ABC | Volume 111, Nº6, Dezembro 2018

Artigo Original Santos et al LDL-Oxidada e Contraceptivo Oral Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):764-770 Tabela 3 – Análise de correlação entre a LDL-oxidada (mU/mL) e as variáveis do perfil lipídico de jejum (mg/dL) e PCR (mg/dL) Cruzamentos Coeficiente de correlação (rs) Valor de p* LDL-oxidada e TG 0,32 0.03 LDL-oxidada e CT 0,47 < 0,01 LDL-oxidada e LDL-colesterol 0,29 0,05 LDL-oxidada e HDL-colesterol 0,26 0,08 LDL-oxidada e PCR 0,20 0,19 LDL-oxidada: lipoproteína de baixa densidade oxidada; TG: triglicerídeos; CT: colesterol total; HDL-colesterol: lipoproteína de alta densidade colesterol; LDL‑colesterol: lipoproteína de baixa densidade colesterol; PCR: Proteína C-reativa; *Teste de correlação de Spearman. Figura 1 – O boxplot mostra maior concentração da LDL-oxidada nas mulheres em uso de contraceptivo oral combinado, quando comparadas as que não utilizam esse grupo de medicamentos (p < 0,01). Além disso, nota-se que no GCOC a concentração dessa lipoproteína oxidada encontra-se no primeiro quartil, enquanto o GC, no terceiro quartil. A comparação da mediana entre os grupos foi realizada pelo teste de Mann-Whitney bidirecional. 800 600 400 200 0 GCOC GC LDL-oxidada (mU/mL) Em concordância com a literatura, nosso estudo demonstrou aumento significativo dos valores séricos dos TG, da HDL‑colesterol, da PCR, e dos valores da pressão arterial sistólica no GCOC, ao passo que, nenhuma diferença foi detectada nos valores da LDL-colesterol. 29-31 Contudo, é preciso ter cautela ao analisar os resultados referentes a LDL-colesterol e a HDL-colesterol, uma vez que, a razão TG/HDL-colesterol é significativamentemaior nesse grupo demulheres, o que indica, ummaior potencial aterogênico relacionado ao LDL-colesterol. Em relação ao HDL-colesterol, embora em nossa amostra seus valores estejam significativamente elevados, ainda não se sabe quais os efeitos do COC sobre as suas subfrações, tendo em vista que, existem partículas aterogênicas da HDL-colesterol. 32 Também é interessante notar que o uso de COC tem sido sugerido como um fator independente para elevação plasmática da PCR em mulheres em idade reprodutiva. Esse aumento parece estar associado a alterações na função e níveis dos receptores β do estrogênio, aumento do cortisol, elevação do TNF- α , hipometilação no DNA de macrófagos e alterações na síntese hepática da PCR. Também chama atenção que o uso atual de COC pode representar de forma independente 20 a 32%da variação da PCR nessas mulheres. 33 Alémdisso, também foi mostrado que uma em cada três mulheres em uso de COC apresenta PCR > 3 mg/L, fato que segundo a literatura pode aumentar sensivelmente o risco de eventos cardiovasculares. 29 Além disso, assim como nos nossos resultados, pesquisas têm demonstrado elevação significativa da pressão arterial emmulheres que utilizam COC. 7,34,35 De fato, segundo alguns estudos, uso do COC pode estar relacionado a quadros de hipertensão arterial leve e moderada, com aumentos que Tabela 4 – Análise categórica baseada na mediana da LDL-oxidada COC Valor de p* Não n (%) Sim n (%) LDL-oxidada < 247 15 (71,4%) 6 (28,6%) < 0,01 > 247 6 (28,6%) 15 (71,4%) LDL-oxidada: lipoproteína de baixa densidade oxidada; COC: contraceptivo oral combinado. *Teste Exato de Fisher. 768

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