ABC | Volume 112, Nº3, Março 2019

Atualização Atualização da Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e Esporte – 2019 Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):326-368 Reavaliação da evolução clínica, assim como de intervenções terapêuticas. Grau de recomendação: IIa. Nível de evidência: C. Reavaliação anual de familiares de pacientes com MCH com idade entre 12 e 18 anos. Nos indivíduos maiores de 21 anos de idade, a reavaliação deverá ser feita a cada 5 anos. Doppler tissular para diferenciar MCH da hipertrofia ventricular fisiológica do atleta ou da hipertrofia patológica da hipertensão. Ecoestresse com exercício em pacientes assintomáticos aos esforços na sua vida habitual que não evidenciam gradientes significativos em repouso ou com manobra de Valsalva. Grau de recomendação: IIa. Nível de evidência: C. 4.1.2.2.2. Ecocardiograma Doppler Transesofágico Pacientes com janela transtorácica inadequada. Para fins de avaliação do comprometimento valvar, do mecanismo e da magnitude da regurgitação mitral quando isso não estiver claro na ecocardiografia transtorácica. Avaliação intraoperatória na miomectomia e na ablação septal por alcoolização. Grau de recomendação: I. Nível de evidência: B. Esclarecer o mecanismo de uma insuficiência mitral (IM) atípica. Grau de recomendação: IIa. Nível de evidência: B. 4.1.2.3. Ressonância Magnética Cardíaca A RMC tem lugar na avaliação de pacientes com suspeita de MCH em que a imagem pelo ecocardiograma tenha sido prejudicada ou não conclusiva. Apesar de a ecocardiografia ser a modalidade de imagem de primeira escolha para pacientes com suspeita de MCH, este método pode ser limitado por janelas acústicas ruins, particularmente para áreas como o ápice cardíaco. 107 A RMC também tem espaço em casos de alto grau de suspeição não confirmados pelo ecocardiograma. Sua excelente resolução espacial traz a possibilidade de avaliar informações exclusivas do músculo cardíaco e caracterização tecidual, ajudando no diagnóstico diferencial de causas secundárias de hipertrofia como amiloidose e sarcoidose, por exemplo. Com o exame é possível ainda visualizar mudanças sutis na espessura e na contratilidade do VE ao longo do tempo, além de detectar áreas de fibrose, e estudos recentes relacionam a presença e a quantidade de fibrose com prognóstico. 107,108 RMC para fins de avaliar atletas com alterações eletrocardiográficas suspeitas de MCH e ecocardiograma não conclusivo. Grau de recomendação: I. Nível de evidência: B. RMC em todo atleta com suspeita de MCH para pesquisa de fibrose miocárdica. Grau de recomendação: IIa. Nível de evidência: B. 4.1.2.4. Testes de Exercício e Miocardiopatia Hipertrófica O TErg apresenta valor independente para a identificação de pacientes sob risco aumentado para MS. A presença de alterações marcadas do segmento ST em pacientes com MCH pode indicar isquemia sem necessariamente apresentar enfermidade coronária. Sendo assim, o TErg apresenta escasso valor diagnóstico, mas pode ser ummarcador prognóstico que deve ser levado em consideração, principalmente quando associado às medidas dos gases expirados (TCPE). 109,110 Para esses pacientes, um protocolo de rampa é considerado de primeira linha. Este teste evita a mudança súbita no recrutamento de unidades motoras neuromusculares e alterações metabólicas associadas a protocolos incrementais, devido ao aumento constante e contínuo do trabalho externo. A inclinação da rampa deve ser individualizada para durar, preferencialmente, entre 8 e 12 minutos. 109 4.1.2.4.1. Indicação do Teste de Exercício em Pacientes com Miocardiopatia Hipertrófica Pacientes assintomáticos que não apresentam critérios de alto risco como elemento associado na estratificação prognóstica. Pacientes assintomáticos, que não apresentam critérios de alto risco, mas que desejam realizar atividade física recreativa. Tabela 8 – Fatores que apontam para o diagnóstico de coração do atleta (versus MCH) em atletas com hipertrofia de VE na “zona cinzenta” (ou seja, espessura de parede do VE: 13 a 15 mm) Clínicos Ausência de história familiar Ausência de inversão difusa da onda T no ECG Ressonância magnética nuclear Distribuição homogênea da hipertrofia do VE Ausência de áreas de realce tardio com gadolínio (fibrose) Ecocardiograma Diâmetro do VE aumentado (DDVE > 55 mm) Hipertrofia simétrica (septo, parede posterior, ápice e base) Função diastólica normal (relação E/A > 1, velocidade de pico e’ > 11,5 cm/s) Regressão da hipertrofia após destreinamento Ausência de mutações causadoras de MCH na análise genética DDVE:diâmetrodiastólicodoventrículoesquerdo;ECG:eletrocardiograma; MCH: miocardiopatia hipertrófica. 341

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