ABC | Volume 112, Nº1, Janeiro 2019

Artigo Original Quintella et al ICP guiada por FFR x angiografia na doença multivascular Arq Bras Cardiol. 2019; 112(1):40-47 Resultados As características da população estão representadas na Tabela 1. A maioria apresentava quadro estável, ou SCA sem sintomas há sete dias. Na evolução clínica, em relação aos ECAM (Tabela 2), foram observados 12 (17,3%) relatos, 6 (17,6%) no grupo FFR e 6 (17,1%) no grupo ANGIO. Houve 3 (4,3%) óbitos, 2 (2,8%) no grupo FFR (pancreatite e edema pulmonar) e 1 (1,4%) no grupo ANGIO (IAM, sem interrupção da DAP). Nove (13,0%) pacientes apresentaram angina, sendo 4 (5,7%) no grupo FFR e 5 (7,2%) no grupo ANGIO (Figura 1). Dos quatro pacientes do grupo 1, em 2 (2,8%) foi descartada nova ICP por reavaliação negativa com FFR, permanecendo em tratamento clínico. Nos outros 2 (2,8%) foi confirmada a presença de reestenose intra‑ stent, tratados com stents farmacológicos (SF) e evoluindo satisfatoriamente. No grupo 2, um paciente assintomático com pequena isquemia apical (pela cintilografia) foi mantido em tratamento clínico mesmo com reestenose em ramo marginal mas sem reestenose da coronária direita (Tabela 3). A curva de sobrevida livre de eventos na população estudada e por grupos em 18 meses (Kaplan-Meier) pode ser observada na Figura 2. Resultados angiográficos Na análise por grupo, não houve diferença na quantidade de lesões avaliadas (vasos a tratar) entre os grupos. A distribuição entre as artérias descendente anterior, circunflexa e coronária direita foi equilibrada. Resumo das lesões por grupos estudados Houve diferença significativa na quantidade de stents por paciente, com média de 1,0 ± 0,2 stents por lesão no grupo ANGIO, e média de 0,4 ± 0,5 no grupo FFR, com p = 0,0001 (teste de Kruskal-Wallis), com redução de 50%. O número de lesões tratadas no grupo ANGIO foi 65% maior. Por outro lado, apenas 45% das lesões avaliadas no grupo FFR foram tratadas. A utilização de stents por paciente foi mais que o dobro (51,4%) no grupo ANGIO (1,1 vs. 2,2 stents /paciente). As características das lesões, Tabela 1 – Características da população amostral e por grupos estudados População amostral n (%) FFR n (%) ANGIO n (%) p Nº de pacientes 69 (100,0) 34 (49,3) 35 (50,7) – Sexo masculino 47 (68,1) 25 (53,2) 22 (46,8) 0,342 * Sexo feminino 22 (31,9) 9 (40,9) 13 (59,1) 0,342 * Diabetes 24 (35,8) 12 (50,0) 12 (50,0) 0,930 * Hipertensão 51 (73,9) 25 (49,0) 26 (50,9) 0,943 * Dislipidemia 50 (72,5) 24 (42,0) 26 (52,0) 0,731 * História familiar 40 (57,9) 21 (52,5) 19 (47,5) 0,529 * Tabagismo atual 19 (27,5) 10 (52,6) 9 (47,4) 0,731 * IAM prévio 15 (21,7) 8 (53,3) 7 (46,7) 0,722 * Angina estável 42 (60,8) 20 (47,6) 22 (52,3) 0,930 ‡ Síndrome coronariana aguda 27 (39,1) 14 (57,1) 13 (42,8) 0,930 ‡ Idade (em anos) média ± DP 62,0 ± 9,0 62,7 ± 8,4 59,5 ± 9,4 0,117 * Fração de ejeção do VE (%) (média ± DP) 67,0 ± 13,3 70,0 ± 14,0 64,0 ± 12,0 0,110 † IAM: infarto agudo do miocárdio; FFR: grupo “fluxo fracionado de reserva”; ANGIO: grupo “angiografia coronariana”; DP: desvio-padrão; VE: ventrículo esquerdo. * teste qui-quadrado de Pearson; † : teste de Kruskal-Wallis; ‡ : teste exato de Fisher. Tabela 2 – Ocorrência de eventos cardíacos maiores na população amostral e por grupos estudados População amostral (%) FFR n (%) ANGIO n (%) ECAM 12 (17,3) 6 (17,6) 6 (17,1) Óbito total 3 (4,3) 2 (5,8) 1 (2,8) Óbito de causas cardiovasculares 2 (2,8) 1 (2,9) 1 (2,8) Óbito de causas não cardiovasculares 1 (1,4) 1 (2,9) 0 (0,0) Angina 9 (13,0) 4 (11,7) 5 (14,2) Revascularização da lesão-alvo 6 (8,6) 2 (5,8) 4 (11,4)* FFR: grupo “reserva de fluxo fracionado”; ANGIO: grupo “angiografia coronariana”; ECAM: eventos cardíacos maiores. * 1 paciente não se apresentou para nova coronariografia com perda de seguimento. 42

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=