ABC | Volume 111, Nº6, Dezembro 2018

Artigo Original Elevação da Lipoproteína de Baixa Densidade Oxidada em Usuárias de Contraceptivo Oral Combinado Elevation of Oxidized Lipoprotein of Low Density in Users of Combined Oral Contraceptives Alan Carlos Nery dos Santos, 1,2 Jefferson Petto, 1,2,4 Diego Passos Diogo, 1,2 Candice Rocha Seixas, 1 Lunara Horn de Souza, 3 Wagner Santos Araújo, 1 Ana Marice Teixeira Ladeia 1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 1 Salvador, BA – Brasil Universidade Salvador (UNIFACS), 2 Feira de Santana, BA – Brasil Faculdade Adventista da Bahia (FADBA), 3 Cachoeira, BA – Brasil Faculdade Social da Bahia (FSBA), 4 Salvador, BA – Brasil Correspondência: Alan Carlos Nery dos Santos • Av. Dom João VI, 275. CEP 40290-000, Brotas, Salvador, BA – Brasil E-mail: alansantos.pos@bahiana.edu.br , allannery.santos@hotmail.com Artigo recebido em 10/08/2017, revisado em 11/06/2018, aceito em 02/07/2018 DOI: 10.5935/abc.20180194 Resumo Fundamento: O uso de contraceptivo oral combinado (COC) tem sido relacionado com alterações no metabolismo glicêmico, lipídico, maior estresse oxidativo e pressão arterial sistêmica, o que poderia sugerir maior oxidação da lipoproteína de baixa densidade colesterol (LDL-colesterol) em mulheres que utilizam COC. Objetivo: Testar a hipótese de que existe diferença nos valores plasmáticos da LDL-oxidada entre mulheres que utilizam e não utilizam COC, bem como avaliar a correlação entre ela e o perfil lipídico e proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as). Métodos: Foram selecionadas 42 mulheres com idade entre 18 e 35 anos, eutróficas, irregularmente ativas, com triglicerídeos < 150 mg/dL, glicemia < 100 mg/dL e que utilizavam ou não COC. Essas foram alocadas no grupo COC, formado por 21 mulheres em uso COC há pelo menos 1 ano; e grupo controle (GC), composto por 21 mulheres que não utilizavam nenhum tipo de contraceptivo hormonal há pelo menos 1 ano. Adotado um nível de significância de 5% para as análises estatísticas. Resultados: Foi observado que o GCOC apresenta valores mais elevados da LDL-oxidada que o GC, respectivamente 384 mU/mL versus 283 mU/mL (p < 0,01). Também foi observado correlação positiva entre a LDL-oxidada e a LDL‑colesterol (r = 0,3, p < 0,05), com o colesterol total (r = 0,47, p < 0,01) e com os triglicerídeos (r = 0,32, p < 0,03), não havendo correlação com a PCR-as. Na análise categorizada da LDL-oxidada, 71,4% das mulheres do GCOC e 28,6% do GC mantiveram-se acima do ponto de corte estabelecido. Conclusão: Mulheres que utilizam COC apresentam valores plasmáticos mais elevados da LDL-oxidada, existindo, correlação positiva entre a LDL-oxidada e outras variáveis lipídicas. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):764-770) Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares/complicações; Anticoncepcionais Orais Combinados; Transtornos do Metabolismo dos Lipídeos; Estresse Oxidativo; Aterosclerose; Proteína C Reativa. Abstract Background: The use of combined oral contraceptive (COC) has been related to changes in glycemic, lipid metabolism, increased oxidative stress, and systemic blood pressure, which could suggest a higher oxidation of low-density lipoprotein cholesterol (LDL-cholesterol) in women on use of COC. Objective: To test the hypothesis that there is a difference in the plasma values of oxidized LDL among women who use and do not use COC, as well as to evaluate the correlation between it and the lipid profile and high-sensitivity C-reactive protein (hs-CRP). Methods: Forty-two women with ages between 18 and 35 years old, who were eutrophic, irregularly active, with triglycerides < 150 mg/dL, blood glucose < 100 mg/dL, and who used or did not use COC were selected. These women were allocated in the COC group, formed by 21 women on COC use for at least 1 year; and a control group (CG), consisting of 21 women who had not used any type of hormonal contraceptive for at least 1 year. A significance level of 5% was adopted for statistical analyses. Results: It was observed that GCOC showed higher values of oxidized LDL than the CG, respectively 384 mU/mL versus 283 mU/mL (p < 0.01). A positive correlation between oxidized LDL and LDL-cholesterol (r = 0.3, p < 0.05), with total cholesterol (r = 0.47, p < 0.01) and with triglycerides (r = 0.32, p < 0.03) was observed, and there was no correlation with the hs-CRP. In the categorized analysis of oxidized LDL, 71.4% of GCOC women, and 28.6% of the CG remained above the established cutoff point. Conclusion: Women who use COC have higher plasma levels of oxidized LDL, and there is a positive correlation between oxidized LDL and other lipid variables. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):764-770) Keywords: Cardiovascular Diseases/complications; Contraceptives, Oral, Combined; Lipid Metabolism Disorders; Oxidative Stress; Atherosclerosis; C-Reactive Protein. Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 764

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=