ABC | Volume 112, Nº6, Junho 2019

Relato de Caso Riera et al Infarto atrial e ventricular: formato da alça P Arq Bras Cardiol. 2019; 112(6):803-806 Figura 2 – Comparação entre alças P normais e o presente caso. Plano frontal: no presente caso, a voltagem máxima do vetor foi > 0,2 mV; morfologia ampla e uma fenda na parte medial (setas). Plano sagital direito: as força máximas anteriores foram ≥0,06 mV e as posteriores foram > 0,04 mV: aumento biatrial. Plano horizontal: o vetor máximo da alça P normal encontra-se localizado entre +50° e -45°; voltagem máxima no vetor foi < 0,1 mV, forças máximas anteriores < 0,06 mV e forças máximas posteriores < 0,04 mV. No presente caso, as forças anteriores e posteriores excedem esses valores. Conclusão: aumento biatrial e suspeita de infarto atrial pela presença de alça P bífida no plano frontal e no plano sagital direito. AD: átrio direito; AE: átrio esquerdo. 2. O ramutis ostii cavae superiores ou artéria atrial anterior esquerda que se origina na artéria coronária esquerda principal, na porção proximal da artéria circunflexa, artériamarginal obtusa, ou artérias coronárias diagonais. 11 No presente caso, a obstrução da artéria coronária ocorreu na porção proximal da artéria descendente anterior esquerda e, consequentemente, nas artérias diagonais que irrigam o AE, causando IA na estrutura. 3. Os ramos da artéria circunflexa que irrigam o AE. 12 Conclusão Apesar de o IA ter sido descrito pela primeira vez há 89 anos, sua identificação continua elusiva. A suspeita de IA deveria existir em todos os pacientes que apresentem dor torácica típica, níveis elevados de biomarcadores cardíacos, e alterações na ECG consistentes com IA: desvios do segmento PR (elevação ou depressão), presença de onda P com formato anormal (em forma de M, W, forma irregular ou bífida) e/ou presença de taquiarritmias supraventriculares. A análise da alça P pelo VCG parece ser uma ferramenta diagnóstica valiosa. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa, Redação do manuscrito e Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Riera ARP, Barros RB, Silva e Sousa Neto AF, Raimundo RD, Abreu LC, Nikus K; Análise e interpretação dos dados: Riera ARP, Nikus K. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Nãohá vinculaçãodesteestudoaprogramas depós-graduação. 1. Lazar EJ, Goldberger J, PeledH, ShermanM, FrishmanWH. Atrial infarction: diagnosis and management. AmHeart J. 1988;116(4):1058-63. 2. Cunningham KS, Chan KL, Veinot JP. Pathology of isolated atrial infarction: case report and review of the literature. Cardiovasc Pathol. 2008;17(3):183-5. 3. Cler ALR. Infarctus auricularis: Tachyarrhythmie terminale. Bull Med Soc Hop Paris. 1925;41:1603-7. 4. Langendorf R. Elektrokardiogram bei vorhof-infarkt. Acta Med Stand. 1939;100:136-49. 5. Hellerstein HK. Atrial infarction with diagnostic electrocardiographic findings. AmHeart J. 1948;36(3):422-30. 6. Tranchesi J, Adelardi V, deOJ. Atrial repolarization--its importance in clinical electrocardiography. Circulation. 1960 Oct;22:635-44. 7. Liu CK, GreenspanG, Piccirillo RT. Atrial infarction of the heart. Circulation. 1961 Mar;23:331-8. 8. LuML, De Venecia T, Patnaik S, Figueredo VM. Atrial myocardial infarction: A tale of the forgotten chamber. Int J Cardiol. 2016 Jan 1;202:904-9. Referências 805

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=