ABC | Volume 111, Nº4, Outubro 2018

Artigo Original de Souza e Silva et al Intervenção coronariana percutânea no estado do Rio de Janeiro Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):553-561 Figura 1 – Estimativas de sobrevida Kaplan-Meier de pacientes submetidos a uma única intervenção coronariana percutânea paga pelo SUS entre 1999 e 2010, conforme sexo e faixa etária em um ano de acompanhamento. 100 95 90 85 80 75 0 30 dias 180 dias 1 ano Pacientes em risco Homens 20-49 anos Homens 50-69 anos Homens ≥ 70 anos Mulheres 20-49 anos Mulheres 50-69 anos Mulheres ≥ 70 anos 1987 7819 2435 917 4224 1881 (35) (21) 1931 7515 2222 879 4061 1715 1913 7390 2160 872 4002 1687 (122) (99) (21) (18) (62) (59) (28) (7) (125) (66) (76) (182) (114) (17) (97) (90) 1952 7637 2321 900 4127 1791 Tempo de análise Probabilidade de sobrevida (%) Homens 20-49 anos Mulheres 20-49 anos Mulheres 50-69 anos Homens 50-69 anos Homens ≥70 anos Mulheres ≥70 anos A respeito do tipo da ICP, os pacientes que foram submetidos a ICP-P, ICP-SS e ICP-CS tinham médias de idade de 61 ± 11, 60 ± 11, e 61 ± 10 anos, respectivamente (p <0,05). Um total de 175, 2.652 e 2.606 mortes ocorreram dentre os pacientes submetidos a ICP-P, ICP-SS, e ICP-CS, respectivamente. Probabilidades de sobrevida a curto, médio e longo prazo para ICP-SS (n = 6.967) foram 96,9% (96,5-97,3%), 93,4% (92,7-93,9%) e 68,6% (67,4-69,6%), respectivamente; para ICP-CS (n = 11.600), foram 97,8% (97,5-98,1%), 94,2% (93,7-94,6%) e 68,4% (67,0-69,7%), respectivamente; e para ICP-P (n = 696), foram 89,8% (87,3-91,8%), 85,2% (82,3-87,6%) e 59,7% (49,8-68,2%), respectivamente. Uma vez que a ICP-CS e a ICP-P começaram a ser pagas pelo SUS em 2000 e 2004, respectivamente, a sobrevida a longo prazo para comparação dos três procedimentos foi medida até 10 anos de acompanhamento. A Figura 3 mostra as curvas estimadas de probabilidade de sobrevida de Kaplan‑Meier e a tabela 2 apresenta os riscos proporcionais de Cox e IC 95% de acordo com o tipo da ICP. Em acompanhamentos de curto e médio prazos os pacientes submetidos à ICP-CS tiveram maior probabilidade de sobrevida do que aqueles submetidos à ICP-SS, mas depois de um acompanhamento de 2 anos, as probabilidades de sobrevida se tornaram semelhantes (HR 0,91, 95% CI 0,82‑1,00, p = 0,062). A DIC foi considerada a causa básica de óbito de 66,7%, 44,1% e 26,9% dos óbitos ocorridos dentro de 30 dias, um ano e 15 anos depois da alta hospitalar, respectivamente. Durante todo o período de acompanhamento, a ICP-P teve uma porcentagem mais alta de óbitos devido à DIC (49,1%) em comparação à ICP-SS (25,9%) e ICP-CS (26,4%), p < 0,05. Discussão Os principais achados do presente estudo foram: 1) as mulheres tenderam a ter uma probabilidade de sobrevida levemente mais baixa em curto e médio prazo, mas maior probabilidade de sobrevida em longo prazo; 2) pacientes mais velhos tiveram probabilidades de sobrevida mais baixas; 3) a diferença entre as probabilidades de sobrevida dos pacientes submetidos a ICP-P em relação aos pacientes submetidos a ICP com e sem colocação de stent mudou apenas discretamente ao longo do tempo, já que esta diferença esteve concentrada no período imediatamente após a realização do procedimento; 4) embora as probabilidades de sobrevida de curto emédio prazo tenham sido mais altas nos pacientes submetidos à ICP-CS do que naqueles submetidos à ICP-SS, não se observaramquaisquer diferenças nas probabilidades de sobrevida a longo prazo entre os pacientes submetidos a ICP-CS e os pacientes submetidos a ICP-SS; 5) as probabilidades de sobrevida observadas forammais baixas do que aquelas observadas em ECR. Além disto, este estudo possui alguns pontos fortes. Primeiro, ele abordou um grande número de pacientes (19.263) acompanhados por mais de 15 anos, permitindo, assim, a observação de desfechos futuros de grande relevância. Segundo, embora somente dados das ICPs pagas pelo SUS tenham sido analisados e, portanto, os resultados encontrados 556

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