ABC | Volume 112, Nº6, Junho 2019

Posicionamento Posicionamento de Ultrassonografia Vascular do Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 112(6):809-849 Tabela 14 – Indicações clínicas para a investigação da estenose de artéria renal ● Início da hipertensão arterial em pacientes com idade ≤ 30 anos ● Início de hipertensão grave em pacientes com idade ≥ 55 anos ● Pacientes com hipertensão acelerada (piora súbita ou persistente da hipertensão arterial previamente controlada) ● Pacientes com hipertensão resistente (falha do tratamento com doses plenas de três classes de anti-hipertensivos, incluindo diuréticos) ● Pacientes com hipertensão maligna (cursando com lesão de órgão-alvo: insuficiência renal aguda, insuficiência cardíaca congestiva aguda, novo distúrbio visual ou neurológico, e /ou retinopatia avançada) ● Pacientes com piora da função renal após administração de inibidor da enzima de conversão da angiotensina ou bloqueador do receptor de angiotensina ● Pacientes com atrofia renal inexplicável ou discrepância > 1,5 cm do tamanho dos rins ● Pacientes com edema pulmonar súbito e inexplicado (flash pulmonary edema) ● Pacientes com insuficiência renal ou insuficiência cardíaca congestiva inexplicada ● Pacientes com angina refratária ● Pacientes com doença arterial coronária de múltiplos vasos ● Pacientes com aneurisma de aorta abdominal • As velocidades de pico sistólico e a velocidade diastólica final devem ser mensuradas na origem da artéria renal ou em qualquer segmento em que haja suspeita de estenose. • A medida da VPS na aorta para o cálculo do índice renal aórtico (IRA) deve ser feita com a aorta em corte longitudinal e próximo à origem da AMS. 3.4.3. Critérios para o Diagnóstico de Estenose da Artéria Renal Os critérios para o diagnóstico de EAR são classificados em diretos e indiretos. O primeiro consiste na avaliação da artéria renal desde a sua origem na aorta e, se possível, em toda a sua extensão. O segundo tem como fundamento analisar a repercussão hemodinâmica da lesão proximal da artéria renal, nas artérias intraparenquimatosas. O critério direto é representado pelas VPS e VDF na artéria renal e pela VPS na aorta para cálculo do IRA (VPS da artéria renal/VPS aorta). O padrão de onda considerado normal para a artéria renal é uma onda de baixa resistência. A VPS é considerada o parâmetro mais fiel para graduar a EAR e os valores variam de estudo para estudo entre 180 e 250 m/s. A VDF e o IRA são utilizados como adjuvantes para avaliação das EAR. O IRA varia entre 3,2 e 3,7 de acordo com vários estudos, para estimar uma estenose hemodinamicamente significativa. Situações como coarctação da aorta, disfunção ventricular esquerda grave, dissecção ou aneurisma da aorta e velocidades sistólicas na aorta > 100 cm/s ou < 40 cm/s podem alterar os valores das velocidades nas artérias renais e suas relações. 2 Os critérios indiretos, representados pela mensuração do tamanho do rim e da análise do fluxo nas artérias intraparenquimatosas, devem ser utilizados em combinação com os critérios diretos para a otimização dos resultados. A diferença de 1,5 cm no tamanho dos rins pode ser consequente a estenose hemodinamicamente significativa ou até oclusão da artéria renal. Em relação à análise do fluxo em artérias intraparenquimatosas, inicialmente observam- se a redução do pico sistólico inicial (PSI), prolongamento do tempo de aceleração (TA), com redução do índice de aceleração (IA) e achatamento da onda sistólica até que o padrão parvus/tardus seja encontrado. TA > 70 ms relaciona- se com a presença de EAR de 60%, enquanto o fluxo parvus/ tardus está presente nas estenoses mais graves (80%). 2 A tabela 15 resume os critérios recomendados pelo DIC da SBC para a estenose hemodinamicamente significativa (> 60%) da artéria renal. Todas as referências para esses critérios estão detalhadas na referência. 2 Oclusão da artéria renal pode ser sugerida pela não visualização de fluxo no interior do vaso ao mapeamento de fluxo em cores e/ou pelo Doppler de amplitude, e pela não detecção de fluxo pelo Doppler pulsado, associada a diâmetro longitudinal do rim ipsolateral < 8,5 cm. Acompanhamento após a revascularização renal não faz parte do escopo desta publicação e pode ser encontrado nas diretrizes do DIC. 2 3.4.4. Limitações do Estudo das Artérias Renais Estão listadas na tabela 12. 3.4.5. Informações Consideradas Fundamentais para Constar no Relatório Médico • Relatar se o exame foi realizado com dificuldade técnica. • Informar a presença ou não de doença aterosclerótica ou sinais de displasia fibromuscular. • Localização da lesão. • Mensuração da estenose. • Medida das VPS e VDF na artéria renal. • Medida da VPS na aorta. • Medida dos índices de pulsatilidade (IP) e IR nas artérias intraparenquimatosas (de preferência a artéria segmentar). • Medida do tamanho do rim. 828

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