ABC | Volume 111, Nº5, Novembro 2018

Artigo Original Rattanawong et al Intervalo PR e terapia de ressincronização cardíaca Arq Bras Cardiol. 2018; 111(5):710-719 Tabela 1 – Características clínicas e resumo dos estudos selecionados Autor principal Freidman Januszkiewicz Kronborg Olshansky Lee Rickard País EUA EUA Dinamarca EUA EUA EUA Ano 2016 2015 2010 2012 2014 2017 Tipo do estudo Estudo de coorte retrospectivo Estudo de coorte retrospectivo Estudo de coorte retrospectivo Estudo de coorte retrospectivo Estudo de coorte retrospectivo Estudo de coorte retrospectivo Descrição dos participantes Pacientes submetidos à TRC (FEVE ≤ 35 e QRS ≥ 120) Pacientes submetidos à TRC (FEVE ≤ 35%, QRS > 120, NYHA III, IV) Pacientes submetidos à TRC Pacientes submetidos à TRC (FEVE ≤ 35, QRS ≥ 120 e NYHA III, IV) Pacientes submetidos à TRC (FEVE ≤ 35, QRS ≥ 120 e NYHA III, IV) Pacientes submetidos à TRC (FEVE ≤ 35, QRS ≥ 120) Média de acompanhamento (meses) 34 30,1 30 15,95 52,4 61,2 Definição de PR prolongado ≥ 230 ms ≥ 200 ms ≥ 200 ms ≥ 200 ms ≥ 200 ms ≥ 200 ms Número de pacientes com PR prolongado 2.906 125 208 638 204 197 Número de pacientes com PR não prolongado 15.994 158 232 574 199 275 Idade média dos pacientes 75,37 66,00 66,00 65,56 66,72 65,10 Ajuste de confusão Idade, etnia, QRS, Condução intraventricular, cardiomiopatia não isquêmica, NYHA, duração da insuficiência cardíaca, TGF, NUS, PAS sexo, RBBB, cardiopatia isquêmica, FA, medicações Idade, sexo, insuficiência cardíaca, etiologia, NYHA, DM, FA, CDI, FEVE idade, sexo, NYHA, FEVE, BRD, QRS, insuficiência cardíaca, PAS, PAD, situação isquêmica, comorbidade, medicação idade, sexo, cardiopatia isquêmica, tamanho do VD, disfunção do VD, NYHA, RM, PASP, medicação idade, sexo, cardiopatia isquêmica, FEVE, QRS, BRE, Cr, NYHA FA: fibrilação atrial; NUS: nitrogênio ureico no sangue; Cr: creatinina; TRC: terapia de ressincronização cardíaca; DM: Diabetes mellitus; PAD: pressão arterial diastólica; eTFG: estimativa de filtração glomerular; FC: frequência cardíaca; CDI: desfibrilador cardíaco implantado; FEVE: fração de ejeção de ventrículo esquerdo; RM: regurgitação mitral; NYHA: New York Heart Association; PSAP: pressão sistólica da artéria pulmonar; BRD: Bloqueio de ramo direito; BRE: Bloqueio de ramo esquerdo; VD: ventrículo direito; PAS: pressão arterial sistólica Analise de sensibilidade Para avaliar a estabilidade dos resultados da meta-análise, foi feita análise de sensibilidade, excluindo-se um estudo de cada vez. Nenhum dos resultados apresentou-se significativamente alterado, o que indica que nossos resultados foram robustos (documento suplementar 2). No entanto, após exclusão de Freidman et al., 2 A heterogeneidade diminuiu de 57,0% para 0% (documento suplementar 3). Dada a heterogeneidade moderada (I 2 = 57,0%) entre os resultados de meta-análise de mortalidade por todas as causes, a meta-regressão (documento suplementar 3) mostrou alterações não significativas na mortalidade por todas as causas no intervalo PR > 230 msec em comparação ao intervalo PR > 200 msec, com razão de risco de 0,73 (IC95%: 0,43‑1,23, p = 0,123). Viés de publicação Para investigar o possível viés de publicação, examinamos o gráfico de funil com pseudolimites de confiança de 95% dos estudos selecionados ao avaliar a mudança na razão de risco log de morte ou desfecho composto (Figura 3). O eixo vertical representa o tamanho do estudo (erro padrão), enquanto o eixo horizontal representa o tamanho do efeito (razão de risco log). Com base nisso, existe viés porque há distribuição assimétrica de estudos em ambos os lados da média. O teste de Egger foi significativo (p < 0,05). No entanto, utilizando os métodos trim e fill no modelo de efeitos aleatórios, não houve diferença entre a razão de risco imputado e seu IC95%. Discussão As evidências fornecidas nesta revisão sistemática e metanálise apontam que intervalo PR prolongado se associa significativamente a um risco aumentado de mortalidade por todas as causas, desfecho composto e hospitalização por insuficiência cardíaca em pacientes submetidos à TRC. Intervalo PR prolongado, também conhecido como bloqueio atrioventricular de primeiro grau, associa-se independentemente ao aumento do risco de mortalidade e fibrilação atrial na população geral. 17 Embora a correlação do intervalo PR com a resposta da TRC tenha sido conflitante em 713

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