ABC | Volume 111, Nº4, Outubro 2018

Artigo Original Martins Estratégia guiada por reserva de fluxo fracionada na SCA Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):542-550 Figura 3 – Gráfico de floresta do risco relativo da lesão do infarto domiocárdio. O tamanho dos marcadores dos dados reflete o peso relativo do estudo. IC: intervalo de confiança. Estudo RR RR (IC 95%) %Peso Lesão do infarto do miocárdio Mehta et al., 2015 Fischer JJ. et al., 2006 Potvin JM. et al., 2006 Overall = total Q = 0,05, p = 0,98, I2 = 0% 1,78 (0,76, 4,19) 88,6 2,14 (0,04, 105,66) 4,3 2,48 (0,12, 50,87) 7,1 100,0 1,84 (0,82, 4,11) 0 50 100 Nossos resultados estão de acordo com os publicados recentemente por VanBelle et al., 38,39 que compararamo impacto de se adiar o tratamento de lesões intermediárias com base na FFR sobre o prognóstico de pacientes comSCA vs . pacientes sem SCA de dois importantes registros (R3F e POST-iT). Os autores concluíramque as decisões sobre revascularização tomadas com base na FFR em relação ao adiamento do tratamento das lesões foram seguras em pacientes com SCA. 38-40 Alguns autores têm questionado se devemos ser menos permissivos e adotarmos um ponto de corte diferente para FFR em vasos instáveis. Recentemente, Hakeem et al., 34 determinaram que o melhor ponto de corte para predizer IM ou TVR é > 0,80 em pacientes com doença arterial coronariana estável, corroborando a prática atual. Contudo, empacientes com SCA sem supradesnivelamento do segmento ST, omelhor ponto de corte foi > 0,84. No entanto, algumas limitações sugeridas por alguns autores devem ser consideradas. Por exemplo, não está claro por que mortalidade, o principal desfecho, não foi incluído no desfecho composto nesse estudo. Além disso, a terapia medicamentosa não foi ótima para os pacientes, 14% dos pacientes não receberam estatina, e aproximadamente dois terços não recebeu terapia antiplaquetária dupla. Ainda, várias questões técnicas podem explicar o maior ponto de corte de FFR observado por esses autores. 34,41-43 Apesar de a maioria dos estudos não demonstrarem desfechos clínicos por tipo de lesão (culpada ou não culpada), a evidência atual sugere que, em pacientes com ACS, a disfunção microvascular pode ser menos evidente, e a capacidade de se atingir máxima hiperemia seja suficiente para se manter o uso diagnóstico da FFR, tanto em vasos culpados como em vasos não culpados. 44 Além disso, dada a alta heterogeneidade dos critérios de inclusão, do período de acompanhamento e do vaso avaliado pela FFR, os resultados e a conclusão do presente estudo devem ser interpretados com cuidado. Limitações As conclusões tiradas desta metanálise estão sujeitas às limitações e diferenças dos estudos originais incluídos. Primeiramente, nossa metanálise incluiu tanto ensaios clínicos randomizados como estudos observacionais, a maioria sendo estudos observacionais. As conclusões deste estudo podem estar limitadas por vieses inerentes a estudos observacionais, tais como viés no delineamento, seleção e tratamento. Outra limitação em potencial é o possível viés de publicação pelo fato de os resultados terem incluído somente mortalidade em curto prazo. Conclusão O valor prognóstico da FFR na SCA não é tão bom como em pacientes estáveis. Estudos mais homogêneos, incluindo populaçõesmaiores depacientes, sãonecessários para sealcançar conclusões definitivas e robustas. Definição e interpretação cuidadosas dos resultados clínicos são importantes quando a análise da FFR é realizada somente no vaso, e não no paciente como um todo. Agradecimentos Agradecemos o CIDMA (Centro de Investigação e Desenvolvimento emMatemática e Aplicações) da Universidade deAveiro pela análise estatística, e a FCT (Fundação para aCiência e a Tecnologia) de Portugal (projeto UID/MAT/04106/2013). Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa, Obtenção de dados, Análise e interpretação dos dados e Redação do manuscrito: Martins JL; Análise estatística: Martins JL, Afreixo V; Revisão crítica domanuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Martins JL, Afreixo V, Santos J, Gonçalves L. 548

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