ABC | Volume 112, Nº3, Março 2019

Artigo Original Eickemberg et al Adiposidade abdominal e EMI-C no ELSA-Brasil Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):220-227 Embora não tenhamos ajustado os modelos pelo índice de massa corporal, nós excluímos das análises sujeitos com obesidade grau III e aqueles que realizaram cirurgia bariátrica, buscando filtrar o efeito da adiposidade abdominal sem influência da gordura corporal total excessiva. Este estudo apresenta limitações. Dados sobre menopausa não foram inseridos. Quando a mulher atinge a menopausa perde a proteção sustentada pelo hormônio estrogênio e, ao envelhecer, há maior acúmulo de gordura abdominal, bem como o aumento da ocorrência de problemas cardiovasculares. 22 A literatura é clara sobre o efeito da idade na aterosclerose. 5 Embora as análises tenham sido ajustadas por idade neste artigo, não permitiu observar o efeito da adiposidade na EMI-C em diferentes grupos etários. Não é possível afirmar causalidade devido a natureza transversal deste estudo, contudo parece improvável que a instalação do espessamento das artérias ocorra antes do elevado acúmulo de gordura abdominal. O ELSA-Brasil é uma coorte ocupacional e generalizações para a população brasileira são limitadas, apesar das similaridades nos indicadores de prevalência observados no ELSA-Brasil e VIGITEL. 40 Conclusão Os resultados observados reforçam a importância da adiposidade abdominal na condição de aterosclerose subclínica. A adiposidade abdominal, identificada por meio da CC, RCQ, LAP e IAV se associou com a EMI-C em ambos os sexos, destacando-se o tradicional indicador antropométrico CC. A CC, comparada aos demais indicadores, e os homens, comparados às mulheres, exibiram os efeitos mais expressivos. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa, análise e interpretação dos dados, análise estatística e redação do manuscrito: Eickemberg M, Amorim LDAF, Matos SMA; revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Amorim LDAF, Almeida MCC, Aquino EML, Fonseca MJM, Santos IS, Diniz MFS, Barreto SM, Matos SMA. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento O presente estudo foi financiado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de tese de Doutorado de Michaela Eickemberg pela Universidade Federal da Bahia. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do ISC/ UFBA, da FIOCRUZ, do Hospital Universitário-USP, da UFMG, do Centro de Ciências de Saúde da UFES, do Hospital de Clinicas de Porto Alegre sob o número de protocolo 027/06, 343/06, 669/06, 186/06, 041/06, 194/06 respectivamente. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 1. Gast KB, den Heijer M, Smit JWA, Widya RL, Lamb HJ, de Roos A, et al. Individual contributions of visceral fat and total body fat to subclinical atherosclerosis: The NEO study. Atherosclerosis. 2015;241(2):547–54. 2. World Health Organization.(WHO). Waist circumference and waist-hip ratio. Report of a WHO expert consultation. Geneva;2008. P.8-11. 3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa nacional de saúde 2013: Ciclos de vida - Brasil e grandes regiões. 2015. 4. Almeida-Pititto B, Ribeiro-Filho FF, Santos IS, Lotufo PA, Bensenor IM, Ferreira SR. Association between carotid intima-media thickness and adiponectin in participants without diabetes or cardiovascular disease of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Eur J Prev Cardiol. 2017;24(2):116–22. 5. Nezu T, Hosomi N, Aoki S, Matsumoto M. Carotid intima-media thickness for atherosclerosis. J Atheroscler Thromb. 2016;23(1):18–31. 6. Yan RT, Yan AT, Anderson TJ, Buithieu J, Charbonneau F, Title L, et al. The differential association between various anthropometric indices of obesity and subclinical atherosclerosis. Atherosclerosis. 2009;207(1):232–8. 7. Zhang L, Shen Y, Zhou J, Pan JM, Yu HY, Chen HB, et al. Relationship between waist circumference and elevation of carotid intima-media thickness in newly-diagnosed diabetic patients. Biomed Environ Sci. 2014;27(5):335–42. 8. Zhang F, Feng L, Chen Y, Geng Z, Xu X. Relationship between carotid artery intima-media thickness and cardiovascular risk factors in Chinese Uygur population. Int J Clin Exp Med. 2014;7(12):5412–20. 9. Park HJ, Kim J, Park SE, Park CY, Lee WY, Oh KW, et al. Increased risk of subclinical atherosclerosis associated with high visceral adiposity index in apparently healthy Korean adults: the Kangbuk Samsung Health Study. Ann Med. 2016;48(6):410-6. 10. Amato MC, Giordano C, Galia M, Criscimanna A, Vitabile S, Midiri M, et al. VAI: A reliable indicator of visceral fat function associated with cardiometabolic risk. Diabetes Care. 2010;33(4):920–2. 11. KahnHS. The Lipid Accumulation Product Is Better Than BMI for Identifying Diabetes. Diabetes Care. 2006;29(1):151–3. 12. Roriz AK, Passos LC, de Oliveira CC, Eickemberg M, Moreira PD, Sampaio LR. Evaluation of the accuracy of anthropometric clinical indicators of visceral fat in adults and elderly. PLoS One. 2014;9(7): e103499. 13. Aquino EM, Barreto SM, Bensenor IM, Carvalho MS, Chor D, Duncan BB, et al. Brazilian Longitudinal Study of Adult health (ELSA-Brasil): Objectives and design. Am J Epidemiol. 2012;175(4):315–24. 14. Schmidt MI, Griep RH, Passos VM, Luft VC, Goulart AC, Menezes GMde S, et al. Estrategias e desenvolvimento de garantia e controle de qualidade no ELSA-Brasil. Rev Saude Publica. 2013;47(Supl 2):105–12. Referências 226

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=