ABC | Volume 112, Nº1, Janeiro 2019

Artigo Original Shekarforoush & Naghii Cardioproteção por vibração de corpo inteiro Arq Bras Cardiol. 2019; 112(1):32-37 Tabela1 – Parâmetros hemodinâmicos nos grupos experimentais Grupo Basal Isquemia Reperfusão FC PAM FC PAM FC PAM Cont 346 ± 48 113 ± 21 349 ± 51 100 ± 15 * (0,04) 361 ± 44 107 ± 17 WBV1 373 ± 41 114 ± 7 385 ± 25 97 ± 8 ** (0,001) 383 ± 26 107 ± 13 WBV3 376 ± 26 107 ± 15 372 ± 18 91 ± 7 * (0,01) 378 ± 27 108 ± 15 Valor de p 0,282 0,670 0,130 0,267 0,399 0,996 Obs: Dados apresentados como média ± DP (P-valor). FC: frequência cardíaca; PAM: pressão arterial média. Cont: controle; WBV1: treinamento de vibração de corpo inteiro por uma semana; WBV3: treinamento de vibração de corpo inteiro por 3 semanas. * p < 0,05, ** p < 0,01 comparado ao valor basal. Avaliação de arritmias ventriculares As arritmias ventriculares induzidas por isquemia foram determinadas de acordo com as convenções de Lambeth, 19 incluindo batimento ectópico ventricular como complexos ventriculares prematuros (CVPs), taquicardia ventricular (TV) como uma série de quatro ou mais batimentos ventriculares prematuros consecutivos a uma taxa mais rápida que a taxa sinusal de repouso, e fibrilação ventricular (FV) como um sinal para o qual a deflexão do QRS individual não pode mais ser distinguida uma da outra. Formas complexas (bigeminia e salvas) foram adicionadas à contagem de CVPs e não analisadas separadamente. A fim de determinar a incidência de TV e FV, elas foram registradas como ocorrendo ou não ocorrendo durante os primeiros 30 minutos de isquemia em cada grupo. Análises estatísticas Salvo indicação em contrário, os resultados foram expressos como média ± desvio padrão. Todos os dados foram processados com o pacote estatístico SPSS 16.0 para a versãoWindows. A normalidade das distribuições foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. O teste exato de Fisher (Qui‑quadrado) foi utilizado para analisar a incidência de TV e FV. A análise basal, de isquemia e de reperfusão da FC e PA foi feita por medidas repetidas de análise de variância (ANOVA). Os outros dados foram analisados utilizando-se ANOVA unidirecional e as diferenças significativas foram analisadas pelo teste post-hoc de Tukey. As diferenças entre os grupos foram consideradas significativas ao nível de p < 0,05. Resultados Parâmetros hemodinâmicos A Tabela 1 resume os dados hemodinâmicos. Não houve diferenças significativas nos valores basais para frequência cardíaca (FC) e pressão arterial média (PAM) entre os grupos. A isquemia causou uma redução acentuada na pressão arterial, semqualquer efeito significativo sobre a FCnos grupos. A PAM foi quase restaurada ao nível basal durante o período de reperfusão. Tamanho do infarto A Figura 1 mostra AER e TI após 30 min de isquemia regional e 120 min de reperfusão. Não houve diferença acentuada na relação AER/VE entre os grupos (p = 0,92). O tamanho do infarto foi de 47 ± 5% no grupo controle. WBV1 ou WBV3 resultaram em um menor tamanho de infarto, isto é, 39 ± 5% e 37 ± 5% (p = 0,047 e p = 0,009 vs. os controles), respectivamente. Arritmias induzidas por isquemia A Tabela 2 representa o número de episódios de CVPs, TVs e FVs e sua duração durante o período isquêmico de 30 minutos. As arritmias ocorreram após aproximadamente 5 a 7 minutos de isquemia. O número de CVPs diminuiu de forma não significativa nos grupos experimentais (p = 0,702). A vibração produziu uma diminuição significativa no número e na duração das TVs em comparação ao valor de controle. A duração média da FV reversível no grupoWBV3 foi reduzida de 32,3 ± 19,4 s no grupo controle para 13,7 ± 10,3 s (como uma tendência não significativa). Embora os episódios de FV mais longos nos grupos de vibração tenham durado até 116 s, todos os episódios de FV foram autolimitados. No entanto, o maior episódio de FV não-fatal observado no grupo controle foi 87 s. e 33% dos ratos morreram devido a FV irreversível (p = 0,02). A ocorrência (% de incidência por grupo) de TV durante 30 min de isquemia foi de 100, 100 e 88% (p = 0,35) e a ocorrência de FV foi 75, 63 e 50% nos grupos controle, WBV1 e WBV3, respectivamente (p = 0,58). O número de complexos ventriculares prematuros (CVPs), os episódios e duração da taquicardia ventricular (TV) e fibrilação ventricular (FV) são apresentados como médias ± EPM. * p < 0,05 e ** p < 0,01 em comparação com o grupo controle. Cont: controle; WBV1: treinamento de vibração de corpo inteiro por uma semana; WBV3: treinamento de vibração de corpo inteiro por 3 semanas. Discussão Há três principais achados do presente estudo. Primeiro, a WBV causou uma diminuição significativa no TI após 30 min de isquemia e 120 min de reperfusão. Em segundo lugar, a WBV teve um efeito protetor na arritmia induzida por isquemia. Terceiro, todos os episódios de FV foram autolimitados nos grupos vibratórios, portanto a vibração melhorou a mortalidade relacionada à arritmia. Existem resultados conflitantes em relação ao efeito da WBV na PA e na FC. A realização de exercícios dinâmicos em uma plataforma de vibração vertical (30-35 Hz, 2 mm) por 12 semanas resultou em diminuição da pressão arterial 34

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