ABC | Volume 112, Nº3, Março 2019

Artigo Original Sousa et al Prevalência de hipertensão arterial em idosos Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):271-278 Figura 1 – Fluxograma da amostra avaliada identificando participantes normotensos e hipertensos; aqueles em tratamento e sem tratamento para hipertensão e com e sem controle pressórico. Goiânia, Goiás, 2010. Amostra total n = 912 (100%) Normotensos n = 229 (25,2%) Hipertensos n = 683 (74,9%) Em tratamento n = 496 (72,7%) Ausência de tratamento n = 187 (27,3%) Sem controle pressórico n = 244 (49,2%) Com controle pressórico n = 252 (50,8%) Para a identificação da prevalência foi considerado hipertenso todo idoso que, durante a coleta de dados a PA apresentasse valores de pressão sistólica ≥ 140 mmHg ou a pressão diastólica≥90mmHg ou aqueles idosos que relatavam uso regular de anti-hipertensivos, independentemente do valor pressórico no momento da entrevista. 18 Foram considerados sob tratamento para a HA todos que referiram uso de anti-hipertensivo na época da coleta de dados e apresentaram a receita ou as caixas dos medicamentos para serem conferidas. O indivíduo foi considerado com valores pressóricos controlados quando referisse tratamento e o valor da média das medidas da PA fosse inferior a 140/90 mmHg. O consumo de tabaco foi classificado em três grupos: ex-fumantes, independentemente do tempo que estivesse sem fumar, não fumante para aqueles que nunca fumaram, e fumantes aqueles que fumavam atualmente. Consumo de álcool foi identificado de acordo com a resposta do idoso em dois grupos: aqueles que referiram consumir, mesmo que ocasionalmente e aqueles que referiram não consumir em nenhummomento. Foi considerado não sedentário aquele que referisse atividade física regular (três ou mais vezes por semana) e sedentário aquele que praticasse atividade física menos que três vezes por semana ou que não praticasse. Análise estatística As variáveis quantitativas foram apresentadas com suas médias e medianas, desvios-padrão e IC 95%; as variáveis categóricas foram apresentadas, de acordo com suas frequências, com números absolutos e percentagens. A análise da normalidade de distribuição dos dados foi efetuada com aplicação do teste Kolmogorov-Smirnov . Para a análise dos dados foi utilizado o programa SPSS-IBM versão 23 e foram calculadas as médias e razão de chances (Odds ratio), prevalências da HA, taxas de tratamento e controle, com IC de 95%. Foi utilizado o teste qui-quadrado para analisar a associação entre a hipertensão e as variáveis categóricas e o teste U de Mann Whitney de amostras independentes para analisar associação entre variáveis quantitativas contínuas não paramétricas. A análise de regressão logística múltipla foi usada para estimar o efeito independente das variáveis sobre desfechos como prevalência da HA, tratamento e controle da doença. Foram testadas, nos modelos de regressão logística múltipla, as variáveis que, na análise bivariada, apresentaram p < 0,20. Todos os testes estatísticos foram feitos considerando um nível de significância de 5%. Resultados Do total de 912 idosos, 683 (74,9%) eram hipertensos, destes 72,6% faziam tratamento para HA e, entre os hipertensos que tratavam, 50,8% apresentaram controle pressórico (Figura 1). Da amostra total (n = 912), 62,1% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 71,5 anos (DP ± 8,3), e mediana de 70 anos (Tabela 1). A prevalência de HA foi 74,9% (n = 683), dos quais 431 idosos foram identificados com PA maior ou igual a 140 e/ou 90 mmHg e 252 idosos com valores pressóricos dentro da normalidade, porém referiram uso de medicamentos anti‑hipertensivos. Houve diferença da prevalência entre os sexos, sendo 39,8% nos homens e 60,2% em mulheres. A prevalência da hipertensão sistólica isolada (HSI) foi de 29,2%no total, semdiferença entre os sexos e significativamente maior na faixa etária de 70 a 80 anos (112;42,1%) quando comparada com a faixa etária de 60 a 70 anos (94; 35,3%), com razão de prevalência igual a 1,75 (IC95% 1,38 – 2,20). Do total de 431 que foram identificados com valores pressóricos alterados, 187 (43,4%) desconheciam o provável diagnóstico da HA e não tratavam. Dentre os 683 considerados hipertensos, 496 (72,6%) referiram ao uso regular de medicamentos anti-hipertensivos, sendo 273

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