ABC | Volume 111, Nº4, Outubro 2018

Artigo Original Relação entre Dissincronismo Elétrico e Mecânico em Pacientes Submetidos a TRC com Implante do Eletrodo de VE Orientado pela Cintilografia GATED SPECT Relationship of Electromechanical Dyssynchrony in Patients Submitted to CRT With LV Lead Implantation Guided by Gated Myocardial Perfusion Spect Erivelton Alessandro do Nascimento, 1,2 Christiane Cigagna Wiefels Reis, 2 Fernanda Baptista Ribeiro, 3 Christiane Rodrigues Alves, 2 Eduardo Nani Silva, 3 Mario Luiz Ribeiro, 3 Claudio Tinoco Mesquita 2 Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, 1 Rio de Janeiro, RJ - Brasil Programa de Pós-graduação em Ciências Cardiovasculares da Universidade Federal Fluminense (UFF), 2 Niterói, RJ - Brasil Hospital Universitário Antônio Pedro - Universidade Federal Fluminense, 3 Niterói, RJ – Brasil Correspondência: Erivelton Alessandro do Nascimento Rua Gil Ferreira, 182. CEP 27283-570, Jardim Primavera, Volta Redonda, RJ - Brasil E-mail: hpcrates7@gmail.com , hpcrates@cardiol.br Artigo recebido em 19/03/2017, revisado em 05/02/2018, aceito em 09/05/2018 DOI: 10.5935/abc.20180159 Resumo Fundamento: A insuficiência cardíaca (IC) afeta mais de 5 milhões de pessoas nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de internações/ano. A terapia de ressincronização (TRC) pode beneficiar pacientes com IC avançada e QRS alargado; entretanto, percentual significativo de pacientes não respondem à TRC. O dissincronismo elétrico isolado pode não representar um bom preditor de resposta, e o local da última ativação do ventrículo esquerdo (VE) pode influenciar na resposta. Objetivos: Avaliar o dissincronismo eletromecânico na TRC com o implante do eletrodo do VE orientado por GATED SPECT. Métodos: Incluídos 15 pacientes com IC classe funcional II-IV, otimizados clinicamente, com fração de ejeção de 35%, ritmo sinusal, bloqueio de ramo esquerdo, QRS ≥ 120 ms. Realizaram eletrocardiograma, Questionário Minnesota Vivendo com Insuficiência Cardíaca (MLHFQ) e cintilografia GATED SPECT até 4 semanas antes do implante. Reavaliados 6 meses após. Análise primária visou determinar a proporção de pacientes com redução da duração do QRS e resposta favorável à TRC dependendo da concordância ou não na posição do eletrodo, utilizando teste Qui-Quadrado. Análise das variáveis pré e pós TRC foi feita através do teste t de Student, assumindo significância de 5%. Resultados: Realizamos 15 implantes com 2 óbitos no seguimento. As reduções das durações do QRS (212 ms vs 136 ms) e do IPR (179 ms vs 126 ms) foram significativas (p < 0,001). Em 54%, o eletrodo foi concordante com o local de maior atraso. No grupo respondedor, a posição lateral foi prevalente. O MLHFQ mostrou melhora significativa da qualidade de vida (p < 0,0002). Conclusão: A TRC determina melhora da qualidade de vida e do sincronismo elétrico. O sincronismo eletromecânico relaciona-se com a resposta à TRC. O posicionamento do eletrodo de VE no sítio de maior retardo tem limitações. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):607-615) Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca; Terapia de Ressincronização Cardíaca; Eletrodos Implantáveis; Volume Sistólico; Cintilografia. Abstract Background: Heart failure (HF) affects more than 5 million individuals in the United States, with more than 1 million hospital admissions per year. Cardiac resynchronization therapy (CRT) can benefit patients with advanced HF and prolonged QRS. A significant percentage of patients, however, does not respond to CRT. Electrical dyssynchrony isolated might not be a good predictor of response, and the last left ventricular (LV) segment to contract can influence the response. Objectives: To assess electromechanical dyssynchrony in CRT with LV lead implantation guided by GATED SPECT. Methods: This study included 15 patients with functional class II-IVHF and clinically optimized, ejection fraction of 35%, sinus rhythm, left bundle‑branch block, and QRS ≥ 120 ms. The patients underwent electrocardiography, answered the Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ), and underwent gatedmyocardial perfusion SPECT up to 4 weeks before CRT, being reassessed 6months later. The primary analysis aimed at determining the proportion of patients with a reduction in QRS duration and favorable response to CRT, depending on concordance of the LV lead position, using chi-square test. The pre- and post-CRT variables were analyzed by use of Student t test, adopting the significance level of 5%. Results: We implanted 15 CRT devices, and 2 patients died during follow-up. The durations of the QRS (212 ms vs 136 ms) and the PR interval (179 ms vs 126 ms) were significantly reduced (p < 0.001). In 54% of the patients, the lead position was concordant with the maximal delay site. In the responder group, the lateral position was prevalent. The MLHFQ showed a significant improvement in quality of life (p < 0.0002). Conclusion: CRT determines improvement in the quality of life and in electrical synchronism. Electromechanical synchronism relates to response to CRT. Positioning the LV lead in the maximal delay site has limitations. (Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):607-615) Keywords: Heart Failure; Cardiac Resynchronization Therapy; Eletrodes,Implanted;, Stroke Volume; Radionuclide Imaging. Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 607

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