ABC | Volume 111, Nº4, Outubro 2018

Artigo Original Nascimento et al Dissincronismo Eletromecânico e Gated Spect na TRC Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):607-615 Figura 3 – Correlação entre SD e HBW pré-TRC (R 2 : 0,78). 300 200 100 100 250 150 50 20 40 60 80 0 0 y = 2,6028x + 4,1788 R 2 = 0,7853 Correlação entre SD x HBW No presente estudo, a população avaliada reflete o perfil de pacientes normalmente tradados em hospitais de alta complexidade, sendo sua maior parte portadora de doença arterial coronariana. Como observado em estudos prévios, a maior parte dos pacientes deste estudo apresentou-se para a TRC em CF NYHA III ou IV. 10 As avaliações clínico-funcionais no presente estudo, CF NYHA e MLHFQ, corroboraram o benefício da TRC já observado em diversos estudos. 10-13 No presente trabalho, foi observado que 77,8% dos pacientes tiveram redução de ao menos uma CF NYHA e melhoria significativa da qualidade de vida, conforme avaliado pelo MLHFQ após a TRC. Apesar de avaliar dados subjetivos, o MLHFQ remete à percepção do paciente em relação aos seus sintomas, semelhante ao resultado encontrado em estudo prévio. 4 A TRC está associada a benefício clínico na maioria dos pacientes. Alguns parâmetros eletrocardiográficos são Figura 4 – Distribuição da média da FEVE pré e pós implante de acordo com a resposta clínica ao implante. FEVE PRE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo pré implante; FEVE POS: fração de ejeção do ventrículo esquerdo pós implante; RESPOND: grupo respondedor; NÃO RESPOND: grupo não respondedor. (teste t de Student). 60% 50% 40% 30% 20% 10% FEVE PRE FEVE POS RESPOND NÃO RESPOND considerados preditores de maior chance de resposta ao tratamento, como uma maior duração do QRS, sendo que o benefício se torna ainda maior quando a duração do QRS é superior a 150 ms, conforme achados de Poole et al. 14 Em nosso estudo, todos os pacientes demonstraram duração do QRS superior a 150 ms (duração média do QRS de 212 ms), conferindo maior probabilidade de resposta. Corroborando esses dados, o estudo COMPANION não mostrou benefício em favor da TRC nos pacientes que tinham duração do QRS menor que 147 ms 12 ao avaliar desfecho primário de morte ou hospitalização por qualquer causa, enquanto que o estudo RAFT, 13 avaliando desfecho primário de morte ou hospitalização por IC, encontrou maior benefício da TRC naqueles com duração do QRS maior que 150 ms. Em nossa casuística, não foram incluídos pacientes com morfologia não BRE, distúrbios da condução intraventricular inespecíficos e/ou bloqueio de ramo direito, o que pode ter 611

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