ABC | Volume 112, Nº3, Março 2019

Artigo Original Castro et al Troponina elevada após SCA Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):230-237 sem equipe cardiológica própria; esse tipo de atendimento médico é recebido por muitos pacientes com SCA no Brasil, mas poucos estudos prognósticos foram publicados nesse cenário. Segundo, o tamanho da nossa amostra, bem como o acompanhamento a longo prazo, fazem deste um dos maiores estudos com biomarcadores prognósticos em pacientes com SCA no Brasil. Além disso, como pesquisamos os registros de óbito de todos os pacientes que não puderam ser contatados durante o acompanhamento, nossa análise da mortalidade por todas as causas não foi significativamente afetada por viés. Este estudo tem algumas limitações. Como em todos os estudos unicêntricos, os resultados emambos os grupos poderiam ter sido influenciados por práticas locais. Como as intervenções coronarianas não foram realizadas no local, os dados sobre o tipo de revascularização (se houve) não estavamacessíveis no caso da maioria dos pacientes, não podendo, portanto, ser computados em nosso modelo de Cox. Também não dispúnhamos de dados sobre a proporção de pacientes apresentando IAMSST que receberam terapia de reperfusão. Alémdisso, a adesão às terapias recomendadas pelas diretrizes para SCA foi subótima em nossa coorte. Por fim, apesar de usarmos ensaios padronizados para medir todos os níveis de troponina na fase subaguda da SCA, tais ensaios não foram os mesmos utilizados na admissão desses pacientes no hospital; isso impediu a realização de mais análises das tendências evolutivas dos níveis de TnI-as ao longo do tempo. Apesar dessas limitações, nossos achados puderam demonstrar uma associação entre níveis elevados de TnI-as e piores desfechos nessa população altamente miscigenada. Conclusões Níveis elevados de TnI-as na fase estabilizada após umevento de SCA estão associados a maior mortalidade cardiovascular e por todas as causas, independentemente de comorbidades, função renal e fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Esses achados podem, potencialmente, melhorar a estratificação de risco de pacientes pós-SCA no ambiente ambulatorial. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Castro LT, BittencourtMS, Lotufo PA, Bensenor IM; obtenção de dados: Castro LT, Santos IS, Goulart AC, Lotufo PA, Bensenor IM; análise e interpretação dos dados: Castro LT, Santos IS, Goulart AC, Pereira AC, Staniak HL, Bittencourt MS, Bensenor IM; análise estatística: Castro LT, Santos IS, Goulart AC, Bittencourt MS, Bensenor IM; redação do manuscrito: Castro LT; revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Castro LT, Santos IS, Goulart AC, Pereira AC, Staniak HL, Bittencourt MS, Lotufo PA, Bensenor IM. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de tese de Doutorado de Leandro Teixeira de Castro pela Universidade de São Paulo. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da USP, sob o protocolo número 866/08. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 1. GBD 2013 Mortality and Causes of Death Collaborators. Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013. Lancet. 2015;385(9963):117-71. 2. Amsterdam EA, Wenger NK, Brindis RG, Casey DE, Ganiats TG, Holmes DR, et al; ACC/AHA Task ForceMembers. 2014 AHA/ACC guideline for the management of patients with non-ST-elevation acute coronary syndromes: a report of the American College of Cardiology/AmericanHeart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2014;130(25):e344-426. Erratum in: Circulation. 2014 Dec;130(25):e433-4. 3. O’Gara PT, Kushner FG, Ascheim DD, Casey DE, Chung MK, de Lemos JA, et al; American College of Emergency Physicians; Society for Cardiovascular Angiography and Interventions. 2013 ACCF/AHA Guideline for the Management of ST-ElevationMyocardial Infarction: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2013;61(4):e78-140. 4. Roffi M, Patrono C, Collet JP, Mueller C, Valgimigli M, Andreotti F, et al; ESC Scientific Document Group. 2015 ESC Guidelines for the management of acute coronary syndromes in patients presenting without persistent ST-segment elevation: Task Force for the Management of Acute Coronary Syndromes in Patients Presentingwithout Persistent ST-Segment Elevation of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2016;37(3):267-315. 5. Ibanez B, James S, Agewall S, Antunes MJ, Bucciarelli-Ducci C, Bueno H, et al; ESC Scientific Document Group. 2017 ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation: The Task Force for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2018;39(2):119‑77. 6. Théroux P, Fuster V. Acute coronary syndromes: unstable angina and non- Q-wave myocardial infarction. Circulation. 1998;97(12):1195-206. 7. Hamm CW, Ravkilde J, Gerhardt W, Jorgensen P, Peheim E, Ljungdahl L, et al. The prognostic value of serum troponin T in unstable angina. N Engl J Med. 1992;327(3):146-50. 8. Antman EM, Tanasijevic MJ, Thompson B, Schactman M, McCabe CH, Cannon CP, et al. Cardiac-specific troponin I levels to predict the risk of mortality in patients with acute coronary syndromes. N Engl J Med. 1996;335(18):1342-9. 9. James SK, Armstrong P, Barnathan E, Califf R, Lindahl B, Siegbahn A, et al; GUSTO-IV-ACS Investigators. Troponin and C-reactive protein have different relations to subsequent mortality and myocardial infarction after acute coronary syndrome: a GUSTO-IV substudy. J Am Coll Cardiol. 2003;41(6):916-24. Referências 236

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=