ABC | Volume 111, Nº5, Novembro 2018

Artigo Original Uso da Rigidez Arterial para Monitoramento Precoce de Eventos Adversos Cardiovasculares por Antracíclicos em Pacientes com Câncer de Mama. Um Estudo Piloto Arterial Stiffness Use for Early Monitoring of Cardiovascular Adverse Events due to Anthracycline Chemotherapy in Breast Cancer Patients. A Pilot Study Cláudio Antônio de Souza, 1,2 Ricardo Simões, 1,2,3 Karina Braga Gomes Borges, 3 Angélica Navarro de Oliveira, 1 Juliana Barroso Zogeib, 1 Bruno Alves, 1 Marcus Vinicius Bolívar Malachias, 1 Ana Paula Drummond-Lage, 1 Bruno Almeida Rezende 1,3 Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, 1 Belo Horizonte, MG – Brasil Hospital Alberto Cavalcanti, 2 Belo Horizonte, MG – Brasil Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 3 Belo Horizonte, MG – Brasil Correspondência: Bruno Almeida Rezende • Rua Clementino Viana Dotti, 162 apto 802. CEP 30575-139, Buritis, Belo Horizonte, MG – Brasil E-mail: bruno.rezende@cienciasmedicasmg.edu.br, brunorezende01@yahoo.com.br Artigo recebido em 20/02/2018, revisado em 08/05/2018, aceito em 23/05/2018 DOI: 10.5935/abc.20180168 Resumo Fundamento: O tratamento quimioterápico com doxorrubicina e ciclofosfamida, apesar de eficiente no combate ao câncer de mama, está associado a complicações cardiovasculares. Trabalhos recentes identificam métodos que possam detectar alterações cardiológicas e vasculares precocemente, visando a uma estratégia para diminuição na incidência de comorbidades cardiovasculares. Objetivo: Avaliar o papel da medida da rigidez arterial no acompanhamento da ocorrência de eventos adversos cardiovasculares induzidos por doxorrubicina e ciclofosfamida em pacientes com câncer de mama. Métodos: Estudo longitudinal prospectivo realizado com24 pacientes comcâncer demama em tratamento comdoxorrubicina e ciclofosfamida. As pacientes foram submetidas à avaliação indireta da rigidez arterial, por mensuração não invasiva de parâmetros hemodinâmicos, como a velocidade de onda de pulso, pelo equipamento Mobil-O-Graph® 24H PWA em três diferentes momentos do tratamento quimioterápico (pré‑quimioterapia, após o primeiro e após o quarto ciclos). Foi avaliada também a fração de ejeção do ventrículo esquerdo pelo ecoDopplercardiograma (pré-quimioterapia e após o quarto ciclo quimioterápico). Os valores de p ≤ 0,05 foram considerados significativos. Resultados: As pacientes apresentarammédiade idadede 52,33±8,85 anos e índicedemassa corporal de 31±5,87 kg/m 2 . Não houve diferença significativa entre os parâmetros hemodinâmicos avaliados pelo método oscilométrico ou na fração de ejeção do ventrículo esquerdo, nos diferentes períodos avaliados. Conclusão: As avaliações de rigidez arterial por oscilometria e medida da fração de ejeção do ventrículo esquerdo por ecoDopplercardiograma mostraram equivalência nos valores encontrados, sugerindo que o método de avaliação da rigidez arterial estudado possa ser utilizado como mais ummarcador para eventos adversos cardiovasculares associados aos medicamentos quimioterápicos baseados em doxorrubicina. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(5):721-728) Palavras-chave: Neoplasias da Mama; Rigidez Vascular; Volume Sistólico/efeitos de fármacos; Cardiotoxicidade; Doxorrubicina/efeitos adversos; Ciclofosfamida/efeitos adversos. Abstract Background: Chemotherapy with doxorubicin and cyclophosphamide, although efficient for treating breast cancer, is associated with cardiovascular complications. Recent studies seek to identify methods that can early detect cardiological and vascular changes as a strategy to decrease the incidence of cardiovascular comorbidities. Objective: To evaluate the role of arterial stiffness measurement in the monitoring of doxorubicin and cyclophosphamide-induced cardiotoxicity in breast cancer patients. Methods: Prospective longitudinal study in 24 breast cancer patients undergoing treatment with doxorubicin and cyclophosphamide. Patients underwent an indirect evaluation of arterial stiffness through non-invasive measurement of hemodynamic parameters such as pulse wave velocity with the Mobil-O-Graph® 24H PWA device at three different times of the chemotherapy treatment (pre-chemotherapy, after the first and the fourth cycle). The left ventricular ejection fraction was also evaluated by Doppler echocardiography (pre-chemotherapy and after the fourth chemotherapy cycle). Data were considered significant when p ≤ 0.05. Results: Patients had a mean age of 52.33 ± 8.85 years and body mass index of 31 ± 5.87 kg/m 2 . There was no significant difference between the hemodynamic parameters evaluated by the oscillometric method or in the left ventricular ejection fraction in the different evaluated periods. Conclusion: Evaluations of arterial stiffness by oscillometry and measurement of left ventricular ejection fraction by Doppler echocardiography showed equivalence in the values found, suggesting that the evaluation method of arterial stiffness studied could be used as a marker for cardiovascular adverse events associated with doxorrubicin-based chemotherapy drugs. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(5):721-728) Keywords: Breast Neoplasms; Vascular Stiffness; Stroke Volume/drug effects; Cardiotoxicity; Doxorubicin/adverse effects; Cyclophosphamide/ adverse effects. Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 721

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=