ABC | Volume 112, Nº3, Março 2019

Artigo Original Indicadores de Adiposidade Abdominal e Espessura Médio-Intimal de Carótidas: Resultados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - ELSA-Brasil Indicators of Abdominal Adiposity and Carotid Intima-Media Thickness: Results from the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brazil) Michaela Eickemberg, 1, 2 Leila Denise Alves Ferreira Amorim, 1 Maria da Conceição Chagas de Almeida, 3 Estela Maria Leão de Aquino, 1 Maria de Jesus Mendes da Fonseca, 4 Itamar de Souza Santos, 5 Dora Chor, 4 Maria de Fátima Sander Diniz, 6 Sandhi Maria Barreto, 6 Sheila Maria Alvim de Matos 1 Universidade Federal da Bahia, 1 Salvador, BA – Brasil Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2 Salvador, BA – Brasil Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), 3 Salvador, BA – Brasil Escola Nacional de Saúde Pública – Fiocruz, 4 Rio de Janeiro, RJ – Brasil Universidade de São Paulo, 5 São Paulo, SP – Brasil Universidade Federal de Minas Gerais, 6 Belo Horizonte, MG – Brasil Correspondência: Michaela Eickemberg • Rua Basílio da Gama, 316. CEP 40110-040, Canela, Salvador, BA – Brasil E-mail: mieickemberg@yahoo.com.br , mieickemberg@gmail.com Artigo recebido em 11/04/2018, revisado em 23/07/2018, aceito em 23/07/2018 DOI: 10.5935/abc.20180273 Resumo Fundamento: A adiposidade abdominal é um fator de risco para doença cardiovascular. Objetivo: Determinar a magnitude da associação entre a adiposidade abdominal, segundo cinco diferentes indicadores, e a espessura médio-intimal de carótidas (EMI-C). Métodos: Usou-se dados de 8.449 participantes de 35 a 74 anos do ELSA-Brasil. Foi avaliado o efeito da circunferência da cintura (CC), razão cintura quadril (RCQ), índice de conicidade (Índice C), produto da acumulação lipídica (LAP) e índice de adiposidade visceral (IAV) sobre EMI-C. Os dados foram estratificados por sexo e analisados por meio de regressões linear e logística multivariadas. Foi adotado nível de significância de 5%. Resultados: Participantes com EMI-C acima do P75 mostraram maior frequência de adiposidade abdominal (homens acima de 72% e mulheres acima de 66%) em comparação aos participantes com EMI-C abaixo do P75. A adiposidade abdominal foi associada com a média da EMI-C, principalmente por meio da CC entre homens (0,04 IC95%: 0,033; 0,058). A adiposidade abdominal identificada pelos indicadores CC, RCQ, LAP e IAV entre as mulheres mostrou efeito de 0,02 mm sobre a EMI-C (CC: 0,025 IC95%: 0,016; 0,035; RCQ: 0,026 IC95%: 0,016; 0,035; LAP: 0,024 IC95%: 0,014; 0,034; IAV: 0,020 IC95%: 0,010; 0,031). Na regressão logística múltipla a adiposidade abdominal diagnosticada pela CC mostrou importante efeito sobre a EMI-C em ambos os sexos (homens: OR = 1,47; IC95%: 1,22-1,77; mulheres: OR = 1,38; IC95%: 1,17-1,64). Conclusão: A adiposidade abdominal, identificada por meio da CC, RCQ, LAP e IAV, foi associada à EMI-C em ambos os sexos, com destaque para o tradicional indicador antropométrico CC. (Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):220-227) Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares, Fatores de Risco, Metabolismo, SíndromeMetabólica, Obesidade abdominal; Aterosclerose; Espessura Íntima-Média Carotídea. Abstract Background: Abdominal adiposity is a risk factor for cardiovascular disease. Objective: To determine the magnitude of the association between abdominal adiposity, according to five different indicators, and the carotid intima-media thickness (CIMT). Methods: Data from 8,449 participants aged 35 to 74 years from the ELSA-Brazil study were used. The effect of waist circumference (WC), waist-to-hip ratio (WHR), conicity index (C index), lipid accumulation product (LAP) and visceral adiposity index (VAI) on CIMT were evaluated. Data were stratified by gender and analyzed using multivariate linear and logistic regressions. A significance level of 5% was considered. Results: Participants with CIMT > P75 showed a higher frequency of abdominal adiposity (men >72% and women >66%) compared to those with CIMT < P75. Abdominal adiposity was associated with the mean CIMT, mainly throughWC in men (0.04; 95%CI: 0.033; 0.058). The abdominal adiposity identified by the WC, WHR, LAP, and VAI indicators in women showed an effect of 0.02 mm on the CIMT (WC: 0.025, 95%CI: 0.016, 0.035; WHR: 0.026, 95%CI: 0.016, 0.035; LAP: 0.024, 95%CI: 0.014; 0.034; VAI: 0.020, 95%CI: 0.010, 0.031). In the multiple logistic regression, the abdominal adiposity diagnosed byWC showed an important effect on the CIMT in both genders (men: OR=1.47, 95%CI: 1.22-1.77, women: OR=1.38; 95%CI: 1.17-1.64). Conclusion: Abdominal adiposity, identified through WC, WHR, LAP, and VAI, was associated with CIMT in both genders, mainly for the traditional anthropometric indicator, WC. (Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):220-227) Keywords: Cardiovascular Diseases; Risk Factors; Metabolism; Metabolic Syndrome; Abdominal Obesity; Atherosclerosis; Carotid Intima-Media Thickness Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 220

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