ABC | Volume 111, Nº6, Dezembro 2018

Artigo Original Einwoegerer e Domingueti Cistatina C e evento cardiovascular ou mortalidade Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):796-807 uma pontuação de cinco a seis estrelas foram considerados como artigos de boa qualidade metodológica e aqueles com sete ou mais estrelas foram considerados artigos de excelente qualidade metodológica. Meta-Análise Foram incluídos na meta-análise apenas os estudos que avaliaram o desfecho mortalidade por qualquer causa, que compararam o quarto quartil de cistatina C com o primeiro quartil e que realizaram análise de regressão multivariada de riscos proporcionais de Cox. O valor de hazard ratio e o intervalo confiança de 95% ajustados pela análise de regressão multivariada foram empregados na meta-análise e o teste I 2 foi utilizado para avaliação da heterogeneidade entre os estudos. Os estudos foram considerados heterogêneos quando I 2  > 50% e p < 0,10. Na presença de homogeneidade, o hazard ratio foi calculado utilizando o modelo de efeito fixo. A distribuição dos estudos incluídos na meta-análise foi analisada por meio de funnel plot . O programa estatístico Review Manager versão 5.3 foi empregado na realização da análise estatística. Foi considerado significativo o valor p < 0,05. Resultados Busca na literatura A busca inicial por meio dos descritores nas bases de dados eletrônicas resultou em um total de 647 artigos. Após a conclusão das etapas de seleção, 12 artigos foram incluídos na revisão sistemática e dois foram incluídos na meta-análise. O fluxograma de seleção dos artigos de acordo com os critérios de elegibilidade está apresentado na Figura 1. Características e resultados dos artigos selecionados Os estudos que estavam em conformidade com os critérios de elegibilidade foram publicados entre o ano de 2007 e 2016 e suas características se encontram na Tabela 1. População A população dos estudos analisados era constituída por pacientes com risco de eventos cardiovasculares, 15 com infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (STEMI), infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST (NSTEMI), 7,16 doença arterial coronariana (DAC) estável, 17,18 SCA, 17 pacientes submetidos a intervenção coronária percutânea, 19 com insuficiência cardíaca congestiva (ICC), 20,21 com ICC que foram submetidos a angiografia coronária, 9 com angina estável e IAM, 22 com história de IAM que tivesse evidência angiográfica de estenose maior que 50% 23 ou indivíduos idosos saudáveis (idade superior a 65 anos). 24 Tamanho amostral, faixa etária e tempo de acompanhamento O tamanho amostral dos estudos variou de 127 a 4.663 indivíduos, sendo que o número amostral de 25% (n = 3) 8,20,23 dos estudos estava compreendido entre 400 e 1000 indivíduos, 41,67% (n = 5) 7,16,19,21,22 dos estudos obtiveram um número amostral menor que 300 pacientes e 33,33% (n = 4) 15,17,18,24 possuíram tamanho amostral superior a 1000. A idade média variou de 37 a 87 anos sendo que 41,66% (n = 5) 7,8,16,18,21 dos estudos avaliaram população tanto adulta quanto idosa (acima de 60 anos), 50% (n = 6) 17,19,20,22-24 avaliaram apenas população idosa e um estudo [8,33% (n = 1)] 15 analisou apenas população adulta (abaixo de 60 anos). O tempo de acompanhamento dos estudos foi compreendido entre 6 meses e 10 anos, sendo que 25% (n = 3) 7,16,22 acompanharam os pacientes por um período inferior a 15 meses, 41,67% (n = 5) 8,17,19,21,23 acompanharam durante 3 a 6 anos e 33,33% (n = 4) 15,18,20,24 acompanharam por um período superior a 9 anos. Desfecho Os principais desfechos avaliados pelos estudos foram morte cardiovascular (n = 10; 83,33%), 7,16-24 insuficiência cardíaca (n = 6; 50%) 7,16,19,21,23,24 e infarto agudo do miocárdio (n = 6; 50%) 7,8,19,22-24 seguidos por acidente vascular encefálico (n = 4; 33,33%), 8,19,23,24 morte por qualquer causa (n = 3; 35%) 8,23,24 e angina instável (n = 2; 16,67%). 19,22 Apenas um estudo (8,33%) avaliou cada um dos seguintes desfechos: morte cerebrovascular, 19 hipertrofia do ventrículo esquerdo, 15 reinfarto do miocárdio, 7 necessidade de intervenção coronária percutânea 22 e de angiografia. 22 Método de dosagem da cistatina C e critério para definição da função renal normal O método de dosagem da cistatina C e o critério utilizado para definição da função renal normal nos estudos selecionados encontram-se na Tabela 2. Os métodos empregados para dosagem da cistatina C foram imunonefelometria [41,67% (n = 5)], 15-18,23 imunoturbimetria [33,33% (n = 4)], 7,8,19,20 e ensaio imunoenzimático [8,33% (n = 1)]. 22 Dois estudos (16,66%) 21,24 não relataramométodo empregado para dosagem de cistatina C. Os critérios utilizados para definição da função renal normal forama TFGestimada por meio da equaçãoMDRD acima de 60 mL/min/1,73m 2 [66,67% (n = 8)], 7,8,16‑19,23,24 a TFG estimada pela equação CKD-EPI baseada na cistatina C acima de 60 mL/min/1,73m 2 e albuminúria normal [8,33% (n = 1)] 15 e níveis de creatinina sérica inferiores a 115 µmol/L [8,33% (n = 1)]. 20 Dois estudos (16,67%) 21,22 não citaram o método de avaliação da função renal. Classificação dos pacientes e variáveis incluídas na análise de regressão multivariada O modo como foi realizada a classificação dos pacientes em cada um dos estudos selecionados e as variáveis incluídas na análise de regressãomultivariada de riscos proporcionais de Cox são apresentados na Tabela 3, enquanto que os resultados dos estudos são apresentados na Tabela 4. Dentre os estudos incluídos nesta revisão sistemática, cinco (41,66%) 8,17,18,20,23 classificaramos pacientes de acordo com os quartis de cistatina C; três (25%) 8,21 classificaram os pacientes de acordo com o desenvolvimento ou não de eventos cardiovasculares fatais ou não fatais; dois (16,66%) 19,21 dividiram os pacientes de acordo com a mediana da cistatina C; um estudo (8,33%) 17 classificou os pacientes de acordo como desenvolvimento ou não demorte cardiovascular; outro estudo (8,33%) 18 comparou os pacientes com doença coronariana em relação ao grupo controle saudável; um estudo 798

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