ABC | Volume 112, Nº1, Janeiro 2019

Artigo Original Shekarforoush & Naghii Cardioproteção por vibração de corpo inteiro Arq Bras Cardiol. 2019; 112(1):32-37 Ca 2+ e H + intracelulares, ou uma diminuição no AMPc intracelular pode levar à FVS. Portanto, qualquer intervenção desfibriladora deve evitar o desacoplamento intercelular, muito provavelmente aumentando a concentração intracelular de AMPc, diminuindo o [Ca 2+ ]i elevado ou evitando a sobrecarga de Ca 2+ . 30 Os resultados do presente estudo sugerem que todos os episódios de FV foram autolimitados nos grupos de vibração. Assim, o treinamento com vibração poderia reduzir o risco de morte súbita durante a isquemia, tanto pela atenuação da arritmia induzida por isquemia quanto pela facilitação da desfibrilação espontânea. O exato mecanismo da ação através do qual a vibração reduz a incidência de episódios fatais de FV não pode ser diretamente avaliado por nosso estudo. No entanto, o aumento do limiar de fibrilação ventricular em corações treinados durante a isquemia regional aguda foi demonstrado em estudos anteriores. 31 Além disso, foi relatado que o treinamento físico aumenta o nível de AMPc 32 e melhora a função dos cardiomiócitos e controle do Ca 2+ diastólico em ratos com insuficiência cardíaca pós-infarto. 33,34 Vários estudos também mostraram uma correlação positiva entre o tamanho do infarto e a ocorrência de arritmias ventriculares graves. 35,36 Atualmente, o treinamento físico foi introduzido como o único método prático de fornecer cardioproteção contra lesão de IR. Se a proteção induzida por vibração for quase tão eficaz quanto o exercício, ela poderia ser uma alternativa ao treinamento físico, especialmente para aqueles que não conseguem realizar exercícios tradicionais. O delineamento dos mecanismos mediando a proteção induzida pela vibração contra a lesão de IR é algo importante e pode levar ao desenvolvimento de abordagens farmacológicas ou moleculares contra doenças cardiovasculares. Limitações do estudo Uma das limitações do presente estudo é que ele foi realizado em ratos. Embora o grande número de estudos com animais tenha conduzido e contribuído muito para nosso entendimento dos mecanismos das doenças, seus achados para prever a eficácia de estratégias em humanos permaneceram controversos. 37,38 Portanto, os resultados precisam ser confirmados por futuro ensaios clínicos realizados em seres humanos. A frequência, amplitude e tempo de exposição dos indivíduos à vibração são variações importantes em ensaios clínicos e experimentais. Entretanto, devido à falta de conhecimento sobre os protocolos de treinamento ideais, ométodo foi baseado na metodologia disponível em nosso laboratório. O método proposto mostrou que é eficaz na melhoria do estado de saúde ao influenciar os fatores de risco para doença cardiovascular (DCV). 18,39 Recomendamos avaliar os vários esquemas de vibração na lesão de IR em estudos futuros. Conclusões Os presentes dados experimentais fornecem novas evidências de que o treinamento de vibração pode aumentar a tolerância cardíaca à lesão de IR em um modelo de infarto em rato in vivo . Ele reduz o tamanho do infarto e arritmias induzidas por isquemia e melhora a mortalidade relacionada à arritmia pela redução de episódios fatais de FV e pela facilitação da desfibrilação espontânea. O achado de que o treinamento de vibração aumenta a resistência miocárdica à FV neste modelo oferece suporte experimental para os dados epidemiológicos associando o treinamento físico com a diminuição da morte súbita cardíaca. No entanto, mais evidências devem ser obtidas a esse respeito. Agradecimento O presente trabalho recebeu suporte financeiro da Arsanjan Branch, Islamic Azad University. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa, redação do manuscrito e revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Shekarforoush S, Naghii MR; obtenção de dados, análise e interpretação dos dados, análise estatística e obtenção de financiamento: Shekarforoush S. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Nãohá vinculaçãodesteestudoaprogramas depós-graduação. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação Animal do Islamic Azad University, Arsanjan Branch sob o número de protocolo 13940215. 1. Gilsanz V, Wren TA, SanchezM, Dorey F, Judex S, Rubin C. Low-level, high- frequency mechanical signals enhance musculoskeletal development of young women with low BMD. J Bone Miner Res. 2006;21(9):1464-74. 2. Santos-Filho SD, CameronMH, Bernardo-FilhoM. Benefits of whole-body vibration with an oscillating platform for people with multiple sclerosis: a systematic review. Mult Scler Int. 2012;2012:274728. 3. Behboudi L, Azarbayjani MA, AghaalinejadH, Salavati M. Effects of aerobic exercise and whole body vibration on glycaemia control in type 2 diabetic males. Asian J Sports Med. 2011;2(2):83-90. 4. Gloeckl R, Heinzelmann I, Kenn K.Whole body vibration training in patients with COPD: a systematic review. Chron Respir Dis. 2015;12(3):212-21. 5. Crevenna R, Fialka-Moser V, Rödler S, Keilani M, Zöch C, Nuhr M, et al. Safety of whole-body vibration exercise for heart transplant recipients. Phys Rehab Kur Med. 2003;13(5):286-90. 6. Lai CL, Chen HY, Tseng SY, Liao WC, Liu BT, Lee MC, et al. 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