ABC | Volume 112, Nº3, Março 2019

Artigo de Revisão Jorge et al Imagem na disfunção ventricular por quimioterapia Arq Bras Cardiol. 2019; 112(3):309-316 Exames adicionais de imagem não são necessários para pacientes que não têm fatores concomitantes de risco, na presença de GLS ou troponina normais durante a QT e seis meses depois da última QT com ANT. Sugere-se que, após completar seu esquema terapêutico, deva haver avaliação clínica cardiovascular anual e o uso de imagem cardíaca condicionada à disponibilidade no serviço. 8 Conclusões A monitorização da FEVE pela 2D ECO é a estratégia mais exequível para se detectar doença cardiovascular relacionada à QT em grandes grupos de pacientes, entretanto deve ser considerada no contexto das inúmeras limitações do método. O 3D ECO é o método de escolha ao se ponderar acurácia com disponibilidade, limitações de repetição e facilidade de execução. Na sua indisponibilidade, a adição de contraste à 2D ECO deve ser recomendada, visto que isto aumenta acurácia. O GLS VE é o melhor parâmetro da deformação miocárdica para a detecção subclínica da disfunção VE, porém não há evidências sólidas mostrando o benefício de se iniciar a terapia “cardioprotetora” precoce baseada em seus resultados. A VRN tem elevada acurácia diagnóstica para disfunção ventricular e pode ser uma alternativa para os casos de dúvida à ecocardiografia. A RMC auxilia nos diagnósticos diferenciais com outras causas de miocardiopatias. A decisão da interrupção ou manutenção de esquema quimioterápico é clínica, conjunta, multidisciplinar, Figura 1 – Proposta de acompanhamento cardiovascular aos pacientes submetidos à quimioterapia baseada em informações da literatura e experiência dos autores. ECG: eletrocardiograma; QT: quimioterapia; RT: radioterapia; 2D ECO: ecocardiograma bidimensional; VRN: ventriculografia com radionuclídeos; RMC: ressonância magnética cardíaca; ECO: ecocardiografia. • Poucos fatores de risco ou doenças • Exame clínico normal • ECG normal • QT com baixo potencial cardiotóxico • Ausência de QT ou RT prévias • Presença de fatores de risco ou doenças • Exame clínico alterado • ECG anormal • QT com considerável potencial cardiotóxico • QT ou RT prévias Na dúvida ou janela ruim: VRN ou RMC AVALIAÇÃO CLÍNICA (anamnese + exame físico + ECG) Sintomas? Fatores de risco? Doenças prévias? Potencial cardiotóxico do tratamento prévio ou proposto? BAIXO RISCO ECO normal e strain normal ECO normal e strain ↓ ECO alterado ECO normal e strain normal ECO normal e strain ↓ Exame imagem alterado Seguimento clínico Seguimento clínico 2D-ECO ao final do tratamento Seguimento e avaliação individualizada Seguimento clínico e 2D-ECO ao final do tratamento Seguimento clínico 2D-ECO ao meio e final do tratamento Seguimento e avaliação individualizada RISCO INTERMEDIÁRIO ou ALTO 2D-ECO com strain pré-QT fundamentada na relação risco versus benefício para cada paciente. Ensaios clínicos randomizados, controlados, com seguimento em longo prazo, são necessários para que se possa definir se a detecção precoce da disfunção cardíaca é preditor de redução da FEVE e, sobretudo, de IC e eventos cardiovasculares maiores. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Ribeiro ML, Martins WA; obtenção de dados e análise e interpretação dos dados: Ribeiro ML; redação do manuscrito e revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Jorge AJL, Ribeiro ML, Nacif MS, Martins WA. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de tese de Doutorado de Mário Luiz Ribeiro pela Universidade Federal Fluminense. 314

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