ABC | Volume 111, Nº5, Novembro 2018

Comunicação Breve Scorsatto et al Mulheres obesas metabolicamente saudáveis Arq Bras Cardiol. 2018; 111(5):733-737 Tabela 1 – Características de linha de base das participantes Todas (n = 239) OMS (n = 181) OMNS (n = 58) Valor de p* Idade (anos) 43,9 ± 10,9 44,0 ± 10,7 43,6 ± 11,7 0,810 Peso (kg) 93,6 ± 16,0 91,5 ± 15,1 100,2 ± 17,0 < 0,001* IMC (kg/m 2 ) 37,2 ± 5,3 36,3 ± 4,9 39,7 ± 5,5 < 0,001* Circunferência da cintura (cm) 107,5 ± 11,6 105,4 ± 10,2 114,3 ± 13,3 < 0,001* Razão estatura-cintura 67,9 ± 7,1 66,5 ± 6,2 72,1 ± 8,1 < 0,001* Massa gorda (kg) 39,6 ± 9,2 38,2 ± 8,5 44,1 ± 10,1 < 0,001* Massa gorda (%) 41,9 ± 3,3 41,4 ± 3,4 43,2 ± 2,9 < 0,001* Massa livre de gordura (kg) 54,0 ± 7,7 53,2 ± 7,4 56,2 ± 8,2 0,011* Glicemia (mg/dL) 99,0 ± 32,7 94,1 ± 24,2 114,4 ± 48,1 0,003* Insulina (mg/dL) 8,7 ± 7,0 6,0 ± 3,5 17,4 ± 8,0 < 0,001* Colesterol total (mg/dL) 200,2 ± 40,9 198,9 ± 3,9 201,9 ± 41,9 0,607 LDL-c (mg/dL) 128,0 ± 39,8 128,9 ± 39,1 124,8 ± 37,3 0,479 HDL-c (mg/dL) 44,5 ± 9,3 44,7 ± 9,6 42,9 ± 9,4 0,193 Triglicérides (mg/dL) 139,0 ± 75,5 128,4 ± 67,2 170,3 ± 89,3 < 0,001* IAV 133,5 ± 92,0 119,4 ± 81,8 177,4 ± 107,7 < 0,001* PAS (mmHg) 124,1 ± 19,8 123,5 ± 20,2 126,1 ± 18,7 0,396 PAD (mmHg) 82,7 ± 10,6 81,6 ± 10,8 82,2 ± 10,1 0,671 Etnicidade – não branca %(n) 67,4(161) 71,3(129) 55,2(32) 0,064 Estado civil – com companheiro %(n) 60,7(145) 59,7(108) 63,8(37) 0,944 Educação ≤ 11 anos %(n) 82,9(198) 82,9(150) 82,7(48) 0,918 Renda per capita (reais) 658,1 ± 524,4 647,6 ± 496,3 691,1 ± 607,6 0,622 Hipertensão arterial sistêmica %(n) 43,9(105) 38,7(70) 60,3(35) 0,004* Uso de hipolipemiantes %(n) 5,0(12) 5,0(9) 5,2(3) 0,952 Hipotireoidismo %(n) 5,9(14) 6,6(12) 3,4(2) 0,369 Exercício físico – Sim %(n) 18,8(45) 19,3(35) 17,2(17) 0,722 Menopausa – Sim %(n) 34,6(80) 35,6(62) 31,6(18) 0,577 Os valores são expressos como média ± desvio padrão ou frequência (%/n). IMC: índice de massa corporal; IAV: índice de adiposidade visceral; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. Para comparar os grupos OMS e OMNS, utilizamos o teste t de Student (para variáveis contínuas ou qui quadrado (para variáveis categóricas). Valor p * : diferença estatisticamente significativa. clínica. É possível que a CC e o IAV possam ser indicadores de aspetos diferentes de OMS. A primeira é uma ferramenta para facilmente identificar indivíduos OMS, enquanto o segundo avalia os efeitos da obesidade na modificação da rigidez arterial, e a transição para um estado metabólico não saudável. Hamer et al., 10 acompanharam 2.422 homens e mulheres durante mais de 8 anos como parte do English Longitudinal Study of Ageing. Os autores mostraram que o fenótipo OMS é relativamente instável, visto que 44,5% de indivíduos OMS progrediu para um estado não saudável, e enfatizaram que o progresso para um estado metabólico não saudável estava associado com um aumento significativo na CC. 10 A obesidade visceral está associada à atividade pró‑inflamatória, e à produção elevada de adiponectina devido à deterioração da sensibilidade à insulina, ao aumento do risco de diabetes, dislipidemia, hipertensão e aterosclerose e à maior taxa de mortalidade. 10 A questão principal é que o número de indivíduos obesos está aumentando de maneira contínua e seria economicamente inviável tratá-los da mesma forma. Quando consideramos os indivíduos obesos, como regra, todos apressentam valores de CC superiores aos pontos de corte propostos pela IDF e pelo NCEP-ATP III. 3 No presente estudo, há falta de informação sobre outras variáveis que têm sido utilizadas para definir OMS, por exemplo, a produção de adiponectina e indicadores inflamatórios. Os pontos fortes do presente estudo incluem o tamanho da amostra e o local de estudo. Além disso, o presente estudo pode possibilitar a modificação no estilo de vida por meio da fácil identificação de indivíduos obesos de alto risco. 735

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