ABC | Volume 111, Nº6, Dezembro 2018

Artigo Original Silva et al Características cardíacas e vasculares em atletas Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):772-781 mas estavam todos dentro das variações normais. Apesar de o PG mostrar algum grau de remodelamento anatômico e parâmetros de função diastólica diferentes, comparados ao RG, a função sistólica refletida no volume sistólico do VE, a fração de ejeção e a fração de ejeção calculada pela regra de Simpson foram semelhantes em ambos os grupos. Dentre os 40 participantes, 9 (22,5%) apresentaram hipertrofia ventricular fisiológica em resposta ao exercício; 10 (todos powerlifters ) apresentaram espessura do septo interventricular maior que 11 mm. Dos 27 participantes commassa de VE maior que 225 g e massa de VE ajustada pela BSA maior que 115 g/m 2 , 13 (82%) eram do PG e 14 (63%) eram do RG. A Figura 1 mostra percentuais de dilatação DFM % e medidas de RVP. Interessantemente, os valores de DFM foram Tabela 4 – Parâmetros ecocardiográficos PG (n = 16) Média ± SD (95% IC) RG (n = 24) Média ± SD (95% IC) valor-p Estruturas anatômicas Diâmetro da Aorta (mm) 31,3 ± 3 (29,7–32,9) Mín. 25 e Máx. 36 32,0 ± 2,7 (30,8–33,2) Mín. 29 e Máx. 38 0,410 Diâmetro do AE (mm) 36,0 ± 2,5 (34,6–37,3) Mín. 30 e Máx. 39 35,6 ± 2 (34,7–36,5) Mín. 32 e Máx. 39 0,632 Diâmetro do VD (mm) 20,3 ± 1,2 (19,6–20,9) Mín. 18 e Máx. 22 20,5 ± 2 (19,6–21,4) Mín. 16 e Máx. 25 0,689 Diâmetro sistólico final do VE (mm) 30,7 ± 3,9 (28,6–32,8) Mín. 23 e Máx. 37 30,2 ± 2,9 (28,9–31,5) Mín. 25 e Máx. 36 0,671 Diâmetro diastólico final do VE (mm) 53,4 ± 3,3 (51,5–55,3) Mín. 45 e Máx. 60 53,7 ± 3,3 (52,2–55,2) Mín. 45 e Máx. 57 0,770 Espessura do septo interventricular (mm) 12,0 ± 1,0 (10,6–12,3) Mín. 10 e Máx. 14 9,6 ± 0,4 (9,4–9,9) Mín. 9 e Máx. 10 < 0,001 Espessura da parede ventricular posterior (mm) 10,4 ± 0,9 (9,9–10,9) Mín. 9 e Máx. 12 9,1 ± 0,5 (8,9–9,4) Mín. 8 e Máx. 10 < 0,001 Massa do VE (g) 282,2 ± 73,4 (243–321,4) Mín. 150 e Máx. 406 235,7 ± 26,0 (224,2–247,3) Mín. 179 e Máx. 276 < 0,001 Massa do VE/BSA (g/m 2 ) 135,6 ± 24,9 (136,1–133,6) Mín. 90 e Máx. 173 127,8 ± 16,9 (120,3–135,4) Mín. 104 e Máx. 166 0,262 Função diastólica Volume diastólico final (mL) 145,0 ± 18,9 (134,9–155,1) Mín. 92 e Máx. 173 138,1 ± 17,2 (130,5–145,8) Mín. 92 e Máx. 160 0,251 Velocidade da onda-E transmitral 0,83 ± 0,15 (0,75–0,90) Mín. 0,6 e Máx. 1,1 0,91 ± 0,15 (0,84–0,97) Mín. 0,6 e Máx. 1,3 0,124 Onda e’ 0,15 ± 0,03 (0,13–0,17) Mín. 0,1 e Máx. 0,2 0,17 ± 0,34 (0,15–0,19) Mín. 0,1 e Máx. 0,2 0,062 Razão E/e’ 5,69 ± 1,05 (5,12–6,24) Mín. 4,1 e Máx. 8,0 5,56 ± 1,76 (4,78–6,34) Mín. 3,0 e Máx. 11,8 0,808 Velocidade da onda-A transmitral 0,35 ± 0,03 (0,33–0,37) Mín. 0,3 e Máx. 0,4 0,38 ± 0,04 (0,36–0,40) Mín. 0,3 e Máx. 0,5 0,047 Volume do AE (mL) 35,7 ± 8,5 (31,2–40,2) Mín. 22 e Máx. 53 43,6 ± 10,2 (39,1–48,2) Mín. 32 e Máx. 76 0,016 Volume do AE/BSA (mL/m 2 ) 16,7 ± 4,1 (14,5–18,8) Mín. 11 e Máx. 27 23,4 ± 4,6 (21,4–25,5) Mín. 16 e Máx. 37 < 0,001 Função sistólica Volume sistólico final (mL) 38,0 ± 11,2 (31,9–44) Mín. 18 e Máx. 58 34,8 ± 9,3 (30,6–38,9) Mín. 22 e Máx. 54 0,348 Fração de ejeção (%) 73,0 ± 4,5 (70,5–75,4) Mín. 67 e Máx. 80 74,3 ± 4,6 (72,3–76,3) Mín. 65 e Máx. 86 0,383 Fração de ejeção pela regra de Simpson (%) 71,6 ± 4,8 (69,1–74,2) Mín. 62 e Máx. 79 72,7 ± 5,9 (70,1–75,4) Mín. 61 e Máx. 81 0,568 PG: grupo dos powerlifters; RG: grupo dos corredores de longa-distância; AE: átrio esquerdo; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo; BSA: superfície corporal. As diferenças entre as médias foram avaliadas usando o teste t de Student para amostras independentes. 776

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