ABC | Volume 112, Nº5, Maio 2019

Diretriz Diretriz Brasileira de Cardiologia Fetal – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 112(5):600-648 (onda A) e aórtico (onda V). Além disso, o corte dos três vasos pode ser utilizado, colocando-se a amostra-volume entre a VCS e a aorta, avaliando-se os fluxos destes vasos. A onda A reversa do fluxo da VCS representa a contração atrial (onda A) e o traçado do fluxo aórtico, a sístole ventricular (onda V). Além disso, o Doppler pode ser utilizado para análise do ritmo cardíaco fetal, a partir dos fluxos da veia e da artéria pulmonar. A amostra-volume é colocada sobre o parênquima pulmonar, obtendo-se o fluxo destes vasos, sendo a onda A representada pelo fluxo pré-sistólico na veia pulmonar e a onda V, pelo fluxo sistólico da artéria pulmonar. 48,129-138 7.2. Extrassistolia Extrassístoles ocorrem em 1 a 3% das gestações e, habitualmente, são benignas, sem determinar repercussões para o feto. Algumas vezes, quando há bigeminismo, trigeminismo ou são muito frequentes (um para cada três a cinco batimentos cardíacos fetais), o diagnóstico diferencial com extrassístoles ventriculares, síndrome do QT longo e BAV de segundo grau pode ser difícil. A presença de bigeminismo bloqueado aumenta o risco de desencadeamento de TSV. 139-141 7.2.1. Extrassístoles Supraventriculares Isoladas O diagnóstico é feito a partir da identificação de uma atividade atrial (onda A) precoce, com ou sem atividade ventricular, ou seja, conduzidas ou bloqueadas, respectivamente. Podem ocorrer bi e trigeminismo, pausas compensatórias e em salvas. São consideradas arritmias benignas e não necessitam de tratamento. Quando conduzidas, cerca de 1% pode ser precursora de taquiarritmias. 48 7.2.2. Extrassístoles Ventriculares Identificadas na presença de um batimento ectópico ventricular, sem relação com a condução atrial. Na tabela 7.1, encontra-se um resumo do manejo intrauterino do ritmo irregular. Tabela 7.1 – Manejo intrauterino do ritmo irregular Diagnóstico Causa Manejo intrauterino CR/NE Comentários BAV de segundo grau Autoimune Dexametasona IIb/B Pode parar progressão para BAVT CC estrutural Seguimento semanal I/C Se disponível, MCGf para excluir SQTL Canalopatia Seguimento semanal I/C ESV ou ESSV frequentes Idiopático Observação com avaliação FC fetal em intervalos semanais pelo obstetra até a resolução da arritmia (bigeminismo, trigeminismo ou ES a cada 3-5 batimentos) I/A 2% também têm BAV de primeiro ou segundo graus Aneurisma da fossa oval Quando ESSV, 0,5-1% risco de desenvolver TSV Quando ESV, risco de TV é desconhecido A maioria dos episódios é de curta duração e benigna Avaliar causas secundárias Causas secundárias ESV ou ESSV frequentes Miocardite Observação com avaliação da FC fetal em intervalos semanais I/C Avaliação frequente (intervalos de 1-2 semanas) da função cardíaca e outros parâmetros de ICC fetal Tumores cardíacos Observação com avaliação da FC fetal em intervalos semanais pelo obstetra I/C Aneurisma ou divertículo ventricular ou atrial Observação com avaliação FC fetal em intervalos semanais pelo obstetra I/C Estimulantes maternos Observação com avaliação FC fetal I/C AO: aorta; AP: artéria pulmonar; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo. 628

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=