. No local da veia onde se fez a avaliação de diâmetro, obtém-se o fluxo pelo Doppler pulsado. O volume de amostra é posicionado no centro do vaso e o ângulo de fluxo do Doppler deve ser corrigido para até 60°. Com o Doppler pulsado calcula-se a velocidade média do fluxo (V MÉDIA ) em cm/s. Deve-se obter a média de 3 a 5 ciclos cardíacos. Aplica-se então, a fórmula seguinte: Fluxo médio (ml/min) = V MÉDIA (cm/s) × R 2 (cm 2 ) × π × 60 (s) Os valores a seguir são considerados para volume de fluxo normal, para as FAVH homólogas ou heterólogas: • Fístula Brescia-Cimino (radiocefálica) =614±242ml/min. • PTFE = 464 ± 199 ml/min. • Valor médio normal = 514 ml/min. As fístulas com volume de fluxo < 450 ml/min apresentam alto risco de trombose em 2 a 6 semanas. O volume de fluxo mínimo funcional para as FAVH em cotovelo é ≥ 200 ml/min, e em punho ≥ 150 ml/min. O hiperfluxo é considerado quando o volume de fluxo é > 3.000 ml/min. • Protocolo na maturação: 73,74,77 a maturação da FAVH consiste nos aumentos dos calibres e dos fluxos nos vasos utilizados. Deve-se avaliar o diâmetro e a estrutura dos vasos (≥ 6 mm), o volume de fluxo (≥ 600 ml/min) e distância da veia até a superfície da pele ≤ 6 mm. Aguardar um tempo mínimo de 14 dias, sendo o ideal a individualização com seguimento para cada paciente e tempo superior a 30 dias. Recomenda-se, se possível, aguardar por 60, ou até 90 dias, antes da primeira canalização. Os principais objetivos para os achados à USV estão resumidos na tabela 19. 5.4.3. Causas e Tipos de Falências (Autógenas e Protéticas) 74,76,79,82 ● Arterial: diabetes melito e presença de ateromatose significativa. ● Venosa: fibrose. ● Local da anastomose: turbulência e hiperplasia intimal. 833

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