ABC | Volume 112, Nº1, Janeiro 2019

Artigo Original Barros et al Alteração contrátil regional e cardiotoxicidade Arq Bras Cardiol. 2019; 112(1):50-56 Tabela 2 – Características em pacientes com alteração contrátil segmentar durante a quimioterapia Paciente Idade Tratamento* Contração anormal Acompanhamento ecocardiografico Fatores de risco DCRTA Acompanhamento 2 49 1,2 Hipocinesia Infero-septal 5 Não Sim Morte 5 40 1,2 Movimento septal anormal 2 Não Sim NYHA I 12 68 1,2 Hipocinesia Ínferolateral 5 Não Sim NYHA I 21 30 1,2 Movimento septal anormal 3 Dislipidemia Não 27 43 1,2 Movimento septal anormal 2 Não Não 52 73 1 Hipocinesia Inferior 4 Diabetes, Hipertensão Sim NYHA I 63 53 1 Hipocinesia septal 2 Não Não 67 77 1,2 Movimento septal anormal 4 Hipertensão Sim NYHA II 72 44 1,2 Movimento septal anormal 2 Não Não 84 59 1,2 Hipocinesia Inferior 4 Não Não 88 34 1 Movimento septal anormal 3 Não Não 92 39 1 Movimento septal anormal 3 Não Sim Morte 100 41 1 Hipocinesia Infero-septal 2 Não Não 110 62 1 Hipocinesia septal 2 Não Sim NYHA I *1: antraciclina; 2: transtuzumab; DCRTA: disfunção cardíaca relacionada à terapia do câncer; NYHA: New York Heart Association. dissincronia do septo interventricular, bem como a hipocinesia segmentar, podem estar presentes devido a edema tecidual e/ou dano celular focal. 17 De fato, Piotrowsk et al., 9 demonstraram que em 60,9% dos pacientes com disfunção sistólica do VE foram observadas anormalidades regionais de movimento de parede no primeiro ecocardiograma que revelou uma queda significativa da FEVE. Na maioria desses casos (64%), a hipocinesia regional envolveu o septo interventricular. 9 Estudos prévios utilizando Doppler tecidual e strain 2D também mostraram alterações contráteis regionais em pacientes tratados com quimioterapia. 10,11 Boyd et al. 18 demonstraram que no grupo com disfunção subclínica do VE (> 11% de redução no SLG comparado com antes do tratamento) 58% dos segmentos regionais tiveram uma redução no SLG > 11%, comparado a 29% dos segmentos regionais no grupo semdisfunção subclínica do VE (p<0,001). 18 É bem conhecido que a redução da deformação longitudinal é um fator preditivo precoce da cardiotoxicidade induzida pelo tratamento com antraciclinas e trastuzumab, como confirmado por nossos resultados. Negishi et al. Figura 1 – Ecocardiograma bidimensional modo M guiado que mostra o movimento anormal do septo interventricular (seta) durante a quimioterapia. VE: ventrículo esquerdo; VD: ventrículo direito. 53

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=