ABC | Volume 111, Nº5, Novembro 2018

Artigo Original Lima et al Treinamento intervalado de alta intensidade e insuficiência cardíaca Arq Bras Cardiol. 2018; 111(5):699-707 Figura 3 – Variação da pressão arterial antes e depois da sessão de treinamento intervalado de alta intensidade. Os dados são expressos como média ± desvio padrão. As linhas representam valores médios.1) pré-avaliação da função endotelial; 2) imediatamente antes da sessão HIIT; 3) 5 minutos após a sessão HIIT; 4) 30 minutos após a sessão HIIT; PAS: pressão arterial sistólica; PAM: pressão arterial média; PAD: pressão arterial diastólica. O valor da probabilidade indica diferenças intragrupo entre os pontos 3 e 1 e os pontos 4 e 1 da SBP * p < 0,05, ** p < 0,01. 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 1 2 3 4 PAS PAD PAM * ** Pressão arterial (mmHg) Em uma situação crônica, esta redução pode ter relevância clínica, especialmente no caso de uma síndrome cujo controle rigoroso da PA é crucial. Curiosamente, uma meta-análise recente demonstrou que o HIIT realizado pelo menos 3 vezes por semana durante 12 semanas resultou em uma redução significativa na PA sistólica em indivíduos com sobrepeso/obesidade. 19 É interessante notar que neste subgrupo de indivíduos com ICFEP e reduzida da capacidade funcional, o exercício de alta intensidade foi bem tolerado, pois a sobrecarga adequada (velocidade e inclinação) foi prescrita individualmente, considerando sempre as zonas-alvo estabelecidas combase nos resultados teste cardiopulmonar do exercício de cada indivíduo. Finalmente, em uma situação caracterizada pela limitação ao exercício, o treinamento com exercícios aeróbicos tem um papel significativo, e é indicado para todos os pacientes capazes de realizá-lo. Em um cenário agudo e subagudo, o HIIT reduziu a PA e aumentou o diâmetro da artéria braquial, sugerindo que essa modalidade de treinamento pode ser uma alternativa benéfica para indivíduos com ICFEP. Limitações e perspectivas futuras Este foi um pequeno estudo antes e depois, unicêntrico, com pacientes com ICFEP, nos quais a presença de diabetes, aterosclerose, gota e o uso de tabaco podem ter influenciado os seus resultados. Entretanto, estas características representam a realidade dessa complexa síndrome que se apresenta com múltiplas comorbidades. Reconhecemos que mais estudos são necessários para avaliar o efeito de uma sessão de HIIT, especialmente após uma hora, bem como a eficácia de longo prazo desta estratégia de exercício como parte de um programa de reabilitação cardiovascular para estes pacientes. Finalmente, a presença de um grupo controle de indivíduos pareados sem ICFEP poderia ajudar a estabelecer quais respostas podem ser atribuídas à síndrome em estudo. Da mesma forma, a comparação de uma sessão de HIIT com uma sessão de treinamento contínuo de moderada intensidade poderia ajudar a estabelecer as diferenças na resposta hemodinâmica entre estes diferentes protocolos de exercício. Conclusão Uma única sessão de HIIT promoveu aumento no diâmetro da artéria braquial e redução na PA sistólica, sem alterar a DFM e a PA diastólica 30 minutos após a sessão de exercício. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Lima JB, Silveira AD, Zanini M, Nery RM, Stein R; Obtenção de dados: Lima JB, Silveira AD, Saffi MAL, Menezes MG, Piardi DS, Ramm LDCR; Análise e interpretação dos dados: Lima JB, Saffi MAL, Menezes MG, Piardi DS, Ramm LDCR, Stein R; Análise estatística: Lima JB; Redação do manuscrito: Lima JB, Silveira AD, Stein R; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Lima JB, Silveira AD, Saffi MAL, Zanini M, Nery RM, Stein R. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundo de Incentivo à Pesquisa e Eventos (FIPE) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Vinculação acadêmica Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Juliana Beust de Lima pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre sob o número de protocolo 130471. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O termo de consentimento livre e esclarecido foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 705

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