ABC | Volume 111, Nº6, Dezembro 2018

Ponto de Vista Helal et al Morte súbita no atleta jovem Arq Bras Cardiol. 2018; 111(6):856-859 Prevalência geral de MS no esporte em jovens atletas; Prevalência de MS no esporte em jovens atletas, por modalidade esportiva, por status sociodemográfico e por etnia; Incidência anual absoluta de MS no esporte; Incidência anual absoluta de MS no esporte, por modalidade esportiva, por status sociodemográfico e por etnia; Prevalência de possíveis causas de MS (e.g., laudo de necropsia, causa mortis , etc.), com levantamento de indicadores sócio-demográficos e história clínica do paciente. Figura 1 – Proposição de estatísticas a serem levantadas por um registro nacional de casos de MS no esporte competitivo em jovens atletas. MS: morte súbita. ocorrência do evento. 24 Por sinal, algumas mutações malignas já são conhecidas em genes causadores da Síndrome do QT longo (SQTL), Síndrome do QT curto, Síndrome de Brugada e na taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica (TVPC). 25,26 Aqui, gostaríamos de salientar que, por mais que o mapeamento molecular esteja acessível e o aprimoramento técnico através do sequenciamento de nova geração seja uma realidade em nosso país, ainda não existe uma cultura médica para sua solicitação, mesmo em cenários clínicos mais sólidos (e.g., rastreamento para neoplasia mamária e a associação com genes da linhagem BRCA). 27 Aliás, para que ela seja formalmente estimulada no EPP por entidades médicas, o conhecimento das prevalências torna-se necessário, a fim de que a tecnologia seja submetida ao processo de ATS, o qual é semelhante aos já realizados para outras entidades clínicas. 28 A modalidade esportiva praticada também tem peso sobre a construção de um algoritmo de decisão para EPP e prevenção de MS em jovens atletas. Por exemplo, nos Estados Unidos a prevalência de MS é maior no basquetebol e no futebol americano. 29 Por sua vez, na Europa, a MS em atletas jovens é mais frequente no futebol de campo. 30 Como curiosidade, em esportes de combate (que envolvem traumas de alta energia) ou em esportes em que há a interação com artefatos em alta velocidade (por exemplo, beisebol), a preocupação com o commotio cordis (arritmia maligna desencadeada por trauma direto no tórax anterior) deve estar presente. 31 Até onde temos informação, dados relacionados ao commotio cordis são inexistente nas estatísticas brasileiras. Futuras direções Com o exposto anteriormente, identificamos alguns pontos ainda desconhecidos que necessitam de investigação prioritária para definições de estratégias de rastreamento, prevenção e regulamentação nacional, os quais são essenciais para o processo de ATS e podem ser alcançados através de um registro genuinamente brasileiro (Figura 1). Salientamos o papel central que os órgãos públicos financiadores da pesquisa no Brasil têm para que um registro possa ser realizado. A abertura de editais de fomento específicos para tal nos parece aplicável, preferencialmente de caráter multicêntrico e com o compartilhamento público dos dados. Até o momento, na ausência de interesse por parte de pesquisadores independentes, o Estado ainda não se posicionou e não facilitou a implementação de uma estratégia viável para um registro nacional, o que consideramos ser um passo muito importante. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa; Obtenção de dados; Análise e interpretação dos dados; Análise estatística; Obtenção de financiamento; Redação do manuscrito e Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Helal L, Ferrari F, Stein R. Potencial conflito de interesses Os autores declaram não haver conflito de interesses de nenhuma origem pertinentes a esse trabalho. Fontes de financiamento Lucas Helal recebe suporte financeiro para dedicação exclusiva à pesquisa pela CAPES. Ricardo Stein é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Filipe Ferrari pelo Programa de pós-graduação em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 858

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