ABC | Volume 112, Nº1, Janeiro 2019

Artigo Original Dotta et al Dispersão regional QT como preditor de reperfusão Arq Bras Cardiol. 2019; 112(1):20-29 Figura 2 – Curvas ROC para o critério eletrocardiográfico clássico (redução do segmento-ST), dispersão regional do intervalo QT corrigido pela frequência cardíaca (QTc), e associação do critério de redução ST com dispersão regional do intervalo QTc em pacientes com padrão ótimo de reperfusão [T3B3 (+)]. A) nos pacientes com critério clássico de reperfusão pelo ECG obteve-se área sob a curva de 0,81 [(0,72-0,89); IC 95%, p < 0,001) para detectar o fluxo TIMI grau 3 e Blush 3 [T3B3 (+)]; B) o aumento da dQTcR 60 minutos pós-lise mostrou área sob a curva de 0,84 [(0,73-0,95); IC 95%, p < 0,001 para detectar T3B3 (+). Assumindo um ponto de corte da dQTcR > 13 ms obteve-se sensibilidade de 94% e especificidade de 74%; C) a dQTcR aumentada associada ao critério clássico de reperfusão de ECG 60 minutos pós-lise mostrou área sob a curva de 0,87 [(0,78-0,96); IC 95%, p < 0,001 para detectar T3B3 (+). Com o ponto de corte para dQTcR > 13 ms, a sensibilidade foi de 93% e a especificidade de 71%. Foi possível reclassificar seis pacientes (aproximadamente 6%) pelos dados derivados apenas do ECG, validados por critérios angiográficos de reperfusão coronária nesta coorte tratada pela estratégia fármaco-invasiva. 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0,0 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,0 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 AUC: 0,81 (0,72-0,89); 95% IC, p < 0,001 AUC: 0,84 (0,73-0,95); 95% IC, p < 0,001 AUC: 0,87 (0,78-0,96); 95% IC, p < 0,001 (a) Regressão do ST no grupo T3B3(+) (b) Aumento da dQTcR no grupo T3B3(+) (c) Regressão do ST associada ao aumento da dQTcR no grupo T3B3(+) Sensibilidade Sensibilidade Sensibilidade 1 – Especificidade 1 – Especificidade 1 – Especificidade Figura 3 – Comportamento da dQTcR em subgrupos de pacientes com falsa reperfusão ou falso resgate; dados expressos com mediana e intervalo interquartil (m - IIQ); dQTcR: dispersão do intervalo QTc regional; TNK: tenecteplase; T3B3 (+): grupo com artéria coronária culpada com TIMI 3 e Blush 3; T3B3 (-): grupo com artéria coronária culpada com TIMI <3 ou Blush <3. Utilizado teste de Wilcoxon. *Falso resgate: pacientes sem redução do segmento ST e com fluxo coronário e tecidual ótimos [T3B3 (+)]; †Falsa reperfusão: pacientes com redução do segmento ST e sem fluxo coronário e tecidual ótimos [T3B3 (-)] Sem redução do segmento ST Com redução do segmento ST 33 4* 49 18† T3B3(+) T3B3(–) Falsos Reperfundidos n = 18 p-valor Falsos Resgates n = 4 p-valor dQTcR (ms) Pré-TNK: 0,46 Pré-TNK: 0,06 42,5 (23,0-69,5) 8,0 (3,7-10,0) Pós-TNK: Pós-TNK: 31,0 (17,7-56,2) 35,0 (22,7-64,0) preditiva de reperfusão angiográfica. 29 Uma limitação deste estudo foi o pequeno número de pacientes e a análise da dQTc apenas nas derivações precordiais. Outra análise com 36 pacientes não mostrou diferença da dQTc no grupo com critério de reperfusão pelo ECG no primeiro dia do IAM. Curiosamente, notou-se uma diminuição da dQTc a partir do segundo dia pós-trombólise, particularmente no grupo de infarto de parede anterior. 30 Uma análise de seis meses após o IAM também encontrou uma diminuição na dQTc. 31 Nossos achados indicam um aumento na dQTc no ECG 60 min pós-fibrinólise em pacientes com achados angiográficos de recanalização vascular e tecidual completa (fluxo TIMI 3 e Blush 3), especialmente em infartos de parede anterior. Por conseguinte, novas considerações devem ser feitas. De forma diferente de estudos anteriores comestreptoquinase e alteplase, 31,32 nosso estudo usou TNKase, ativador recombinante do plasminogênio, específico para fibrina e com melhores resultados de reperfusão coronáriana. Além disso, incluímos 26

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