ABC | Volume 112, Nº6, Junho 2019

Posicionamento Posicionamento de Ultrassonografia Vascular do Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 112(6):809-849 Figura 2 – Carótida direita e suas subdivisões anatômicas recomendadas pelo grupo (adaptada do estudo Mannheim). 9 CC: carótida comum; RI: ramo interno; TBC: tronco braquicefálico. artéria carótida externa (ACE) o padrão da onda de velocidade é de alta resistência, enquanto na artéria carótida comum (ACC) é do tipo intermediário entre as carótidas interna e externa 13 (Figura 4). A medida das velocidades deve ser realizada nos segmentos proximal e distal da ACC e, para a avaliação da razão de velocidades na quantificação das estenoses da ACI, a ACC deve ser avaliada a aproximadamente 2 cm da bifurcação, preferencialmente em um segmento retilíneo, sem placas. 4 A ACI deve ser avaliada nos segmentos proximal e médio, pois as lesões ateroscleróticas usualmente afetam os 2 cm proximais. O cursor deve estar paralelo à parede do vaso, com amostra de volume menor do que o lúmen e posicionada no seu centro e em direção ao fluxo, de modo que o ângulo de insonação seja ≤ 60 o (Figura 5). 1,26 Identificada a estenose ao modo B e/ou ao color Doppler, deve ser documentado o traçado espectral neste ponto, nas regiões pré-estenótica e pós-estenótica. A avaliação das velocidades fornecidas pelo traçado espectral deve compreender a velocidade do pico sistólico (VPS) e a velocidade diastólica final (VDF) nas ACC e ACI. A partir da velocidade sistólica e diastólica obtemos as relações (razões): VPS ACI/VPS ACC, VPS ACI/VDF ACC e VDF ACI/VDF ACC. As suboclusões têm seu diagnóstico baseado na demonstração do estreitamento do lúmen do vaso ao color/ power Doppler, com fluxo filiforme ( string sign ou trickle flow ), porém pode estar associada a velocidades altas, baixas ou indetectáveis, o que eventualmente dificulta o diagnóstico. 1 As oclusões carotídeas, por sua vez, podem ser diagnosticadas pela ultrassonografia como a ausência de lúmen patente na escala de cinza e ausência de detecção de fluxo ao color/power Doppler e/ou Doppler espectral, assim como a presença de fluxo de alta resistência na ACC, e do fluxo staccato – fluxo com velocidade muito reduzida e de altíssima resistência no ponto da oclusão ou pré-oclusão. 1 O grupo de estudos do DIC-SBC sugere a tabela apresentada no tabela 6 para a quantificação das estenoses da ACI. 1 2.4.1.2. Quantificação das Estenoses Carotídeas por Parâmetros Anatômicos O critério anatômico (Figura 6) baseia-se na avaliação da redução luminal e deve ser usado para caracterizar, em especial, as estenoses inferiores a 50% (sem repercussão hemodinâmica), porém, também é grande adjuvante nas estenoses maiores que 50%, em que o critério hemodinâmico pode falhar na quantificação adequada da estenose (p. ex., estenose aórtica grave, estenose carotídea contralateral significativa, entre outros). Dá-se preferência à medida da redução luminal pelo diâmetro, devendo-se informar o resultado da faixa de estenose carotídea em intervalos de 10%. A fim de evitar possíveis diferenças na medida da redução do diâmetro quando se inclui a íntima espessada ou quando se deixa de incluí-la, recomenda-se não medir as placas menores que 20%. 1 2.4.2. Circunstâncias que Podem Alterar a Medida das Velocidades do Fluxo e A Avaliação Anatômica A avaliação das velocidades pode estar comprometida em algumas condições que afetam as medidas da análise espectral. 817

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